Perdi Dinheiro
Me perdi entre vozes e rotinas,
em dias que passam sem me notar.
Sorrio, mas às vezes duvido
se ainda sei o que é respirar.
Carrego mundos nos ombros calados,
me esqueço nos planos que fiz pra depois.
Mas há um chamado que pulsa baixinho:
volta pra ti. Vem ser tua voz.
Preciso me encontrar no silêncio,
na curva de um sonho esquecido no chão.
Recolher pedaços, sentir minha essência,
me abraçar inteira, sem mais condição.
Deixa pra lá, segue a tua vida, não tem mais como voltar, já perdi o interesse, cansei de estar na solidão, apesar de estar na tua companhia, não posso mais continuar nesta relação, fingindo que nada está acontecendo com uma decepção atrás da outra e por mais que não percebas, nós dois estávamos perdendo,
Eu havia esquecido infelizmente do quanto que o meu tempo é valioso, isso me fez desperdiçá-lo ao teu lado, aceitando a tua falta de respeito, da reciprocidade, o teu descaso frequente, tu não estavas presente de verdade do jeito que eras no começo, então, deixa pra lá, agora, é o melhor a ser feito
Digo isso sinceramente sem nenhum peso na consciência, nem lamentos, não que tenha sido fácil, é evidente, mas penso que tudo foi necessário e que agora preciso de fato seguir em frente, a propósito, sugiro que faças o mesmo, para pra pensar, não sejas ainda mais inconveniente, portanto, deixa pra lá.
E o Amor Que Calo em Mim
E eu me entreguei a um amor proibido,
Num labirinto de sentimentos, perdido.
E eu me apaixonei pelos seus defeitos,
Que se tornaram para mim, os mais belos preceitos.
E eu me sinto tão confortável em seu abraço,
Um porto seguro, um eterno espaço.
E eu aprendi a ser eu, sem medo ou disfarce,
Porque em seu olhar, a minha alma renasce.
E eu sempre procuro você na minha dor,
Na voz amiga que acalma e traz calor.
E eu me preocupo, mesmo que não veja,
Um cuidado silencioso, uma prece que te alceja.
E eu só quero a sua felicidade plena,
Que encontre um amor que valha a pena.
E serei covarde, guardando esse segredo,
Amigo por perto, ocultando o enredo.
Meu coração te escolheu para um amor sem par,
Mesmo que a distância seja o único lugar.
Prefiro te ter perto, em amizade singela,
Do que a sua ausência, que me faria vela.
E de esperança vivo, de um dia te ter,
Mesmo que em sonho, um instante de prazer.
Já sonhei com nós dois, num eterno abraço,
Nesse amor que vive em mim, e encontra seu espaço.
Não existe nada na vida mais valioso que o tempo.Perdi muito tempo,adquirido conhecimento,para aplicar em certo momento.E agora não dá tempo,desistir é abdicar dos fundamentos,abolir conhecimentos,é Se perder no tempo.Hoje,pensar é uma prisão,se não será perda de tempo,só resta continuar...
Nunca tive medo da tristeza
Muito menos da solidão
Mas depois que te perdi
Minha vida eu expeli
Você, meu Tuca e aí.
Ainda estás em mim
Mãos vazias
Eu me esqueci na portaria
Do silêncio árido do cerrado
Me perdi no hall da fantasia
De um passado inexplicado
Pensei ter tido só a alegria
Vi que nem tudo é alegrado
O armário está de porta vazia
Confundi o fado com legado
Achei que sendo, seria cortesia
Vi que embutido, sou parado
E nesta surpresa oro teimosia
De um solitário sem sinfonia
De um poeta sem a poesia
Mi vi de mãos vazias...
Luciano Spagnol
Amor com saudade
Nas reticências da vida perdi o meu amor
No evo. Privando nossa convivência a dois
Agora são caminhos difíceis de transpor
De lembranças. Que as deixo para depois
Se as procurei nas esquinas todas do destino
Foi pela urgência de querer sair da saudade
E assim, me vi em um oriundo peregrino
De olhar a olhar, em uma cabula eternidade
Quando na verdade só queria o seu sorriso
Gravados no seu desvelo, no seu carinho
Pois os meus foram seus, os seus ainda preciso
Neles pude aninhar, e agora privado, sozinho
E como lhe dar com está tão inopina nostalgia
Que me invade e me arrasta para um cantinho
Da dilação. Difícil é essa travessia...
Fim do outono
Perdoa-me quimera ressequida
Aos amuos dos ventos, plainar
De ti me perdi nesta sovina vida
Nas trilhas áridas do caminhar
E no choro pela ilusão esquecida
O coração arde no pouco amar
Tal qual folha seca desprendida
Pelo ar... Num voante abandono
Como uma saudade desmedida
Vagindo no beiral do fim do outono
Que desnudo vai-se em despedida.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
na esquina do cerrado
com a sequidão
me perdi calado
me vi na imensidão
me tornei alado
na abstração
na poesia
na imaginação
da noite vazia...
Virei um sobrevivente
me vesti de fantasia
a lua tornou-se confidente
enquanto ruminava ousadia
de uma solidão presente.
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano
Xis
Não me perdi numa ilusão. Perdi-me
Na incoerência, entre os devaneios
E no poço sem razão encontrei-os
Débeis, onde a cortesia os oprime
E num inconsequente e fatal crime
Duma imaginação, tive sonhos feios
Onde a inspiração de olhares cheios
Da mesmice, deixou de ser sublime
Mas há tempo no bem, compreenda
Não só os que se tem, - os fugitivos
Os da fé do amor que não nos infama
São tais como o andejar de uma lenda
A alma terá sempre os homens vivos
No afeto, ardentes como uma chama
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018, 14
Cerrado goiano
Ora (direis) ser quem sou! Exato.
