Poema curto
Poema de Encomenda (Nuno Ancigan)
Fiz poema de encomenda
Estou em conta,
De alma aflita,
Desci ao chão!
Os poemas
São a grande metáfora da vida.
E vida (que é vida) se desvenda,
Nunca vem pronta.
Ela é escrita
Com a própria mão!
E ontem eu escrevi novamente um poema estranho
Não havia sentido
Nem ao menos um motivo
Fazia parte do plano?
Escrevi outro por engano.
Não estou nem aí para o sentido e a métrica do poema.
O que me importa, é o que sentem as pessoas ao lê-lo.
O lúdico, não se estabelece sobre regras.
Terminar a noite sem um poema, é nem tê-la começado.
Se não achar o verso certo, a inspiração derradeira,
Será um amanhã, mais turvo, menos criativo, um dia como qualquer dia.
PAUTA
Eu queria fazer um poema
Assim, métrico
Tenso como um fio elétrico
Para que todos os dias
Os pássaros venham
Pousar, cantar.
Eu queria fazer uma música
Na pauta tensa da rua
Para que todos as noites
A lua venha
Tocar, rebrilhar.
Poema pra mim...
é mais ou menos como a vida
é algo que nunca deve ter fim!...
Ás vezes envergonhado...ousado...inacabado...
gosto das (...)
assim...quando a coisa é boa...
jamais devemos dar fim...
...
enfim...
.
.
.
(...)
sú dutra
Quisera eu rabiscar uma poema
em que pudesse curar
todo o mal desse
mundo !
Quisera eu desenhar
um mundo
mais justo
mais humano e
mais
bonito !
DAS INDIRETAS POÉTICAS
o poema
é paradoxal
na seguinte
situação
:
vive no silêncio
mas soa alto
querendo chamar
a atenção
Junto ao corpo os ossos gastos
Meus passos mais estreitos
No bolso um poema rasgado
Um coração espanca o peito
Os olhos não medem o largo
O ócio não espanta o cansaço...
Minha cidade- um poema,
Que se escorre na barranca..
Desenhando o doce tema:
-Corumbá -Cidade Branca!
Benedito C G Lima
guarde por mim
por favor guarde este poema
até quando eu não estiver aqui
até quando duvidar do que escrevi
mesmo quando não gostar de ouvir
mesmo sem saber o que sentir
guarde todos os poemas
eu não posso te dar felicidades
então guarde
a única coisa boa que sobrou de mim
É para você, este poema
Entitulado: - "pro amigo"
Nele a afeição é o tema
Nosso carinho, eu bendigo...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Poema senhora.
Poesia agora.
Sem hora!
Poesia chora.
Senhora!
Poesia brinca.
Finca!
Poesia adoça.
Choca!
Poesia torta.
Entorta!
A espada finca.
Sem norma.
Na madrugada
algo me sopra aos ouvidos
É um poema sujo,
que chega e abraça,
depois me convida pra encher a cara
como se fosse um velho amigo, e é.
Sujo como as ruas e bares da cidade
Embriagante como uma garrafa de vinho.
Fatal como a mulher de pernas longas que vi noite passada.
Você!
É o poema mais lindo de AMOR
No qual os meus olhos
Se perderam...
E nunca mais
Se encontraram em outra poesia
Além da sua.
