Poema Sobre Solidão
Pergunto à lua o que é ser poeta
ela que por tantas noites se esconde
hoje em silêncio me responde
que é ter a vida incompleta.
Coração sem mágoas, tristeza ou alegria
Nunca houve ódio, porém amor também
Onde ninguém mora, sequer visita
Escolha própria ou cruel destino da vida.
Não existe caminho, sentido ou direção
O sorriso não é sincero, nem o aperto de mão
Não se sente medo ou arrependimento
A lei do tanto faz, não faz diferença
Dias sem rumo, noites sem sonhos
O corpo que vaga, a alma que chora
Um copo cheio e uma vida vazia.
Sozinha
"Perdi o rumo de meu caminho,
Desde o dia que você partiu.
Não aprendi a ficar sozinha.
Minha alma senti muita dor com
sua ausência,
Não sei lidar com essa saudade,
que insiste em me perturbar.
Não tenho vontade de seguir adiante,
Os dias vão passando diante de minhas
lembranças,
A solidão vai se tornando um tormento,
e meu coração rejeitando a realidade.
Não sei o que pensar...
O que fazer sem você?
Só me restou a dor da separação,
e a certeza que nunca irei te esquecer."
(Roseane Rodrigues)
olho para o alto que vejo
é profundo do teu coração...
com tantos olhares,
nada pode compreender
tanto sinto nesse momento...
na solidão ouço sua voz.
Nos vales das sombras tenho teu corpo
e ofereço sua alma aos chacais,
sobre o rio dos mortos clame por tua vida...
mais moedas de ouro
e outros sacrifícios são detalhe.
num mar de sangue que cobre teu corpo
sem alma ou espírito,
expresso aos anjos que voltem
entre as chamas revoltas
devoram o tempo até o luar
que verte em sangue,
marcando o exato momento caminho das estrelas.
na loucura conheço teu amor,
o fogo consome...
a morte em chamas...
sua vida é uma passagem
para o qual o mundo nunca esqueceu,
que assassinei muitos pelo teu amor...
e tudo que quis foi viver para sempre...
laços eternos.
embora seja seu coração alimentado por o destino.
frio momentaneamente seja ex dessa vida,
recomposta bela como a ferida do profundo ser...
deslocamento pela virtude do terror do coração preso na desejo da morte.
estou sem ar...
ninguém compreende o fogo que consome o coração...
sob um abismo de emoções jogamos o sentimento a tal
perfeição esquecida para eterno deslumbre...
fantasias do tempo e do espaço.
como então voar sobre o luar que sangra,
sentimentos de lagrimas esquecidas nessa vida,
sonhos esquecidos na loucura dessa existência...
crua loucura insana... diga que a magia do mundo,
começou ao amanhecer.
diga que amas
dentro da simbiose
grite uniforme da sutileza,
banida de terrenos absurdos.
unilateral de teu glamour...
seu gemidos que expressam
tua beleza purpura,
vertiginosa alucinação...
para o caos da sedução
estremece a cada estante.
do teu corpo inerte
ao delírio de gritos...
no apogeu de suas cavas,
lagrimas escorrem
num parador perdido...
nas paredes marcas do sentimento.
que esbouça um olhar vidrado
sob tal o luar cobre tua nudez...
se cala involuntariamente,
ao tal impulso que deseja...
sois o vento,
águas que corre pelos córregos
da alma,
pro os ares da solitude,
clama por glamour que lhe da a magia eterna,
dessa voz que paira sobre as planícies
aonde a matilha passa deixa parte do teu coração,
por aonde a chuvas caem... cachoeiras...
sendo tenores que voam nos pensamentos...
declarando o amor em sua vastidão...
passos se tomam com passado
entre as nuvens a luz do teu olhar,
que tanto encanta a supremacia benevolente,
as hástias do mar sorrateiro...
até a divergência que sopra por teu espirito,
dessa que é profundas decorrentes
da alma nesse momento se perde
entre laços da eternidade,
os fatos passados no ermo do destino,
mero sentimento a luzes das estrelas,
trevas, sorriso da noite doce espera...
nos braços do amor.
