Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Todo fenômeno de ascensão interior, sem exceção, começa sempre com um indivíduo isolado — e que, no curso da sua caminhada, é levado a isolar-se ainda mais da comunidade em busca da necessária condição de concentração espiritual —, e se completa com a irradiação de parte dos conhecimentos obtidos, de início numa discreta roda de companheiros ou discípulos investidos da mesma disposição para o isolamento e a concentração, em seguida em círculos cada vez maiores, até abranger comunidades, sociedades e civilizações inteiras.
Uma história ter um sentido profundíssimo, valioso, revelador, não significa que ela tenha acontecido realmente. A verdade da Poesia não é a verdade da História. Nunca conheci um aficionado de história esotérica que entendesse claramente essa distinção, ou que pelo menos não se esquecesse dela com frequência.
Antes de colocar-se sob a orientação de um intelectual ou grupo, verifiquem se ele tem alguma ligação, formal ou informal, direta ou indireta com qualquer entidade internacional, e se esta, por sua vez, está ligada de algum modo a organismos como a ONU, a Unesco, ou a URI - United Religions Initiative. Se tiver, só há uma coisa a fazer: Fujam.
A incapacidade para as tarefas intelectuais mais elevadas coloca um sujeito a uma tal distância dos estudiosos sérios que ele só consegue vê-los através de uma rede de fantasias atemorizantes, que então ele tenta exorcizar mediante afetações de desprezo. No Brasil, ser inteligente espalha na vizinhança uns sofrimentos indescritíveis.
Existe uma diferença enorme entre um ideal político substantivo e a camada de adornos verbais de que se reveste. Verbalmente, o socialismo é igualdade, liberdade, etc. e tal. Substantivamente, é a unificação de poder político e econômico, portanto a criação de uma casta governante mais poderosa e mais dominadora do que a anterior. O socialismo não é ruim porque se desviou do seu ideal, mas porque o realizou.
A superioridade intelectual, no Brasil, é uma anomalia, um pecado e um crime. Todos os que nasceram amaldiçoados por esse dom foram vítimas de difamação e boicote. As únicas diferenças, no meu caso, são a profusão de ataques simultâneos e articulados (ininterruptos há duas décadas) e a total ausência, neles, de críticas intelectuais, tudo não passando de intrigas miúdas, rotulações pejorativas e atribuição de crimes imaginários.
Só um idiota completo acredita que uma política se define pelos seus ideais proclamados e não pelos meios materiais de ação que emprega. Não é por coincidência que os maiores genocidas foram também os maiores propagandistas da democracia e da igualdade.
No Brasil, agir com a maior boa-fé e sem visar a nenhuma vantagem imoral torna você um réprobo, um inimigo público.
Não influencio nem tento influenciar o governo. Inspiro O POVO, isto sim. Sou um escritor, não um mexeriqueiro como esses da mídia.
Semana de Arte Moderna de 1922: Mário de Andrade era um idiota presunçoso, Oswald um picareta esperto. Do movimento, só sobrou quem não estava lá: Manuel Bandeira, Drummond, Jorge de Lima.
Um experimento tem de provar ou negar primeiro um fato, para DEPOIS alegá-lo a favor ou contra uma teoria.
Um homem sem alta cultura espiritual munido de um diploma de ciências é um inimigo de espécie humana.
Entre os anos 50 e 60, um estranho fenômeno se apossou da música popular brasileira.
Cansada de passar humilhação ante o coro inumerável de vozes maravilhosas da canção americana -- Elvis Presley, Tony Bennett, Frank Sinatra e não sei mais quantos --, a turma do nosso show business teve a reação inevitável dos complexados em desespero:
Um homem lusófono seriamente culto domina a sua língua cada vez melhor quanto mais leia livros em línguas estrangeiras.
A precisão na escolha das palavras é o primeiro dever de um escritor, mas a maioria dos que no Brasil de hoje se apresentam como escritores não pode praticá-lo, pois ele depende de percepção exata, autoconsciência exigente, humildade e sobretudo a mais rigorosa distinção entre percepções e impulsos. Todas essas virtudes só se cultivam na solidão. São totalmente inacessíveis a indivíduos que vivem de um sentimento de solidariedade grupal — os eternos signatários de “manifestos de intelectuais”.
Todo sujeito incapaz de apreender um problema filosófico pode, no entanto, perceber por mera leitura como esse problema aparece formulado em Kant, em Hegel ou em Nietzsche. Assim, cria-se uma filosofia sem assunto próprio e reduzida a "uma atividade com textos", como dizia o prof. Gianotti. É um fenômeno exclusivamente brasileiro, desconhecido no resto do mundo.
A prova lógica pela contingência nos dá a certeza suficiente da existência de "um" Deus criador, mas não prova que esse Deus seja o Deus do cristianismo, o Deus da Santíssima Trindade. O que nos assegura que Ele o seja é a Revelação, a fé. Mas, depois de dois milênios de cristianismo, não temos indícios suficientes da ação de Deus no mundo que nos permitam reforçar a fé com novos argumentos racionais? Quando digo que a prova pela contingência só nos oferece uma "certeza razoável" em vez de absoluta, estou me referindo ao Deus da cristandade, não ao Deus genérico; é claro que da existência deste a prova lógica dá certeza absoluta, mas isso, evidentemente não basta.
"O desejo imoderado de subir socialmente muito acima das próprias capacidades intelectuais é uma DOENÇA MENTAL GRAVE que só pode ser curada mediante a devolução do doente ao lugar modesto que lhe cabe naturalmente na hierarquia dos méritos e poderes. No Brasil essa doença tornou-se endêmica e requer uma ação firme e urgente antes que a presença dessas pessoas nos altos postos leve o país à catástrofe. Não existe o direito à incompetência presunçosa, ao fracasso arrogante, ao desastre triunfal."
“Quando sabemos o que devemos fazer, e como devemos fazer, basta que, para estabelecer isso como um conselho, se mude a forma de expressão e se dê a volta à frase, dizendo, por exemplo, que importa não nos orgulharmos do que devemos à fortuna, à sorte, mas do que devemos a nós mesmos. Dito assim, tem a força de um conselho. Mas, expresso como um elogio, será: ele não se sente orgulhoso do que se deve à fortuna, mas apenas do que deve a si próprio. De sorte que, quando quiseres elogiar, olha para o conselho que se poderá dar, e, quando quiseres dar um conselho, olha para o que se pode elogiar.”
O traço mais saliente da miséria cultural de um país é a proliferação endêmica de idéias esquisitas, surgidas de idiossincrasias pessoais ou preconceitos grupais e locais sem nenhuma raiz na História do pensamento, no 'grande diálogo', como o chamava Mortimer Adler.
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