Poema para uma Amiga que se Mudou

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⁠TRIBUTO

Eu acato cada verso de uma poesia
Com gosto de ventura e de passado
Onde cada ritmo é um elevo sagrado
De dourado sonho e sentimental via
Bendigo o vocabulário em sintonia
A ousadia duma inspiração, ao lado
A poética que faz do bardo fadado
Ao tom intenso que d’alma contagia

Os versos são eternos, com riqueza
Da mente que tem saudade, tristeza
Também, de ser emotivo, ser amado
Sensação que torna vez em quando
A imaginação no imaginário voando
Para se tornar no aplauso venerado

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 fevereiro, 2022, 15’25” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠POLÊMICO

O cerrado é um lindo chão discordante
Polêmico, diverso, uma sensação inteira
Vive na transformação, e é tão gigante
Na pluralidade, no devaneio, na poeira
Para uns ele se posta mais entediante
Árido, frio, um tropeço, uma fronteira
Outros, porém, tem o recanto diante
Prisioneiros do encanto a vida inteira

E rebrota, e é cinza. E acaso, quando
Se volve o notar pelo caminho andado
O sertão que nos mantém encantando
E, que deixará no trieiro duro percorrido
Cascalhado: uma surpresa, e o admirado
Fascínio. Pois, é de imprevisto contido...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24/01/2022, 08’17” – Araguari, MG

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⁠MINHAS POESIAS

Eu as escrevo tal qual a uma prece
Desfiadas do sentimento ao dispor
Se dando mais que nunca por amor
Ocultas na sensação que as aquece
Eu as deixo na ilusão que enriquece
Ninadas numa emoção a lhe compor
Catadas da existência com tal vigor
No ímpeto da poética que a apetece

Das poesias, sofredoras, mas ditas
Esfoladas no cenário das desditas
Cada qual com a sua tal antologia
Minhas poesias, o sentido exposto
Do âmago desnuando o seu rosto
Ao agrado, numa sede que aprazia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 fevereiro, 2022, 15’36” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SER DIFERENTE

Ser um soneto ou uma trova, ser diferente
Afim aos olhos de quem sabe o bem olhar
Suspira, chora, tal qualquer um que sente
Nos teus versos, também sabe bem versar
Apenas distinto, interpele sem machucar
É na tua prosa que tem o prosar inocente
Duma gente de vario sentimento para dar
Que pressente, aprecia, sabe ser presente

Cada canto com a poesia e sua inspiração
Então, deixe de lado o desprezo, a aversão
Seja o coração, uma compreensão, tente!
Afinal, mãos conforme, a escrita desigual
Pois, numa trova ou no soneto, cada qual
Com a sua essência, por ser tão diferente...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 março, 2022, 21’58” – Araguari, MG

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⁠MEU PRIMEIRO VERSO

O meu primeiro verso, versado
De uma ilusão nascida, da vida
De um sentimento enamorado
Sentido, tido, vivido e suspirado
De prosa tão simples, escoada
De um acaso puro e encantado
Tecendo uma quimera dourada
E significado ao poeta ofertado

Foi lhano o verso, alvo, inocente
Porém, o agrado simplesmente
Num repente de amor e vontade
E, este primeiro versar, versado
O guardo inesquecido e amado
N’alma, imbuído na eternidade...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 março, 2022, 11’04” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VOZ DO VENTO

Uma agonia! a voz do vento que murmura
No cerrado, sussurrando aquela saudade
De outrora, em uma sensação pela metade
Sobra de um sonho, esquecido numa jura
E o vento no terreiro vai pela noite escura
Gemendo entre os galhos tortos em riste
A melancolia n’alma e no coração insiste
Expondo ao verso um versar com tristura

Vai e vem, bafeja, suspira, queixa, farfalha
Um vendaval choroso, cortante tal navalha
Revivendo aquele amor perdido. Um talvez
Ah vento! Quanto falta, ah! quanta solidão
Que sinto no peito, que se vai na vastidão
Ermo, dos mimos ameigados a minha tez...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 março, 2022, 14’21” – Araguari, MG

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⁠girassol

girassol, gira
pira, mira, vira
num carrossel pro sol
e se curva em mesura
em uma beleza pura
para o arrebol...
gira, girassol!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21, abril, 2022, 15’03” – Araguari, MG