Me perdi no caminho, me achei, no entanto
A cada passo, erro e acerto, vários o relato
Vou andando, o atrás se desfez por encanto
orfandade
os soluços secaram
não choro mais
as lágrimas me sufocaram
perdi você no cais
e amanhece o dia
pra vida, tanto faz
o pranto é da minha poesia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2019
Cerrado goiano
SER QUEM SOU (soneto)
Ora (direis) ser quem sou! Exato.
Me perdi no caminho, me achei, no entanto
A cada passo, erro e acerto, vários o relato
Vou andando, o atrás se desfez por encanto
E o tempo vai passando, veloz, enquanto
O pensamento recusa ser apenas um ato
Cintila. E, saudoso, o trovar é um pranto
Na solidão de ser, em um poetar abstrato
Direis agora: Incoerente e louca quimera!
Que não quero ser quem sou? Que sentido
Pois ser quem sou, deixei de ser o que era...
E eu vos direi: Amando o amor sou valeria
Pois se amei, o meu afeto não terá partido
Assim, pude ouvir e entender minha poesia
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
agosto de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VERSOS GENUINOS (soneto)
Não me devaneei na quimera... Perdi-me
Na indecisão, entre os amores. E descobri-o
Junto de ti, vivo, bem vivo... E tão gentio!
E na escolha do querer, ao coração sublime
E há mais do que galgar, sem ser íngreme:
Há o que no desejo, ao tocar, tem arrepio
E no olhar, o tal brilho, aquele que é luzidio
Que faz histórias, e aos sonhos não oprime
Ah! Como é bom contigo estar, ó prenda!
Tão ansiada. Onde a paixão não é fugitiva
E entenda: - és tu a mais feliz das alegrias
Se é uma terna ilusão, ou talvez uma lenda
Assim possa, então, à inspiração ser cativa
E ao amor, os versos genuínos, das poesias
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/01/2020, 06’35” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ALANCEADO (soneto)
Chorei, quando te perdi. Mas sentir
Saudades... foi o maior do sofrer
E do céu cinzento ali a emudecer
Você, te vi de minha alma partir!
Talvez foi o fado, no seu querer
Ou as falhas que nos fez desistir
Competir? Com o desafeto, ir
pela contramão, não sei ser...
Porém te digo: - por ti fui vigor!
E se nesta dor, se aqui eu choro
É porque um dia eu pude sonhar
Talvez sonhei demais, fui sonhador
Mas, tal qual um certeiro meteoro
Alanceou quem a você quis amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Março de 2020 - Cerrado goiano
DESPEDAÇADO
Vejo os cacos de mim, cá derramado no cerrado
Enrabichado, me perdi, nem mais sei quem sou
Na poesia, o pesar é vivo, e se vivo ainda estou
Me restou o sentimento no pedaço despedaçado
É o desejo quebrado, e uma solidão tão gigante
O meu sussurrar de paixão não pode ser ouvido
São tantos suspiros que no coração foi perdido
Que a inspiração emudece numa aflição falante
Oh, sedutor amor, custoso, se acaso você existe
Dá-me a paciência e a tranquilidade dum aporte
Pois, cá na emoção me esgotei de estar tão triste
E do viver, a melancolia é o meu pesado motivo
Frágil, manso, suxo e duma ilusão não tão forte
Sou só um poeta sonhador que do amor é cativo
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
02 outubro, 2021, 05’27” – Araguari, MG
BEM SEM PREÇO
Depois que te perdi, só depois, amor singular
Notei que fracassei com um bem sem preço
Sentimento profundo, vida, um ímpar amar
E, se existi equivalente imitante, desconheço
Caricia ardente e casta, tão uma, confesso!
E agora em uma saudade cortante e doída
Dum olhar nostálgico, e sem um endereço
Eu carrego a recordação, vaidosa e sofrida
Depois que ide, só depois, pobre o coração
Suspira tão triste, em uma constante tortura
Num remorso que invada a minha emoção
De não ter junto a ti, quando contigo estavas
A conformidade onusta de carinho e ternura
Hoje, cá a chorar, aquele amor que me davas!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25, novembro, 2021, – nas Gerais...
QUE PERDI...
Não te peço a inspiração apaixonada
nem as paixões que dantes me deste
nem o singular acaso que me avieste
ó soneto! Dá-me a pacatez, mais nada!
Os versos de amor que, então, fizeste
outrora, não te peço! Seja reservada
a doce sensação. E não seja jornada
a saudade viscosa, duma dor agreste
A uma prosa carinhosa inteiramente
não te peço! E nem a glória engaste
na trova dum pranto que versa aqui
Velado, pouco peço! Tão unicamente
tão somente, o encanto que furtaste...
Volta-me, ó gozo, da poética que perdi!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
4 de maio, 2022, 20’43” – Araguari, MG
SAUDADE QUE CONFESSO
Depois que te perdi, só depois, da tua partida
Senti no peito, um vazio, que cá eu confesso
Um calafrio na alma, aquela pior dor sentida
E, se há igual, parecida, afirmo, não conheço
Suspiros sofrentes e aquele choro espesso
As noites tão compridas na ilusão perdida
Ladeando a emoção, cujo o certo endereço
É o coração, que arde numa aflição sofrida
Depois que foste, só depois, singular paixão
Me vi significado em uma constante tortura
De sussurros duma surtada dorida contrição
De não retribuir, a ti, o carinho que me dava
Com exatidão, repondo com minha ternura...
Ah! Saudade, está sensação, não imaginava!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 janeiro, 2023, 19’56” – Araguari, MG
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