Poema de Amigo de Augusto dos Anjos
O teu sorriso aceso tem a luz
Das estrelas acesas do céu,
O meu destino escreveu
Nos canteiros mais coloridos,
O meu coração nunca esqueceu
Das luzes da ribalta avistadas da barca;
Ah, essa primavera que não passa!
O teu nome é sinal de pura censura
No mundo das pessoas perfeitas,
O meu peito arde de tanta loucura
No arder das plenas reminiscências.
O teu perfume ao vento paira
Com a força de um vero jasmineiro,
O verso que arranquei para ti
Foi do mais lírico [canteiro...,
O manancial deste substantivo
Tão abstrato e dolorido
Que bate no peito como concreto;
E para alguns é como canto secreto.
O teu nome é sinônimo de ausência de luz
No mundo ninguém sabe como surgiu,
O meu caminho para ti me conduz
No passo do tamanho do céu de anil.
Desta culpa sou ré confessa:
- Por ti morro de saudades
Sei que vou acabar enlouquecendo;
Com o peito que vive a bater forte,
Ele está sempre por ti doendo...
Deste Sol que não se apaga:
- Por ti escrevo versos de saudades
Sei que vou acabar sozinha,
Com o peito estrelado em versos,
Que para este mundo está se descrevendo.
Emaranhados no mesmo verso,
Retornamos à mocidade,
Enamorados da mesma causa,
Filiais da liberdade,
Enlaçados no mesmo amor,
Cremos na imortalidade.
Anoitecidos no pleno Universo,
Íntimos e maliciosos,
Madrugadeiros e boêmios,
Amantes gloriosos,
Encantados a milênios,
Dois intensos devotos.
Desobrigados de rigores,
- experimentando -
Os melhores sabores
Escrevendo no silêncio
- dos corpos;
Orações à dois senhores...
Recorro as fórmulas
- mais secretas -
Abraço a condição
- mais obediente -
De dobrar-me à todos
- os mais sublimes -
E humanos poetas.
Dobrada ao menos
- tento -
Embalar amenos
- versos -
De enluarar-me toda
- ao sabor das noites -
E dos ciganos etéreos.
Feitiços aos pedaços
- saborosos -
Ritmados pelos sentidos
- temperados -
De estrelas dos céus
- reverenciados -
E convertidos em caminhos.
Esculturo o soneto
- sem tropeço -
Confesso o segredo
- inconfesso -
De estrelar-me em pêlo
- perdendo-me nas horas -
E revelar-me a mais sutil
De todas as finas senhoras.
Não me roube de mim mesma,
Eu me pertenço!
Sou filha da boa franqueza...
Não me roube a paz
De construir a vida
Que eu sempre quis
Eu deixei tudo para trás.
Não me veja com outros olhos,
Eu sou como sou!
Sou poesia, sangue e sonhos...
Não me tire o tempo
De procurar o amor
Imaculado no peito
De alguém que seja
- inteiro -
E seja cheio de candor.
Não me faça como passatempo,
Eu sou dona da minha vida!
Não se faz ninguém perder tempo...
Não me venha com intenções:
Primeiras, segundas e terceiras...
Eu busco muito mais que o teu querer:
Busco o verdadeiro amor
Talvez na dimensão que você viva,
Jamais irá entender, não queira me prender!
Não é justo fazer-me de objeto,
Sou dama de fogo e ferro,
Deixe-me no meu caminho certo.
Não é legítimo e nem legal,
Arrancar a poesia lirial,
Tirar a honra do meu andor,
De andar orgulhosa
Por cultivar o jardim celeste
Que florescerá com o meu sonho de amor!
Somente entende quem tem peito,
E com ele fielmente escreve.
O destino imperfeito
É governado pela chama Celeste.
Compreenda que tudo tem jeito,
E com Ele tudo entra no trilho.
O Amor é perfeito,
É luz em nosso caminho...
Somente entende quem ama,
E por amor sofre, nunca reclama.
O impedimento não apagou a história,
É com ele que se tempera a chama.
Contando com as horas ao nosso favor,
Escrevendo poesia para esconder
- a minha dor -
De ter deixado para trás o nosso amor.
Suspensa no topo da Galáxia
Escuto o teu saboroso canto,
Embalando o meu corpo
Despertando do bom sonho,
Que estava no teu porto.
Apenas do sono despertada,
Mas não menos apaixonada.
Porque quando se ama:
A alma sonha acordada.
.
Sonetista do farol da ilha
Escrevo com poeira estelar,
Querendo a rota contar
De um particular encanto,
- Que veio para renovar! -
Alegria seminua que se prende
e liberta a macia cintura,
Entusiasmo que se sente
a cada letra indiscreta
De ter um amor na Terra.
