Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Lágrima vertida
versejava,
quando uma lágrima caiu
na poesia que eu forjava
o meu poetar quem sentiu
e viu,
que era o amor que chorava
de uma saudade que partiu...
Maio, 08, 2016
Cerrado goiano
Lágrima,
Tão frágil, tão pequenina
Ao vê-la nem se imagina
A imensidão do sentimento
O carisma de seu surgimento
O silêncio
Assim, como do fundo da solidão
O silêncio emudece
A voz da saudade cala o coração
Com mutismos que a alma conhece
Nas lembranças que a dor adelgaça
O amor, a angústia, a emoção
Onde o caçador torna-se caça
Desembocados no vazio
Da esperança, da ilusão
Engasgados no arrepio
Do abafado ruído da interiorização
E o silêncio se faz sombrio...
Até mais!
O tempo é indefinição
Eu vim parar no cerrado
Onde não tem inclinação
O por do sol é encarnado
E a secura racha o chão
Também, é encantado...
Eu vim buscar a benção
E encontrei o meu fado
No amor outra direção
Na vida o meu real cais
No coração só devoção
Na poesia tantos anais
Daqui, levo a gratidão
Até mais!
Cerrado...
Onde não tem inclinação
O por do sol é encarnado
E a secura racha o chão
Aqui, no planato encantado
Assim, como do fundo da solidão
O silêncio emudece
A voz da saudade cala o coração
Com mutismos que a alma conhece
Quem já passou pelo amor
E nem se quer na dor doeu
Ou não amou, ou morreu
Pois amar é mais que o eu
É vida de encontros, valeu
E desencontros, aí perdeu
Então, seja nobre no amor
Pois o sofrimento é plebeu
Teoria de amor
Na noite solitário já chorei
Naquela música emocionei
O tom de tua voz lembrei
E vi que assim me apaixonei
Na solidão já fui peão
Da dor eu fui escravidão
Do sorriso apenas irmão
E vi que das falas fiz canção
No medo eu já me perdi
Por um alguém eu já sofri
Tal ligação eu não atendi
E vi que muito tinha por vir
Nas juras prometi eternidade
Me encontrei em falsidade
Dos beijos eu tive saudade
E vi que muito era brevidade
No vasto e pouco eu tentei
Alguns momentos eu odiei
Outros fui magoado e magoei
Amei, fui amado, e não amei...
Depoimento
A caixa de surpresas do planeta
Está cheia de espantos e trova
Em cada rima o coração do poeta
E nos lamentos o amor à prova
Se és do cerrado
Quanto mais amado
O cerrado é admirado
Se és sem moradia
E vive em romaria
O cerrado é ousadia
E aqui tem poesia!
E desde então, sou cerrado
Desde quanto cá vim
sou árido, ressecado
Por servidão, assim
cá estou, sou, até o fim...
Se buscar bem terás achado
Não os galhos (ressequidos) do cerrado
Não o chão (cascalhado) do cerrado
Mas a diversidade (inexplicável) do cerrado.
(Parodiando Carlos Drummond de Andrade)
És entre montanhas e flores
Amante dos amores
Unicamente mãe, mulher
Limitada em chorar, forte nas dores
Sua poesia é lírica no que disser
Nunca foi de fáceis caminhos
Em suas ruas de subir e descer
Teu rosto nos dá vastos carinhos
Na tua solitária solidão és ronda
De um amor vário, nunca de espinhos
Poetisa maior, teu nome é Verconda...
(Para a poetisa capixaba Verconda Spadarott Bullus)
Eu não tenho mais saudade
Tu trouxe vida na minha vida
Tu foste amor de verdade
Eu já estou de partida
De partida!
Pois quem vai volta
Volta na saudade,
de ida e vinda
Embora seja outra rota
Várias até que se finda
Então,
que venha outra cota
E também outra filosofia
Pois a vida é uma pelota,
e viver uma mercearia...
Sou de onde o cascalho forra o chão
Onde o vento se perde no horizonte
Aqui nasci, e a poeira trago na canção
Sou do cerrado, árido, a minha fonte
Onde bebo da água da poética ilusão
A volta
Quando eu partir
quero ir com saudade
assim, poderei sentir
saudade e liberdade
juntas no meu existir
arrumadinhas
sem nada por vir
só lembrancinhas
que as carregarei
no meu poetar
e assim, estarei
lembrando, sem recuar
sem mala, sem passaporte
pois estou voltando...
me deseje sorte!
E assim a poesia é reticência...
Começo, recomeço, interrupção
De balanço na ilusão em reverência
Num recanto totalmente atemporal
Dum balé de palavras em penitência
De amor, alegria, lágrima, em arte final
Assim eu
Nada fui tão igual
Nada tive ovação
Nada foi excepcional
Nada encontrei em vão
Sempre fui usual
Sempre fui exceção
Sempre fui atual
Sempre fui exclusão
Um solitário nunca só
Um amante sem paixão
Um alegre de dar dó
Um genuíno de tradição
E neste novelo de nó
Aprendi a poetar grão a grão
Como companhia de um caxingó
14/05/2016, 03'35"
Cerrado goiano
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