Poema Sobre Solidão
JUBILA CANÇÃO (soneto)
Bendito sejas o amor, ao coração meu
Que desnudou o breu da minha solidão
Em luz, das andas minhas na escuridão
Quando a sombra, me era o apogeu
Bendito amor, que me estendeu a mão
Como quem no amor oferta o amor teu
Sem distinção, pois, dele dor já sofreu
E então sabe aonde os vis passos dão
Bendito sejas, que no prazer plebeu
Trouxe amor à vida e, boa comunhão
Ao pobre pecante, dum âmago ateu
E então, neste renascer com gratidão
Que no peito uivou e angústias moeu
Do solitário pranto, fez jubila canção.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
Minha cama
É feita de solidão
Revestida por frieza
Fui eu mesmo que a fiz
Com os materiais que
Você me deu.
Sou viajante.
E não preciso de muito para isso,apenas um café,um punhado de solidão e doses de pura sensibilidade poética.
Imagino cidades amarelas com tons laranjas abaixo de um céu esverdeado;
percorro casas abandonadas,ferrovias vazias e cemitérios cheios;
Choro com os órfãos que foram maltratados e esquecidos;
Durmo na rua com aqueles que não tem a quem pedir socorro;
Encontro paz com aqueles que fazem a guerra;
Faço jardins em trincheiras e dou cor a Auschwitz.
Transformou a dor,encubro a tristeza e distribuo sorrisos.
Me chamem de louca que eu lhes mostrarei onde está a insanidade.
NOSTALGIA
Deito-me na solidão
Coração na mão
Desvario ansioso
Peito ferido
Silêncio sem sentido
Suspiro na contramão.
Não há outro lugar para ir
a não ser me assistir
de perto na caverna
vazia de mim.
Um grito sufocado doma
meus sentidos
e me faz refém .
E todos os cantos espelham
sobre meu corpo
o murmúrio
o cansaço
o desaprumo
o enredo nostálgico
de um amor puro
que um dia desenhei
Mas que por um destino atroz ...
Não vivi .
Sob espinhos adormeci .
SOLUÇÃO
Minha mente vive perturbada
Pelo sentimento da solidão
Todo dia nessa vida tumultuada
Ela se encontra sofrendo calada
Somente uma pessoa
Inteligente e boa
Seria capaz de me livrar dessa prisão
A qual chamamos de solidão
Ela seria ao meu ver a perfeição
Linda, de bom coração
com um belo sorriso
e sem uma segunda intenção
Creio um dia poder realmente a conhecer
E Enfim para de sofrer
Apesar da dificuldade de acontecer
Esse sonho é o que ainda me motiva a viver
Enquanto isso fico eu e a solidão
Chorando as magoas de uma antiga paixão
De um sonho, uma ilusão
De uma expectativa que acabou em destruição
Dor da Solidão
Você se foi,
Não sei o porquê,
Talvez quisesse me proteger,
Ou somente gosta de me ver sofrer,
A crença em dia poder novamente a ter
Faz-me prosseguir,
Faz eu me reerguer,
Faz-me ir lutar e vencer!
Deus pensa que não devo sentir dor
Afinal o que sou eu?
Apenas um escravo do amor,
Ou somente mais um mero sofredor?
Posso não ser a perfeição
Mas sim, eu tenho um coração.
Quando você se foi,
Lamentei ate minhas lagrimas virarem uma oração!
Sem você não encontro solução
Sem você perco toda a razão
Destino? Acho que não
Apenas mais uma ilusão
Eu não quero mais amar,
Só quero sorrir e caminhar,
Mas meu amor é tão potente
Que sem você não posso viver tranquilamente!
Nada mais me resta,
Não vejo mais motivos para festa
Quero apenas novamente te ver
E nunca mais a perder…
Amor e Dor dando o contraste
Nesse horizonte novo, sem cor,
Talvez esse seja um fim,
Ou apenas mais um teste para mim.
Porque ainda insisto em tentar?