Leve, irrepreensível e concreta
a libido que não se divulga,
Entre quatro paredes segreda
a promiscuidade evidente
Entre a Poesia, o Céu e a Terra.
Alegria redentora que se solta
e liberta o que tem na mente,
O canto silente das revoluções
quebrando o silêncio das prisões
Deste amor que chegou de repente...
Não há como esquecer da vez
que eu tirei você para dançar.
Não era impossível prever
que a gente iria se [cruzar.
O amor ainda vive no olhar
como composição essencial.
Nome ainda vivo no peito
como bailarina a [sapatear.
Não há como resistir a você
que chegou de vez para ficar.
Não sei como será adiante,
e o quê fazer para te [agradar.
O amor quando chega de vez
é como o vento a refrescar
que acaricia a face
em plena noite de [luar].
Dançam os plátanos ao vento,
Jubilosos de tanta gratidão,
Saúdam os mansos parreirais,
A saudade é o sentimento
Dono de um tempo que não volta mais;
Sublimes os leques das araucárias
Abertos em celebração,
Bondoso o Vale dos Vinhedos
Repleto de belezas sobrenaturais.
A vida acontece plena,
- fortificada
A mata cor de menta,
- perfumada
Sob a proteção da grandeza
De um céu feito de turquesa,
Protetor de mãos trigais,
Povo feito de batalhas,
Gente que não se rende jamais!
Encantam com sabores,
Persistentes na labuta,
Gente gaúcha e resoluta
Que não perde sequer uma luta!
Não me poupe das tuas mãos
Que brindam com carinhos,
Não me poupe dos teus passos,
Quero estar nos teus caminhos.
Não me poupe dos teus beijos
Que lembram os sacros pomares,
Não me poupe dos teus sabores
Quero celebrá-los diante dos altares.
Não me poupe dos teu pensamentos
Poéticos cataventos de sentimentos,
Não me poupe dos teus beijos solares
Quero estar contigo em todos os lugares.
Não me poupe nem das tuas noites,
Que me convidaram para protagonizar
- as boas madrugadas -
Quero estar na tua companhia
Não sairei jamais das tuas estradas;
Não me poupe dos vinhos embriagantes
Das mais doces juras e do Vale dos Vinhedos;
Ainda hei de saber dos teus (segredos)...
Água Doce
A energia dos ventos
dos Campos de Palmas
me levam por um instante
a bravura da tua memória
inscrita no vale verdejante.
De Entradas e Bandeiras
e dos teus heróis anônimos
da Guerra do Contestado,
À Água doce eu devoto
mais de um poema apaixonado.
Do dia que se ergue
e da noite que se eleva
deste Meio Oeste a gentileza
da tua amável gente
o coração jamais se esquece.
Anchieta
Do Extremo Oeste
a esperança italiana
ternura semeou o lar
e é toda a herança.
Anchieta uma jóia
nomeada na missa
e trecho da rota
dos Cânions erguida.
Peguei o meu balão
e lá fui passear,
No Rio Araçá
eu fui mergulhar.
Anchieta querida,
a tua beleza brinda
os olhos da gente
e dá ânimo na vida.
Desculpa, se os meus
poemas te roubaram
ou te roubam a paz,
Eles passaram
a ser onde os ouvidos
e as bocas
estão fechadas demais.
Numa hora como esta
só vejo um banquete
de ego e de vaidade,
Vamos nos dar
as mãos por mais
união e humanidade.
O diálogo nacional
se avizinha horas
antes do dia que
o Comandante - Eterno -
foi libertado
do cárcere de Yare.
Numa hora como
esta te peço
para deixar
as diferenças de lado
pelo General que
está preso há dois anos
injustamente,
E por todo um
povo que precisa
ser libertado
independentemente
do lado escolhido,
Todos devem se unir
em nome e se permitir
um novo destino.
Não tem ligação com
o autor das Histórias
que serão contadas,
Mas deve ser por
nós sempre lembrada,
Como lição a não
ser nunca mais repetida:
A rádio em Ruanda
foi usada como arma,
e da memória não
deve nunca ser apagada.
Não existe tragédia
maior do que a outra,
Cada uma carrega
o seu veneno particular.
De Grozny na Chechênia
a memória não deixa
da minha mente apagar.
A televisão foi usada
para reputações
mentes e corações
diante dos olhos
e sonhos assassinar.
Não existe tragédia
menor do que a outra,
Cada uma entrega
a natureza da liderança.
De Aleppo na Síria
a História se fez
por ação destrutiva.
A comunicação cortada
ampliou a extensão
do terrorismo brutal,
e corremos o risco
do esquecimento geral.