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⁠ABANDONO

Talvez, tudo, já ti tenhas esquecido
A saudade já não é mais frondosa
Em uma parte do passado, a rosa
E os ternos suspiros já sem sentido
Perdeu-se aquela forma carinhosa
Pois, agora, um vazio enternecido
Aquele palavreado a nós divertido
Se calou, o que já foi a boa prosa

Do olhar, apenas, breve recordar
Da rizada, dos gracejos, um dia
Cá na ilusão, o apesar, contudo
Só, errante, a poesia a murmurar
Sob o céu do cerrado, penosa via
Passado, deves ter esquecido tudo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de abril, 2022, 11’38” – Araguari, MG

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⁠A VELHA RUA

Passou o tempo, ligeiro, distante
e a lembrança ainda uma guria
guardou aonde brinquei bastante
aquela velha rua... terna poesia!
Então, encanecido e inquietante
saudoso quis revê-la. Tão vazia
suas calçadas. Estreito instante
velhos momentos, velha alegria

Achei, por ali, tudo tão desigual
outrora garrida, agora com danos
avelhada, cansada, quase casual
Casas idosas, calçamento mordaz
iguais a mim, se foram os anos
e a velha rua, por fim, contumaz!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 de maio, 2022, 16’34” – Araguari, MG

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⁠PRELÚDIO

Estes versos que faço estão dispersos
Em uma saudade que me faz perdido
Tal um bardo com versos sem sentido
De sentimentos duramente perversos
E a intensidade de afeto encandecido
No olhar, agora, vazios, e tão reversos
No acaso vil, fadados a findar imersos
No silêncio... de um poetizar repartido

Versos sem poética, sem a singeleza
De um toque, do cheiro, e da certeza
Do ter mais. Um prelúdio enfadonho!
Falte tudo ao aconchego, a inspiração
Mas, me reste a sensação da emoção
Da paixão na poesia, cheia de sonho!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 de maio, 2022, 04’39” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PROSA DE AMOR

O amor é uma linda inspiração torrente
Poético, doce quimera, sedução inteira
Que um dia se encontra tão de repente
No vínculo, no olhar, na afeição fagueira
Para uns ele é de maneira surpreendente
Brando, de agrado, uma paixão primeira
Outros, porém, de sua vida lhe é ausente
Cativo duma solidão. Nem eira nem beira

E o tempo andeja, seja. E acaso, quando
O toque, o cheiro, assim, tão enamorado
Basta, então, sensações vai provocando
Ah! o amor, emoção na vereda percorrida
Aquele sentido, um sentimento ao lado...
É sempre a suave poesia em nossa vida!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 junho de 2022, 17’17” - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VERSOS A MAIS...

Como é cruel uma poesia sem ser amada
E tão vazia e tão cheia de nada, rarefeita
Com as rimas de dores e tão desfigurada
Com sua prosa mal traçada e insatisfeita
É sempre trágica e sem nem um sorriso
E teus versos são iluminados por círios
Da desilusão, mentido estar no paraíso
Se nas entrelinhas truculentos martírios

Ah! tudo tão desgastante está história
Quando não tem no amor a sua glória
E aquela paixão não há nos reais ideais
Na prosa os versos de poética adunca
Que sem o amor e de um amor nunca
Sentiram sensação, são só versos a mais!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Junho 20, 2022, 06’45” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A POESIA É UMA PROSA

Mas como não entreter se a poesia é prosa
Um momento singular, feito duma quimera
Da flutuação e uma imaginação em espera
Ora triste, ora contente... mas harmoniosa!
Assim, cada verso, naquela direção airosa
Cheio de cheiro, do colorido da primavera
Que o encanto de um bardo nos assevera
E, sempre duma existência, a rima jeitosa

Ah poeta! Da poesia um criado e senhor
Num só sonho de inspiração a compor:
Desencavando a sensação inteiramente
Palavras da entranha que alegram o triste
Ou que entristecem a alegria, mas insiste:
Naquela emoção que prosa à toda a gente.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 julho, 2022, 16’14” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PAINEL

Matinada. O raiar na sua romaria
Do alvor, agradável e tão disposto
Verseja em uma encantada poesia
No marco da invernada de agosto
E, as flores em sua principiante via
Da primavera, dum belo composto
Curvado pelos bafejos da ventania
Num balé, vibrante e predisposto...