Porque não desistir ou parar?
Porque apenas não a abandonar?
Porque não a esquecer e recomeçar?
Solidão,
Porque não volta para a escuridão?
Porque não se tranca em seu porão?
Porque não sai de meu coração?
SOLIDÃO
Eco das fragas
Grito de dor
..........
Giesta queimada
solidão na serra
........
Uivo do lobo
fome no caminho
........
Grutas no monte
sombras escuras
..........
Semeamos a terra
fértil seara
........
Estevas perfumadas
dormir ao relento
...........
Corriça vazia
pastor só
.......
Escola vazia
tempo perdido
..........
Aldeia perdida
morte certa.!
Eu queria você
Nesse momento de solidão
Com uma lata de cana eu choro
E com duas eu peço perdão
Aqui nessa mesa de bar
Tomando uma caninha
E pra completar, meu amor
O tira gosto é charque e farinha
Gritando no seu portão
Já estou bebo cego
Pra falar dessa paixão
A minha vaca foi pro brejo
Quem é você
Que alimenta a minha paixão
E me deixa na ilusão
De ter você aqui comigo.
“SOLIDÃO”
Na solidão dos meus dias do tempo que vivo agora, lembro minhas orgias da minha vida de outrora, e nesta vida que levo, é solidão companheira, sem ter alegria, só melancolia é parceira, em meu apartamento olhando pela janela, vejo o céu e mim pergunto, onde será meu lugar! Olho La em baixo e vejo tanta gente contente e descontente a andar.
Carlos Augusto.
PESCADOR DE CORAÇÕES
Navego nos rios da vida a procura de emoção
Solidão é companheira, pois não tenho um amor
Profissão: sou pescador de coração, e de coração sou pescador
São corações muito tristes, precisando de carinhos
Corações amargurados, às vezes sangrando de dor
Mas eu cuido com carinhos te devolvendo amor
E soltando outra vez nos rios, volto a ficar sozinho
Assim fico pescando mais coraçãozinhos,
E de tanto só pescar nunca pude com nenhum ficar!
Mas já estou muito cansado, e quero aposentar
A espera de alguém que venha o meu pescar.
CARLOS AUGUSTO.
As Vezes
As vezes meu silencio é estratégico
As vezes meu silencio é solidão
As vezes meu silencio é analgésico
As vezes meu silencio é só canção
As vezes meu silencio é só um medo
As vezes meu silencio é armação
As vezes meu silencio é só o tédio
As vezes meu silencio é sim e não
As vezes meu silencio é só mensagem
As vezes meu silencio é apagão
As vezes meu silencio é uma bobagem
As vezes meu silencio é nada e não
As vezes meu silencio é um vicio
As vezes meu silencio é vazão
As vezes meu silencio faz sentido
As vezes meu silencio furacão
As vezes meu silencio é só eu mesmo
As vezes meu silencio pá e pão
As vezes meu silencio é poesia
As vezes meu silencio é terra e chão
As vezes meu silencio é você
As vezes meu silencio coração
As vezes meu silencio é todo mundo
As vezes meu silencio contramão
As vezes meu silencio é alegria
As vezes meu silencio é noite é dia
As vezes meu silencio é só silencio
As vezes meu silencio é dor,plantão
As vezes todo mundo acha estranho
Meu silencio,meu tamanho
Minha desaparição.
Talvez é melhor que não aconteça
Que o suspiro da paixão desapareça
Que a solidão amadureça
E que se transforme uma nova canção...
...viver a nova e encantadora vida
Ame a si, aprenda a conviver consigo mesmo
Não espere pelas felicidades externas
A fonte jorra dentro de ti
O caminho é você que escolhe.
Não culpe ninguém, reflita, adentre pra dentro de si
e vera um mundo novo a ser descoberto.
A solidão não se condiz em estar só...
