Pena eu Nao fazer parte do seu Mundo

É "de esquerda" ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e o direito do Estado de matá-lo se ele der errado.

Tive pena do ser humano por trás do erro, e não de seu caráter.

Deixem-me dizer-vos neste momento que não fazer nada é a coisa mais difícil do mundo, a mais difícil e a mais intelectual.

Quando, neste mundo, um homem tem qualquer coisa para dizer, o mais difícil não é fazer-lho dizer, mas impedi-lo de o dizer vezes de mais.

Amar? Para quê? Por um tempo, não vale a pena.
E, para sempre, é impossível.

Ser imoral não vale a pena, porque diminui, aos olhos dos outros, a vossa personalidade, ou a banaliza. Ser imoral dentro de si, cercada do máximo respeito alheio.

Para aplicar a pena de morte, a sociedade deveria ostentar a autoridade moral de não ter contribuído em nada para fabricar esse criminoso.

Não é a intensidade da pena que produz o maior efeito sobre o espírito humano, mas a extensão dela.

É uma hipocrisia esforçarmo-nos para ser bons; temos de nascer bons ou então não vale a pena metermo-nos nisso.

Filho lego-te a virtude, a pena que não mente. Outros ensinar-te-ão a felicidade.

Não tenho medo de morrer. Tenho pena.

Muitas coisas, não vale a pena dizê-las. E muita gente não merece que lhes digam outras coisas. Isto faz muito silêncio.

Lembre-se que não adianta ser um sobrevivente, a menos que você faça valer a pena sobreviver.

E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.

A maior parte do mundo estava doida. E a parte que não era doida era furiosa. E a parte que não era doida nem furiosa era apenas idiota.

Felicidade é como dieta, todo mundo sabe o que tem que fazer para conseguir seu objetivo, mas a maioria não põe em prática esse conhecimento.

Eu sou uma parte de tudo, tal como a hora é uma parte do dia.

A morte de cada homem diminui-me, porque eu faço parte da humanidade; eis porque nunca pergunto por quem dobram os sinos: é por mim.

Não poderá a velhice chegar tão depressa que não tenhamos de fazer meio caminho para ir ao seu encontro? De resto, o que é que nos faz velhos? Não é a idade, são as doenças.

Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.

(De EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)