Permanecer em Silencio
IRONIAS DA EMBRIAGUEZ:
Ouço um silêncio que provoca ruido
Que encomoda os meus ouvidos.
A escuridão cambaleia e se claria diante dos meus olhos.
Avanço sentado e o cérebro perde- se no horizonte.
Sinto adrenalina que sufoca e deixa- me abeira da morte.
Procuro no ar estabilidade e equilíbrio.
Vejo objectos dançando e sinto um calor frio,
Percorrendo o meu abençoado e baptizado corpo,
Por um líquido que só me faz ver, em cada objecto, um copo
Baloiçando ao som do vento e atirando espuma ao ar,
Que chama meu paladar a provar.
Puff!! Solto suspirros fortes
Que deixam leves minhas narinas e minha boca,
Perco a gravidade,
Flutuo e só paro onde a liberdade é minha forca.
Vejo tudo, em minha volta, se inclinando,
Caindo e sobre mim se desmoronando.
Minha cabeça gira em quadrado e tira- me a sensatez.
O álcool me doma e ficam só ironias da embriaguez.
O silêncio de quem não é silencioso, pode demonstrar falta de tempo.
Faça silêncio e entenderá o silêncio do outro.
Os dias estão falando comigo, eu olho diferente para o calendário, vejo em conta gotas, silêncio, sentimentos,angústia, saudade, pedaços de palavras perdidas no ar.
A minha mente infla e tudo roda, os pensamentos não estão mais conectos.
Está tudo diferente.
Sem forma e vazio.
Falta luz
Que haja luz
É no silêncio da noite que em oração agradeço por mais um dia, e por bençãos recebidas. Agradeço por minha família, amigos e pela vida. Sinto dentro de mim o amor de Deus. E é através desse amor, que minha fé e minha esperança permanecem comigo. Confio e acredito no amanhã, mesmo que ele venha com difíceis situações. Pois a vida se renova a cada dia. E sempre haverá tempo de recomeçar para viver com amor, paz e harmonia!
Que no silêncio, Deus me dê a graça e sensatez de seguir seus ensinamentos, para que assim eu possa ser guiado por sua sabedoria. Me dê assim senhor, o dom da humildade e obediência diante de sua vontade, pois coloco minha vida em suas mãos e peço sua infinita bondade para com meus erros, falhas e limitações...
Do silêncio surgiu a poesia.
Quando você falava, eu não ouvia.
Só fui ouvir quando você parou de falar
E quando eu falei você já não me ouvia.
E a poesia surgiu em silêncio.
Quando você me seguia
Eu fugia.
E quando eu conduzia
Você se perdia.
E perdida ficou a poesia
Em nossa desarmonia.
Uma verdade forte sobrevive a qualquer omissão, como um mudo que se esconde no silêncio mas não deixa de existir.
Se quebrei o meu silêncio pra falar com você foi porque eu gosto de você, não confunda quietude com timidez, jamais.
NOTURNO (soneto)
O silêncio sobrou-me como alento
E o vento ressoa a última vindima
De ilusão... Desagregada da estima
No tempo noturno bem mais lento
O sino da matriz soa em pantomima
Chamando a esperança do relento
Para que se funda ao sentimento
E derrame em fé e não só lágrima
O sono evoca vinho como fomento
A solidão adentra na noite a cima
O relógio no pensamento, tormento
Me busco, e não encontro a rima
Me olho, o passado vira lamento
E o aninar na vigia não aproxima
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Último dia do mês
Tem dias que é mesmo assim :
Andamos de mãos dadas com
o silêncio
O coração bate forte por
ser sozinho
Os olhos sentem falta
de um carinho
Somos flores com espinho
Céu sem anil
Bicho aprisionado
Pássaro sem ninho
Um poço vazio
obscuro e
frio.
São indecifráveis os sonhos que escuto de ti
São incógnitas teu riso, teu silêncio.
São mistérios que me envolvem...
