Poema Maos de Semeadora Cora Coralina
Intenso
Realmente não posso ser bom com você
Deixarei de lado toda essa besteira de carinho
Cansei de roubar a cena
Te libertar de um sonho incomum.
Garanto que você sentirá demais
Irá se debater na cama e pensar em morte,
Estarei por um tempo abalado e confuso
Mas tudo não passará de uma culpa inventada.
Sei que lembrará das coisas belas que disse
Me desejará todas as noites como se fosse seu presente.
Mas lhe digo que como o fogo um dia apaga
Apaguei quem me jogou na fogueira,
Estarei perdido no encontrar
E serei o que realmente nunca somos
Serei uma obra de mim.
A COR DO VÁCUO
Como se contemplasse uma paisagem impalpável,
Testemunho recorrentemente
O ocaso e o desassossego dos sóis humanos:
Ainda hospedados na nave d’aurora;
A meio caminho do limite da estrada
Sombria, pérfida e sinuosa;
Dando passos cautelosos, breves
Sobre a obliqua corda bamba
Da falcifórmica alegria,
Cuja sina é ser o corpo
Que sempre tomba
Muito antes de chegar
Á fonte da água cristalina.
A mais pura verdade
É que a flor da inocência
Mal eclode, desabrocha, prospera;
Já sofre voz de prisão
E passa sua vida ----
Que, na gestação,
Emitia uma luz
Tão impávida, ígnea ---
Numa empedernida cela:
Solitária, sádica,
Faca a esventrar
Inclementemente
As vísceras da mental aquarela.
Ah, a onipotência da crueza
É uma força inexorável:
Ela desfila pelas passarelas da guerra;
Ela se alimenta de almas errantes, erráticas, crédulas;
Ela se transforma continuamente
Nos habitacionais carcinomas da selva de pedra.
Ah, a miséria humana
Ah, a sede por vidas etéreas
Sôfrega e celeremente
Apodera-se da nossa chama e medra soberana.
E depois,
A paisagem do vácuo
É o que unicamente sobra:
Não há mente
Não há verve
Não há lembranças nem versos de protesto
E de paixão.
O que vive é um corpo:
Um corpo
Que não ama, não pensa.
Um corpo
Que não sente dor, desejo,
Brisa, luto ou tampouco saboreia a vida.
O que vive,
Finalmente,
É uma matéria
Que apenas anda
E ocupar lugar
Sob a imensidão
Da atmosfera da Terra.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Sei que é preciso Gritar, sei que é preciso Lutar e se for Preciso cuspir...
O meu coração se rasga de dor... não por mim apenas, mas por aqueles que passaram pelo o que estou passando e não tiveram forças para gritar, lutar e se fosse preciso cuspir na cara desses que são detentores momentâneos do “Poder” que se julgam acima da própria Lei que é o nosso único instrumento de Amparo.
AMOR ALHEIO
Eu faria qualquer coisa
Por este estranho amor
Descobri que você é:
O remédio da minha dor
Amamos e nos rejeitamos
Estranho a forma de ver
Tentamos compreender
Este infinito amor alheio
Quem inventou esta forma
De amar sem ser o dono
Sempre longe um do outro
E viver neste abandono
Não mandei meu coração
Apaixonar-se por você
Pois ninguém me avisou
Que seu amor era alheio
Se eu pudesse escolher
E não! O meu coração
Eu faria esquecer
E me libertar de você.
Julgamento
Milhões de juízes cristãos proclamam
Ame uns aos outros como a si mesmo,
Milhões de juízes budistas proclamam
Limpe sua mente e não terá tempo para odiar.
Milhões de juízes hindus proclamam
Em briga de elefantes, quem mais sofre é a grama,
Milhões de juízes judeus proclamam
Uma mãe entende mesmo o que um filho não diz.
Milhões de juízes islamistas proclamam
Alá sobre todas as coisas,
Milhões de juízes em branco proclamam
Não confiamos em ninguém...
O poeta aprendiz
Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante.
Anos tinha dez
E asinhas nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc.
O olhar verde-gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina.
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
E caía exato
Como cai um gato.
No diabolô
Que bom jogador
Bilboquê então
Era plim e plão.
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho.
No fundo do mar
Sabia encontrar
Estrelas, ouriços
E até deixa-dissos.
Às vezes nadava
Um mundo de água
E não era menino
Por nada mofino
Sendo que uma vez
Embolou com três.
Sua coleção
De achados do chão
Abundava em conchas
Botões, coisas tronchas
Seixos, caramujos
Marulhantes, cujos
Colocava ao ouvido
Com ar entendido
Rolhas, espoletas
E malacachetas
Cacos coloridos
E bolas de vidro
E dez pelo menos
Camisas-de-vênus.
Em gude de bilha
Era maravilha
E em bola de meia
Jogando de meia –
Direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar.
Amava era amar.
Amava sua ama
Nos jogos de cama
Amava as criadas
Varrendo as escadas
Amava as gurias
Da rua, vadias
Amava suas primas
Levadas e opimas
Amava suas tias
De peles macias
Amava as artistas
Das cine-revistas
Amava a mulher
A mais não poder.
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita.
Por isso sofria.
Da melancolia
De sonhar o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser.
Montevidéu, 02.11.1958
in Para viver um grande amor (crônicas e poemas)
in Poesia completa e prosa: "A lua de Montevidéu"
in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"
Fala aÊ MorãoO...7 meses hein...uhuul !!!
7 na numerologia bíblica significa perfeição...
Deus usou 7 dias para a criação do Mundo.
São 7 os dias da semana, 7 as notas musicais, 7 foi o número de anões da Branca de Neve. Respeitamos e vivemos segundo a 7ª Constituição Brasileira.Uma das Guerras mais conchecidas foi a Guerra dos 7 anos.
O que mais posso dizer acerca do número da perfeição?
7 astros sagrados, 7 constelações de estrelas, 7 artes e 7 Belas-Artes, 7 signos representados por animais, 7 sábios da Grécia, 7 Princípios Morais, 7 sacramentos, 7 pedras no dominó, 7 mistérios, 7 mares, 7 vidas, 7 cores do arco-íris, há 7 virtudes humanas e também 7 pecados capitais. São 7 os algarismos romanos e há 7 maravilhas no mundo... 7 foram as últimas palavras de Jesus na cruz..
Mas não é por isso que o numero 7 é importante para mim...e sim por que hoje completamos 7 meses e eu tenho certeza que vc realmente é a pessoa que quero passar o resto de minha vida, quero compartilhar os momentos de alegria e repartir com vc os de tristeza, vc foi a pessoa quem escolhi entregar meu coração e tenho certeza que irá cuidar muito bem dele..
E eu espero ficar com você por mais 7 meses, 7 anos, 7décadas, 7 séculos, 7 milênios, pela eternidade a fora...Te amOO furevôr !!! BJãoO
PARABÉNS pra nóis !!
Às vezes me sinto o centro do universo, totalmente maravilhosa!!
Às vezes me sinto menos que um grãozinho de areia...
Às vezes dou gargalhada até doer a barriga!!
Às vezes choro como se no mundo nada mais valesse a pena…
Às vezes sou livre, dona das minhas vontades, faço o que quero por puro prazer!!
Às vezes me fecho, tenho medo do mundo, das consequências…
Enfim… sou mulher e basta! Jamais poderia ser outra coisa!
AMO SER MULHER!!!
Sua luz me ascendeu,
Seu Amor me enlouqueceu...
Uma nuvem de prazer!
Minha sina é te servir,
Meu melhor eu vou lhe dar,
Será assim até o fim...
Desde sempre vou te Amar!
É estranho se despedir de alguém que te fez tão bem. Separar as coisas do passado, que não vão poder fazer parte do seu presente.
Nós se tornamos indiferentes. E nada pode segurar, pois o fim já chegou.
Isso vai passar, mas naquele momento decidi mudar.
Acredito que a vida pode mudar; ver os sonhos e pesadelos que enfrentamos.
Não, não acredito que foi em vão. Encontramos na vida, pessoas que nos fazem parar por dias e noites, meses e anos, mas nada é tão importante quanto o primeiro encontro, o primeiro olhar e nosso primeiro beijo.
Chorar por que acabou, ou sorrir por que aconteceu? Frase difícil de colocar na realidade. Tirar da teoria.
O dia vai nascer, e novas pessoas eu vou conhecer, e quem sabe encontre, alguém que me faça sorrir, me deixe sem fôlego como você deixou.
Não perdi você, você não me perdeu. Nós amadurecemos e ganhamos experiências.
Mas quem teve mais, sempre é o que recebe a noticia do fim.
Guardo cada pegada, cada jornada longe de um olhar que não vi passar.
Vivo, por toda eternidade em meu coração, em minha memória.
Você pode me ter feito feliz, mas hoje, lembrar de ti me corta ao meio. E tudo isso vai melhorar, quando eu decidir mudar.
Quando eu apagar você da minha vida, e o primeiro passo, vai ser dizer.
Adeus.
Quem é você, que me tira o juízo?
...e meu cabelo me faz alisar
quem é você, que me arranca suspiros?
...e minhas pupilas faz dilatar
Quem é você, que me faz sonhar?
...e acordar sedento de beijos.
Me diz!
quem é você?
Vem realizar meu desejo!
Não me sinto confortável,não me sinto confiável
Abalada?Não,mas também não estou satisfeita
Por mais que me esforce,não me sinto feliz,não consigo me abrir. Sinto que sempre está faltando algo,eu apenas sinto mas como queria não sentir.
Tudo me incomoda
A multidão me incomoda,a solidão me incomoda,a vida me incomoda,a morte me incomoda,o amor me incomoda e a falta de amor,me incomoda. Tudo me incomoda quando não estou bem comigo mesma.Quando estou bem nada me incomoda,tudo fica completamente bem.Eu queria apenas não me incomodar e me acomodar,eu sempre quero mais infelizmente NADA é como eu quero.Eu quero parar de me incomodar e de incomodar,mas não dá,simplismente não dá!
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poeira do chão
O que te dei em carinho
Tu devolveste em traição
O que era um claro caminho
Tornaste desolação
Hoje,tu voltas chorando
Para implorar meu perdão.
O meu perdão nada custa
Falando a palavra justa
Há muito eu te perdoei
E por amar de verdade
Vendo tanta falsidade
No fundo eu te lastimei.
Se é baixo e vil o interesse
O amor bem cedo fenece
É flor que morre em botão.
Não
Não pode alcançar os astros
Quem leva a vida de rastros
Quem é poeira do chão...
POESIA-PLACEBO
Tórrida noite,
Tépido dia:
Certo mesmo é ser fria
A minha poesia.
Longa noite,
Mínimo dia:
A verdade
É ser cega a lâmina da minha poesia.
Gótica noite,
Plácido dia:
A poesia minha não fecunda as tormentas,
Tampouco afaga a brisa.
Cancerígena noite,
Ofídico dia:
Minha poesia não é amplidão e matéria florida,
Muito menos cubículo ou o estadão das partículas.
Dia-noite,
Noite-dia:
É água insossa a minha poesia..
Nem salgada, nem docílima!
Visão de Clarice Lispector
Clarice,
veio de um mistério, partiu para outro.
Ficamos sem saber a essência do mistério.
Ou o mistério não era essencial,
era Clarice viajando nele.
Era Clarice bulindo no fundo mais fundo,
onde a palavra parece encontrar
sua razão de ser, e retratar o homem.
O que Clarice disse, o que Clarice
viveu por nós em forma de história
em forma de sonho de história
em forma de sonho de sonho de história
(no meio havia uma barata
ou um anjo?)
não sabemos repetir nem inventar.
São coisas, são jóias particulares de Clarice
que usamos de empréstimo, ela dona de tudo.
Clarice não foi um lugar-comum,
carteira de identidade, retrato.
De Chirico a pintou? Pois sim.
O mais puro retrato de Clarice
só se pode encontrá-lo atrás da nuvem
que o avião cortou, não se percebe mais.
De Clarice guardamos gestos. Gestos,
tentativas de Clarice sair de Clarice
para ser igual a nós todos
em cortesia, cuidados, providências.
Clarice não saiu, mesmo sorrindo.
Dentro dela
o que havia de salões, escadarias,
tetos fosforescentes, longas estepes,
zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas,
formava um país, o país onde Clarice
vivia, só e ardente, construindo fábulas.
Não podíamos reter Clarice em nosso chão
salpicado de compromissos. Os papéis,
os cumprimentos falavam em agora,
edições, possíveis coquetéis
à beira do abismo.
Levitando acima do abismo Clarice riscava
um sulco rubro e cinza no ar e fascinava.
Fascinava-nos, apenas.
Deixamos para compreendê-la mais tarde.
Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice.
Sinto-me como em sonho
acordardo antes do final
Detesto suspirar pelos cantos
suspirar pelos sonhos
suspirar por você
Destesto a saudade sentida
nas noites mal dormidas
pensando em você
Detesto pensar no que eu poderia ter feito
ou no que eu deveria fazer
Detesto querer você ao meu lado
sem saber como reagir.
Detesto a incerteza sentida
detesto o não saber se sou correspondida
detesto amar sem saber se é amor...
"A morte cria outras grandezas,
porque a morte não faz iguais - desfaz.
Não nivela - destrói.
Todos deixam de ser,
e ainda assim (suprema ironia),
nem todos deixam de ser a mesma coisa;
uns deixam de ser grandes, - outros, pequenos".
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