Não se alimente de frases de destruição
Se afaste de pessoas que te minem as energias
Dê um suspiro e um passo e verá
O quanto é bom poder viver nessa estrada
Quem te ama te quer bem e não espera de ti nada em troca
"Não é a felicidade que une duas pessoas, mas o triste sentimento de solidão que nos faz buscar alguém que nos faça feliz; desejando assim a felicidade do outro tendo nossa felicidade."
"Reflexões" Resende, 27 de Janeiro de 2016.
A dor te faz poeta
A alegria te faz esquecer
A solidão te persegue
A tristeza te faz crescer
O sorriso te deixa forte
Mas te leva a morte
As lágrimas acalmam você
Mas só podem sair quando a solidão vem te ver
Para a armadura cair
E o verdadeiro eu triste e assustado brevemente surgir.
Quando em seu olhar navego,
vejo ondas de um mar revolto
Em uma contundente solidão...
Mas um inebriante desejo
de navegar pelo meu corpo
e possuir-me com paixão.
me afoguei em solidão, e pelos erros minha vida se perdia o encanto.
tinha pesadelos pelas tristezas,essas tristezas me fez apagar minha excencia.
mais tive bons sonhos, por todas as lagrimas que disciparam.
acreditei na luz! que na minha mente todo escuro me fez voltar enchergar.
acordei com um sorriso, e meu primeiro passo, me fez perceber.
minha casa não era mais a mesma pois o ambiente era mais claro.
levantei minha cabeça, e enxuguei todas minha lágrimas e disse!!! glória ao nome do senhor.
pois minha vida, não vivo pelo meu agrado, e sim para ao agrado de deus.
Básico são os outros
Básico é copo d'água sem gelo e uísque Cowboy sem emoção
é solidão abundante e tristeza falseada nas mesas dos bares
básico são os olhares chorosos das pessoas
escondidos por detrás de largos sorrisos de desespero
e o desesperado soluço engasgado no peito
na iminência de rasgar as entranhas de dentro para fora
e transbordar feito fazem os vulcões em cólera.
Básico é o levante furioso dos insetos
disputando os melhores lugares em sua parede favorita
carregando e entremeando os restos mortos de carne
que se encontram caídos no chão
levando-os para as fendas e buracos abertos pelos pregos sujos
que sustentam os engordurados quadros com propagandas
de conhaque, cerveja e cachaça.
Básico é uma pitada de raios dourados de meia lua na retina
e uma noite inteira cheia de estrelas num céu à sua escolha.
Básico é não querer ser o que não se é
e sendo, não ser o que se pode.
Básico é sentir a poesia entrando pelas narinas
queimando a pele, alterando a pulsação
feito o vento frio que maltrata o corpo em uma bucólica manhã de inverno.
Básico é não morrer de véspera, por antecipação
ou viver a vida numa pressa desmedida
embalado por um repetitivo e antiquado refrão.
Básico é embriaguez no mês de dezembro
- às vésperas do natal -
sem pessoas nos pontos de ônibus
cães ladrando pelas ruas
e larápios espreitando a melhor ocasião.
Básicos são os tombos que se cai no caminho de volta pra casa
com a gravata retorcida no colarinho da camisa
e a cara amassada de tanto sono.
Básico é a chave da porta da sala
que insiste em não abrir a fechadura do portão
e o movimento do lápis desembestado na folha
e o da borracha, desgovernada na contramão.
Básico são os outros, nós não.
Na solidão da noite te procurei e não te encontrei
O meu coração solitário clamava por ti, esperando te ouvir.
Os meus pés descalços apressavam a te encontrar em qualquer lugar.
Os meus olhos atentos buscavam os seus que se perdeu.
O meu corpo suado desejava o seu que um dia foi meu.
Procurava te encontrar por todas as cidades e além mar.
Vaguei por toda direção, mas te encontrei dentro do meu coração.
Fora de cena
Saio de cena
fecho a cortina
Aplaudo meu eu.
Preciso calar
Solidão é meu palco
Saudade minha peça
Monólogo ensaiado
Desvairado
Metade gritando
A outra amando
Fátima Lima