Nunca demorei-me num lugar
morei pouco porque morei às voltas
e nunca mobiliei um objetivo.
O apartamento comprado tinha belas texturas
combinando a força dum azul cansado com um áspero rubro
e os dois pareavam sem atenção, flácidos
em paredes de gamas opostas.
Simples janelas de alumínio,
quadradas, respingadas de tinta,
eram no entanto minha casa.
Abri-las e respirar qualquer ar
faziam-me dona de muitos limites
e eis porque viajei até aqui
como se tivesse desterrado
com uma maculada mão cuidadosa
algum fim.
Ouvi qualquer voz dizendo: “não sangre tanto”.
e outra, engasgada, que desconfiada de mim
tapava a minha boca com a exausta lama das lamentações.
Ouvir – estou vendo a alta cúpula do Desejo
que minha mão não toca por cansaço.
Deixo-me porque pisar determinada é artifício,
um soluço na câmara lacrada -
toco o vidro e ele se ergue imutável.
Contenho bem pouco em mim
e em redor só vejo o que exalo
um semblante circular em espiral
de uma voz
- só para mim -
sempre incógnita.
Dois ônibus freiam lentos
e a gente dentro se imobilizou, atenta.
Eu buscava um afeto magro para aonde fora
e voltei de mãos vazias, com sons mais vazios nas mãos.
Cantem as ruas de medo
a noite calada é de fato cínica, dúvida, e o corte no céu foi profundo!
Contei cidades, bilhetes de ônibus, pequenos pães-de-queijo
peço que mantenha-me acordada a vida, ao menos,
e uma fileira de portas de padaria pichadas
tantos nomes lá, incluindo o meu próprio
sobre os filetes amontoados de retângulos cinzas.
Seu diário
Essa menininha do meu bem querer
Um dia registrou em seu diário
O sonho de mocinha que viveu.
Falou das flores que ganhou
E dos bilhetinhos que lhe enviei
Confessando o meu amor.
E dos segredos que escreveu
Contou do sono que perdeu
Desejando o meu calor.
Narrou o encanto de menina
Ansiosa por meus beijos
Desejando me entregar.
Essa menina que tanto falou de mim
Nos sonhos e confidências que escreveu
Quando dantes nunca conhecera outro amor.
De menina após mocinha
Em mulher se transformou
Sem saciar o meu amor.
Mas levará sempre contigo
No diário do teu coração
Tudo que um dia a fiz sentir.
Edney Valentim Araújo
Olhastes para mim
As lágrimas que vertem os meus olhos
São fragmentos do meu coração
Que se perdem nas desilusões.
Olhastes para mim
Como um vidro transparente
Sem reter o meu olhar.
Eu, que me vejo no brilho dos teus olhos
Refletindo a minha alma carente
No fôlego da tua alma vivente...
E dos fragmentos
Eu me procuro em tua vida
Em cada pedacinho desprendido.
Edney Valentim Araújo
sentimentos que devastam o coração...
além dessa vida que desdenho...
cálida revolta que amargura
em tempestade dentro do meu coração.
anoitece sobre minha alma perdida de um desejo,
inóspito sentimento que retalha o coração sem esperar,
momentaneamente ouço o vento pairar até a morte seja breve o sentimento morto por sua vez esteja para sempre em meu coração.
em tantas as vezes que descordei até de minha existência, ferozmente sinto a dor que desmantela a vida e cobre cálida vida atroz.
seja traço do esquecimento
a flor que desabrocha nessa alma que morre
em patamares que o mundo é apenas um julgo do passado.
Estranho...
Não sei se estranho, bom
Não sei se estranho, ruim
Ou, se simplesmente, estranho
Mas deitar e não ter em quem pensar
Por quem suspirar
Por quem sonhar, ou até perder o sono
É um trem estranho de se viver
Será que o coração está vazio?
Será que chegou a paz que tanto pedi pra Deus?
Não sei...
Estranho não chorar
Se amo, não quero amar
Se não amo, quero procurar
É sarna pra me coçar