Periferia
Mudar da periferia para burguesia nem sempre é visto com bons olhos.
Parece que a busca por melhoria de vida não pode acontecer fora das comunidades, sob pena de ser considerado um "metido a besta" que abandonou suas raízes, ou seja, não presta mais, deixou de ser uma pessoa de bem.
Você não está atravessando a ponte atoa, nunca é um dia perdido para quem vem da periferia, sempre buscamos aprender mais e evoluir mais, sempre correndo atrás para mudar a nossa história e mostrar que somos capaz.
Vivo na periferia...
As pessoas te medem...
A guerra pela sobrevivência é as palavras que te magoa...
A cada segundo que tenta se levantar a alguém para te derrubar...
Nada resta nas ruas apenas verdades que te consome... Momentos bons são sonhos...
Mexa se não pode ficar aqui...
Tudo parece se tornar parte de pesadelo sem fim... A sociedade parece gentil mais somos ignorados pela verdade...
A luta continua para continuar a ver que no mundo existe pessoas boas...
Em todas histórias existe o amor...
A esperança parece algo doce...
A morte parece algo tão especial...
As pinturas são expressões de um artista...
Minhas palavras são poemas nas paredes...
A fome e a sede parece quase nem importar...
Sonhos são enigmas da minha alma.
Estudei em escola pública, morei na periferia, trabalho desde a adolescência e hoje tenho uma remuneração de cinco dígitos. Vou revelar a fórmula mágica: ESTUDAR SEMPRE!
Periferia: corpos vazios e sem ética.
Lotam os pagode rumo à cadeira elétrica.
A ascensão social de alguns negros pobres da periferia não é a regra, mas uma exceção diante de um ambiente extremamente desigual.
Isso não invalida o descaso histórico do Estado brasileiro, os efeitos da escravidão, e a necessidade das políticas de reparação social, tampouco valida a ideia de meritocracia.
A periferia tende ao conservadorismo não por ideologia, mas pela necessidade de assegurar o pão de cada dia.
A esquerda brasileira precisa aprender a falar com a periferia e com a pequena burguesia.
Uni-los, deixando claro que as políticas afirmativas foram criadas para reparar e não separar.
Escravos sem unidade não mudam a sociedade.
Vozes da Periferia: Um Grito por Igualdade e Oportunidades
No camburão, o jovem negro foi levado,
E o repórter, com intenção cruel e desvairada,
Buscava audiência em humilhar o "Criminoso",
Mas foi a resposta do jovem que ecoou de modo grandioso.
"Já não sou nada mesmo", disse ele com pesar,
"Quem quer comer vale", suas palavras a ecoar,
"Aceito qualquer salário", um grito de desigualdade,
A juventude negra, periferia em dificuldade.
Oportunidades escassas, sonhos postos à prova,
A luta pela sobrevivência, árdua e renhida trova,
Sem carteira fichada, sem seguro de vida ou amparo,
A juventude negra enfrenta um caminho tão amargo.
Que ás periferia seja um eco, uma voz a clamar,
Por justiça, igualdade e oportunidades a brilhar,
Que todos tenham chances, que todos possam alçar voo,
E que a juventude negra encontre um futuro.
- Periferia Favela
Nas vielas e ruas da favela,
a vida continua a todo vapor.
Entre os barracos e a poeira,
há uma força que vence a dor.
A cada dia, um novo desafio,
a cada esquina, uma nova história.
Os sorrisos são mais fortes que o frio,
e a esperança alimenta a memória.
Nas periferias, a vida é forte,
a vontade é maior que a realidade.
Os sonhos se tornam fonte,
de coragem e persistência na luta diária.
Aqui, a vida é uma obra prima,
desenhada com o lápis da resistência.
Cada casa é um monumento à sobrevivência,
cada rua é uma teia de solidariedade.
Nas favelas e nas periferias,
há mais que pobreza e desigualdade.
Há uma comunidade que enfrenta a realidade,
e tece a própria identidade.
Buscar mobilidade social sendo negra, pobre e oriunda da periferia é uma travessia dolorosa, marcada por sacrifício, abnegação, resistência, coragem e intromissão.
Essas pessoas tomam decisões em meio ao caos e às urgências do dia a dia, sem tempo para reflexão, encontrando sentido em sua trajetória apenas retrospectivamente.
Sendo a filha mais velha em uma família numerosa, algo comum no Brasil, seu destino pode ser trabalhar mais cedo para ajudar nas despesas domésticas, dificultando o processo de ascensão social.
Nessa caminhada, o apoio coletivo é imprescindível. A mãe e as tias, por exemplo, podem contribuir significativamente, oferecendo o suporte necessário para que a pessoa continue focada nos estudos e no trabalho. Isso é especialmente importante nos casos de gravidez precoce, quando a ajuda na criação dos filhos é fundamental.
Cada caso é um caso. Se for filha única em uma família monoparental, pode haver um alívio, com menos pessoas para sustentar e bocas para alimentar, permitindo mais tempo para se dedicar aos estudos e ao trabalho.
De qualquer forma, é nítido que o projeto individual de vida depende inevitavelmente do coletivo, do apoio de outras pessoas.
Além do suporte familiar, políticas públicas que incentivem a educação e a capacitação profissional são essenciais para quebrar o ciclo da pobreza.
Ações comunitárias, como redes de apoio e programas de mentoria, também desempenham um papel crucial na promoção da equidade social.
Assim, a luta pela mobilidade social torna-se um esforço conjunto, onde a solidariedade e a ação coletiva são fundamentais para a construção de um futuro mais justo e inclusivo.
Em algum lugar da linha, os malvados roubaram o legado do Hip Hop e lhe deram a volta a um tipo social de Hip Hop. Eles decidiram dizer-lhe a todo o mundo "bem, isso é o que o Hip Hop é", no lugar de voltar aos pioneiros e conseguir a verdadeira definição do que é o Hip Hop e o que foi e que estivemos pressionados por todos esses anos.
"Muitas vezes, quando as pessoas dizem "Hip Hop", não sabem nem do que estão falando. Elas somente pensam nos rappers. Quando se fala de Hip Hop, se está falando de toda uma cultura e movimento. Você tem que tomar toda a cultura como ela é."
<Sobre (os) viventes (daqui)>
Esquivava-se na curva dos olhos
das dores e da má vontade,
desviando-se dia a dia de bala perdida
e da morte certa nas esquinas de seu bairro.
Seguia firme sem se preocupar com seu karma,
mesmo em liberdade assistida (legado de seu passado escravo)
marca tatuada pra sempre em sua pele negra,
eternizada pra sempre em sua já tão maltratada carne.
Com a malícia da juventude e inacreditável habilidade,
seguia vencendo suas guerras pessoais, todos os dias
segurava as pontas sem se sentir um covarde
e caminhava pisando firme o chão de terra vermelha de sua comunidade.
Da janela de sua casa admirava o esgoto a céu aberto
que se misturava com o filete de água limpa da mina,
nascente que abundava sob a pedra onde coaxava o sapo
(única paisagem natural restante) depois que decidiram “urbanizar” o bairro.
Com o corpo esguio e nariz para o alto seguia em frente
sem se empoderar de arrogância ou outro sentimento similar,
com o corpo ereto e rijo rompia o vento, de peito aberto
e coragem latente e sangue gotejando dos olhos.
A essa altura de sua vida,
já nem se esquivava mais de coisa alguma,
batia de frente
e quase sempre sobrevivia.
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