Pensamentos de Conforto a Morte

A morte não é um tormento, é o fim de um tormento.

O lazer sem as belas-letras é como a morte e a sepultura do homem vivo.

O amor é tormento, a falta de amor é morte.

Os homens vivem juntos, porém cada um morre sozinho e a morte é a suprema solidão.

A única precaução contra os remorsos da morte é a inocência da vida.

A mesma paisagem
escuta o canto e assiste
a morte das cigarras

O pensamento da morte engana-nos, pois faz-nos esquecer de viver.

A morte surgia-lhe como uma consagração de que só os mais puros são dignos: muitos homens desfazem-se, poucos morrem.

Morte, que mistérios encerras?... Ninguém o sabe... Todos o podem saber... Basta ir ao teu encontro, corajosa, resolutamente, que nenhum mistério existirá já!

Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com a minha imaginação, nada mais ambiciono.

A morte é amparo.

O aborrecimento é uma das faces da morte.

Um instante, vivido no paraíso,
não é pago muito caro com a morte.

Sobre os amantes e os soldados, sobre os homens condenados à morte, sobre todos aqueles que o poder cósmico da vida preenche, o poder do destino desce por vezes imprevisto numa súbita iluminação que será a sua graça e o seu fardo.

A morte é uma vitória, e quando se viveu bem o caixão é um arco de triunfo.

Quando se está a morrer, tem-se muito mais que fazer do que pensar na morte.

Afrontar a morte para viver na história é pagar com a vida uma gota de tinta.

A morte fala-nos com uma voz profunda para não dizer nada.

É o pensamento / da morte que, no final, ajuda a viver.

A morte usa-me incessantemente.