Lantejoilando o olhar, a borboleta
Que aformoseai os versos do poeta
Versos, estes, de cor, vida, do viver
Um painel, poético, leve, mimoso
Criando um versar tão primoroso
Pintando, no cerrado, o amanhecer!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31, julho de 2022, 06’23’ – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TANTO MAIS

Queixo-me da redação de uma distinta prosa
Com mimos, amor, daquilo tudo que agrega
Uma sensação envolta naquela ofertada rosa
Suspiros, a quem o destino liberal nada nega
Assim, um versar, da ânsia que não sossega
Em torno do ideal, que esplende, da viçosa
Forma, dos sonhos que a ventura nos lega
Ah! irreal poeta! Quanta reticência fabulosa!

Então, dá-me iluminação divina, ó imaginação
Aquele cântico sussurrado do poético coração
E não apenas os versos habituais e tão iguais
Dá-me a consolação da beleza, dá-me ovação
Ver fulgir na inspiração sentimento e emoção
Com de vida, sentidos, prazer e tanto mais...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2 agosto, 2022, 06’30’ – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

DÚVIDA (soneto)

E.… uma dúvida que me atormenta
A divisão que no amor em que ando
Padeço e sofro, num vazio, quando
O perdão e culpa, a qual me alimenta

Silêncio e traição sufoquei amando
Na ânsia de querer-te sem tormenta
Ah! Como dói este olhar que ausenta
Pois, o desejar no coração não mando

Tenho o dia estonteado e sem atitude
Choro, e com que ardor eu quisera
O afeto, agora confuso e sem virtude

Sinto que prodiguei a paixão sincera
Se sofro, porque invadir-te não pude
E nas incertezas, difícil é essa espera...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 de janeiro de 2020, -Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

EM UMA MANHÃ DE CHUVA NO CERRADO

Verão. Defronte o cerrado. Chove além
Abro a janela, o cheiro de terra molhada
A melancolia... na imensidão, me provém
Invade a minha alma, e ali faz pousada

Sobre o pequizeiro as gotas, e também
O meu olhar, que pinga lágrima mastigada
Suspirando o ar úmido que dor contém
E no vaivém, do vento, lembrança alçada

Olho o céu gris e vejo o meu poetar triste
E o pranto do silêncio por onde sumiste
Encharcando de sofrência a vil inspiração

As águas cantam. Rolam, caem. Um vazio
E na enxurrada um padecer tão bravio
Que vai arrastando a saudade e a ilusão

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CREPÚSCULO DO TEMPO (soneto)

Vê-se no espelho, e vê, pelo tempo fugaz
Uma desconhecida face que ali se ilumina
Decaída, expira a mocidade, e aí! termina
A juventude mais pasmada, que agora jaz

Outra ruína mais funda se revela... sagaz
As marcas do andamento... uma heroína?
Não... Furtou-me a idade, pérfida chacina
Mais que ter beleza, foi-se o ânimo audaz

Os fios brancos, e o amarrotado desgosto
Abarrotado de opaco, o intrépido se ver
Pondo no olhar, o luzidio de um sol posto

Chora, o dispor, que não faz então esquecer
Trêmulo no viver, de lágrima triste no rosto
Põe a confidenciar... que estou a envelhecer.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

motivo

eu alegro porque ainda existo
em uma trova incompleta
se na felicidade insisto
porque sou poeta!

sensato ou tolo nas poesias
deixo-me nas asas do vento
gozo e tormento, nos dias:
assim, sou instrumento...

se nas estrofes tenho cansaço
noutras total inspiração
que são mais que um pedaço:
de emoção, rimo com o coração

hoje o dia universal
de agradecimento, comemoração
que seja de amor total
Feliz Aniversário, então!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
paráfrase Cecilia Meireles

Inserida por LucianoSpagnol

ABANDONO (soneto)

Silêncio mudo, rente ao meu lado
Como uma melancolia a sussurrar
Há cem mil sensações a me olhar
E o pensamento vagando isolado

Tanto abraço desesperado, atado
Na imensidão do tempo sem lugar
E inspiração rútila a me abandonar
Todos os dias aqui no árido cerrado

É a solidão, cega, áspera e tão fria
E a nossa vida ficando mais breve
E as nossas mãos sem afável valia

A hora passa, e cobra a quem deve
São as horas que sentencia a poesia
O efêmero, tal a rapidez descreve...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de março de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol