Poema de Inverno
Não, não minta pra si mesma, agora
Sei que não me esqueceu e isso te apavoras
Sou um homem solitário no deserto
Olhando pro horizonte, rezando pra chuva chegar
Desfolhar-se
É preciso desfolhar-se. Deixar que o vento leve para bem longe todas as folhas, ficando apenas os galhos. É preciso outonar para depois do rigoroso inverno as primeiras folhas primaveris comecem a brotar. Assim como elas caem silenciosamente, retornam mais fortes e vibrantes. É preciso aceitar os processos naturais para que a magia aconteça sem fazer alardes.
Não vejo o frio como ausência de calor.
Na forma mais poética de enxergar o mundo,
é o jeito do inverno falar sobre o amor:
aqueçamos nossos corpos no abraço.
Vem, deita, se aconchega.
Fica mais um pouco.
AS ESTAÇÕES DA VIDA
Já perceberam que nossas vidas
São como as árvores a enfrentar estações?
Não podemos fugir delas,
Mesmo que tragam tristeza e solidão.
O vento sopra, derruba as folhas,
Galhos fracos quebram sem som.
Parece ser o fim...
Mas é apenas o início.
O inverno da alma nos envolve,
Mas a primavera há de chegar.
As dores do vento nos moldam,
Para florescer, precisamos esperar.
Deus sacode nossas vidas,
Derruba o que não serve mais.
Parece perda e dor,
Mas renascemos mais fortes, sem medo.
Nossos sonhos congelados,
Sob a neve, se perdem.
Mas no silêncio, renascemos,
Em novas vidas, encontramos luz.
O inverno da alma nos envolve,
Mas a primavera já chegou.
As dores do vento nos moldaram,
E florescemos, enfim, com a promessa.
Amy,
por cada estrela que brilha sobre esta cidade, sinto um espinho cravar-se mais fundo em meu peito por tua ausência. as noites aqui são longas, o céu é vasto e frio, um manto escuro sobre uma terra que não me acolhe.
entre os brilhos distantes, me perco pensando em ti, como se cada estrela fosse uma palavra não dita, uma lembrança de um tempo que não volta.
o inverno russo é severo, e seu frio entra em meus ossos, como se quisesse tomar o que ainda resta de calor em mim, mas é a tua falta, Amy, que me fere mais fundo, que gela o meu coração de um modo que nem este inverno consegue. fecho os olhos e tento recordar teu rosto, teu sorriso, o som de tua voz.
são apenas sombras que dançam sob as luzes distantes. e, no entanto, essas lembranças me sustentam, me dão força, mesmo que dilacerem.
eu sigo aqui, neste lugar que parece ter esquecido o sol, onde os dias se arrastam como fantasmas e as noites me devoram. mas, em todos os instantes, é o teu nome que trago comigo, como uma chama que insisto em manter acesa, mesmo no meio da tempestade.
espero que estas palavras possam encontrar algum calor em teu coração, como um raio de luz atravessando uma janela em meio ao inverno.
com saudade,
R.D.
Se você soubesse o quanto eu te desejo
Não somente no coração mas também nas noites frias de inverno.
Ter você ao meu lado com uma bela lareira e uma garrafa de vinho
Sentindo seu calor em cada gesto de carinho e os seus beijos quentes
É assim que desejo você ao meu lado nas noites frias de inverno...
Solidão das madrugadas
O silêncio da madrugada desperta
Imaginações, aflora pensamentos bons
A calmaria profunda me seduz a sabedoria
A paz me faz adormecer suavemente
Assim, plenamente iluminado
Mergulhado nas profundezas da solidão
Na frieza dos dias de inverno
Quando o verão foi embora, senti que os dias ficaram mais frios que o normal. Antes eu reclamava do calor, do suor excessivo que descia pelo meu rosto, mas agora, não sinto meus dedos; como se estivessem congelados…
Quando o verão foi embora e os dias frios chegaram, eu só me pegava pensando em uma coisa “queria que o verão voltasse”.
Dias frios são bons, saber que não vou suar, ou deitar na cama agoniada de calor, mas tudo que mais quero agora é sentir o sol tocando levemente meu corpo.
Nesse inverno me sinto sozinha. Mas é bom para pensar que talvez o calor não me fizera tão bem. Porém almejo que ele volte, para iluminar e descongelar o que em mim, já não se mexe mais…
AUSÊNCIA
Às vezes sinto que me falto,
Na Curitiba que os fracos não perdoa,
Onde o corpo vaga pelas ruas,
Mas a alma, essa, destoa.
O vento gelado corta a pele,
E a neblina envolve a cidade,
Mas é dentro de mim que sinto
A mais profunda saudade.
As praças e os parques perfeitos,
Mas não aquecem meu coração,
Que busca em cada esquina
Um sinal de reconciliação.
Sou um andarilho solitário,
Pelas ruas de pedra e frio,
Procurando no horizonte cinzento
O pedaço de mim que partiu.
E assim sigo, meio ausente,
Nessa Curitiba de inverno sem fim,
Esperando que um dia, quem sabe,
Eu me encontre dentro de mim.
Mas antes...
colher o algodão,
lavar com ternura,
secar sob o tempo,
aperfeiçoar sua doçura...
[– o frio se aproxima, em silêncio].
Outono
A névoa paira sobre os morros
O verde se funde ao cinza, nuanças
gradativas, nada linear...
As mãos e a boca quente
contrastam com o rosto que padece com a brisa gélida...
O coração se aquece com as lembranças dos beijos cálidos dela...
Na mão, meia taça do seu merlot favorito,
Nos pensamentos, o predomínio daqueles olhos castanhos, doces...
Pela janela observa os plátanos com suas folhas já amareladas, outras secas avermelhas se desprendem e caem lentamente, dançam num zigue-zague suave até o chão molhado...
O ritual é uma despedida, o último espetáculo, o agradecimento pela companhia...
Entre um gole e outro de vinho, o consolo, após o inverno rigoroso virá a primavera, e tudo voltará a florir...
Nesta quarta estação que tem o ano,
aprecio este mundo ultramoderno,
e nas chuvas que me sobram do inverno
faço um esboço de um poema puritano...
No inverno tudo soa a transparência,
desde os dias que antecedem o Natal,
porque um homem exercita a paciência
e até o frio nos parece mais natural…
Sacudo os altos ventos que me restam
para cima desse frio que me regela,
tentando dar à luz uma só estrela
enquanto os vendavais se manifestam…
Farei uma caraça de improviso,
com a lama que abunda no meu rosto,
e prometo modelar um bom sorriso
no Entrudo que aí vem com todo o gosto…
Será honesta a grande quadra de folia,
os borguistas nunca foram tão sinceros,
pois deixamos de adorar pantomineiros,
adorando um vasto mundo de alegria…
E hoje, com tais nuvens tão cinzentas,
neste dia tão cinéreo quanto breve,
vou sair e reforçar a vestimenta,
porque a chuva pode vir em tons de neve.
"Ora, quão belo está aquilo que cativamos dentro de nós, ou principalmente, em outrem? Em tempos onde as folhas caem, as flores somem, e, o frio da nossa história, por vezes, tende a nos congelar a alma, continuamos enxergando a beleza do que nos foi cativado ou cativamos em outrora, ou simplesmente, não a vemos, digo da fina beleza, pelo congelar do coração durante um terrível e sombrio inverno? No todo, algo se torna inevitável e certo. A beleza, não se contempla apenas pelo que se faz novo ou cheio de cor, mas pela essência do que resiste, pelo que se constrói perante os olhos do espírito, isso, aos que verdadeiramente sentem a vida, torna-se imutável."
(Mettran Senna)
FRIO (soneto)
Arrefece o cerrado dentro do frio
E cada bafejo é o frio no caixilho
Da ventana, escorrendo no ladrilho
Mais frio, n'alma causando arrepio
Me encolho neste frio chorrilho
Que ascende o inverno em feitio
Ouvindo em anexo um assobio
Do vento, eriçando até o fundilho
E lá fora é frio que atulha o vazio
Cá dentro o gelado em trocadilho
Em coro com o friasco tão bravio
Sinto chiar na vidraça num gatilho
De frio, sombrio este tal tão vadio
Aquentado com o chá e sequilho
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
A solidão é meu nome
convém-me ossos roer
e sem visão d'outro norte
lastimo a dor de meus cortes
desditoso por aceder
vegetando, sem viver
me amofinando entre enfados
há cada dia há um fado
d'invernos que me consome
a solidão é meu nome
d'infernos fui apenado.
Sem visão d'outro norte
À solidão condenada
E inane, refém da dor
por não saber dar valor
a quem se deu qual morada...
inconsequentes pancadas
me fez aquém de poder
além de excluir querer
também me pôs contra a sorte
e sem visão d'outro norte
convém-me ossos roer...
Pelas madrugadas
Em madrugadas outonais,
regidos pela escuridão,
voam pássaros,
livres como os meus delírios...
Sob as penumbras do Eu
a voz do silêncio me diz tantas coisas...
ouço o que as vozes falam,
sem me importar em enxergar,
sem nem desejar saber
do dia que se aproxima...
no açoite do limiar
sinto destroçado tudo o que passou,
mas inda sigo seguro
pra prosseguir em meus passos
noutras madrugadas,
sem ter grilhões de impérios...
pra nutrir os meus delírios
e os libertar,
deixar que eles tomem asas
como os bacuraus
contemplando a noite e os seus mistérios...
Ao Tim...
A Morte é forte, é real.
Mas nunca será o fim...
E pro mundo do amor,
Jamais deixará de existir o Tim...
Sua voz, suas canções.
Sempre irão renascer
Ele nunca deixará de ser o ídolo,E o grande cantor da MPB...
Sua voz era nada mais que...
Existe definição para grande harmonia?
Tudo bem que ele era um pouco irreverente,Brigão, faltoso, mas pelo menos;
Alguns compromissos ele assumia...
Não fumava, não injetava drogas.
Não xingava, não bebia.
Não brigava, não cheirava.
Isso é o que ele nos dizia...
Suas letras, sua voz.
O tempo todo só nos passava emoções,
A morte o levou de nós
Mas sua música o eternizou
Em nossos corações...
Tim Maia se foi...
Mas sua emoção ficou com a gente
Eu fico triste com sua morte
Mas a orquestra de Deus ficou contente...
Tim Maia se foi...
Mas a sua lembrança ficou entre nós,
E por isso digo que a morte não é tão forte,
Pois a sua presença nos invade,
Quando ainda ouvimos a sua linda voz...
Anote Aí!
Se procuramos o mal logo o encontramos em qualquer lado;
Se desdenhamos a felicidade alheia cedo deparamos a nossa própria agonia;
Se lamentamos a sorte de repente a morte nos bate à porta;
Se desrespeitamos a nossa vida como saberemos sentir a luz dos outros;
Se só vemos maldade vestida de inferno como podemos achar a paz de espírito;
É tão fácil ser diferente para melhor, basta abrir o coração, sorrir e ter fé em dias melhores;
O inverno está a chegar mas havemos de nos salvar.
- NELLANJO -
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