De Agdam no Azerbaijão
a história da devastação
conheço muito bem
e a extendida agressão.
Não existe tragédia
maior do que a outra,
Cada qual separa um
povo irmão e a fixação
de quem a fez continua.
A tragédia de Mariupol
na Ucrânia é mais uma
que não será esquecida.
Não existe tragédia
maior do que a outra
a de hoje foi na imprensa
e na tecnologia gestada.
Da Criméia por ela
ocupada só confirma
que 1944 ainda vive.
Não existe tragédia
maior do que a outra,
ela pichou a sua marca
na porta de uma casa.
A Rússia sabe muito bem
como é conviver com
a tragédia e dela ser refém.
A livre consciência ninguém
detém e as almas protetoras
das cinquenta montanhas,
Eis a ironia do destino feita
para infernizar tiranos
e derrubar todas muralhas.
Nos carinhos de seda
decidimos preservar
no ônix a intimidade,
Para cada dia mais
vivenciar a liberdade
do mais lindo amor.
Agronômica
Da Agronômica romântica
recordo que da pastagem
que os ancestrais levavam
os animais se fez a primícia
da História e do nome.
Da Agronômica romântica
pelos imigrantes erguida
do pasto, da lavoura e da fábrica
é de Nossa Senhora de Caravaggio
a terra abençoada e escolhida.
Da Agronômica romântica
onde foram os destinos
de Rodeio e de Rio dos Cedros
entrecruzados e escritos
nas estrelas estão meus versos.
Da Agronômica romântica
erguida o meu coração
se transforma em poesia
de gaita melodiosa do cair
da noite até o raiar do novo dia.
A pequena infante
foi devolvida
ao Vale da Utopia,
E isso me trouxe
no meio dessa
escuridão uma
inefável alegria
neste mundo onde
ninguém sabe
o quê vai acontecer:
A verdade é que
se o povo não
se movimentasse
a infante não
seria resgatada.
Sempre soube
que cedo ou tarde
a noite pesada um dia previ
viria para a Abya Yala
que por tirânicos foi
transformada em terra
de conspirações,
de bloqueios brutais
e de autoproclamações:
A verdade é que
nunca fui escutada,
e insisto em não
ficar de boca fechada.
E sem poder fazer
dos meus poemas pão,
estou preocupada
com o sustento
do povo indígena
lá da Bolívia,
que para viver só
ganha por dia,
e a autoproclamada
sem controle de nada
ordenou todos
confiarem em Deus,
e pão que é bom nada.
Espiando o quê passa
pela grande janela
do mundo ouvi dizer
que para o General
que está preso há
dois anos injustamente
pedirão a prescrição da pena
e espero que para ele,
toda a tropa
e presos de consciência
venha a liberdade tremenda.
Esta noite não tem luar,
não tenho idéia
se o General
vão de fato libertar.
Esta noite não tem luar,
não tenho idéia
se a tropa
vão de fato libertar.
Esta noite não tem luar,
não tenho idéia
se os cidadãos
vão de fato os libertar.
Esta noite não tem luar,
não tenho idéia
se o velho General
vão de fato
revelar onde ele está.
Esta noite não tem luar,
não tenho idéia
só sei que faltam elas
e se de fato vão as libertar.
Esta noite não tem luar,
e estão todos
conscientes que
em casa vão ter que ficar
até o inimigo ser vencido
e a Pátria se reconciliar.
Abelardo Luz
São dois os teus laços
originários na História
que serão honrados
na minha memória.
Foi Passo das Flores
e Velho Chapecó,
Não há como ali
se sentir na vida só,
E sem querer o melhor.
Todos se unem
na Querência Farroupilha,
no Poncho Verde
e no Lenço Branco,
Só de lembrar
o peito fica cantando.
Minha Abelardo Luz
que a tua gruta seduz
por detrás do véu
branco que abrigou
mais de cem soldados
da Revolução Federalista,
Eu te amo mais a cada dia.
O mundo
todo está
de fato
colapsando
por causa
de uma
pandemia,
não é poesia
e nem
virtualidade,...
O físico
do General
se encontra
em total
fragilidade,
O General
é inocente
como todo
mundo sabe:
Cada verso
que tenho
escrito
são da minha
exclusiva
responsabilidade.
O pânico
pandêmico
quebrou
a dieta
do General,
e agora
ele está
sem comida
que sirva
de verdade;
Não deixar
ele seguir
a dieta é
um veneno,
Não é
exagero
da minha
parte reclamar
também por isso:
Onde o General
está preso
e por outros
lugares onde
estão outros presos
políticos militares,
não há janelas,
as visitas também
para eles
foram suspensas,
e o quê aqui está
escrito é fato
que todo mundo sabe.
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