Pano
Jesus disse que não se deve costurar remendo novo em pano velho. Então os "sábios" entendem que, é melhor deixar tudo velho.
MEU NOVO ANO
Meu novo ano, pensei seria fácil
passar pano bento
lavar os pés dos teus prévios
O que jurei no velho que se despede
e te recebe com fogos, esquece.
nem chegou a cair umbigo pois
dévio destino ocorreu-me
Lembra do mantra
do arrebento do mar Chuá … Chuá…?
Repeti-o até a língua cansar
e perder de velhos os dentes
O mar nada levou
para as sereias afundarem:
nem a mão que tampa minha boca
nem a Tal dele transformou-se cinza
o sapato ainda é o mesmo
os calos também ainda me ardem
a caminho das praças de pires nas mãos
Meu novo ano, minhas macambúzias
insurreições não foram solitárias e até deixaram
pálidos muitos cínicos de cheios bolsos
cujos ócios muito rendem
Tombou o valo nas batalhas
me agouram tal mortalha de vivo
mas encontrei na palha do tempo
meu Novo Ano
o mapa do Tesouro de Sierra Madre
já gastei por conta, que a vida é sopro
VALORES
O pano que cobre o meu corpo
custe dez, cem ou mil,.
não é o que me define.
Pouco ou nada diz de mim.
Tampouco o que te cobre,
diz muito sobre ti.
Deitou-se remendo de pano novo em vestido velho, vinho novo em odres velhos, sem que o vestido se rompesse nem o odre rebentasse.
"Colocar remendo de pano novo em tecido velho é adaptar o evangelho aos costumes e atitudes antigos sem haver arrependimento e conversão."
O Café em Renato
Aroma
De café
Do quintal
Coado
Em coadô
De pano
Chuvinha
Manhosa
Que só
Espiando
O tempo
Passá
Só
De besta
Navegando a todo o pano e beijando o amor.
Que em tempos mudou a história das nossas vidas.
Numa madrugada de Abril,
Quando os meninos de hoje já são homens e guerreiros e heróis.
Ainda não tinham nascido e já eram heróis e guerreiros.
Era um fruto prometido,
Tantas vezes proibido mas vamos festejar.
Um dia da esperança e do afeto da LIBERDADE.
Mulheres de Pano e Terra
Vieram de longe, cruzaram o mar,
trouxeram a cruz, o aço e a fome,
tomaram o chão, queimaram os nomes,
fizeram o sangue da terra jorrar.
Os povos caíram, as terras sangraram,
ergueram engenhos, correntes, senzalas,
o açúcar crescia, o latifúndio mandava,
e o povo do Nordeste aprendia a lutar.
Mas quando o homem partiu sem aviso,
quem ficou foi o ventre, a enxada e a dor.
Foram as mães que costuraram a vida,
fiando o tempo com linha e suor.
Lavadeiras de rio, rendeiras da sorte,
mãos que tecem, que lavram, que oram.
E enquanto o homem some na cidade,
elas seguram o sertão nos ombros.
O Nordeste é feito de suas pegadas,
de suas vozes, de suas lutas.
Se o passado arrancou-lhes a terra,
foram elas que ficaram — e criaram a vida.
A boa arte nada tem haver com o pano pintado e o arame contorcido. Mas os valores altos nada tem haver com a qualidade, são movimentos autônomos do mercado de arte, segue e acredita quem quer.
Pano de fundo
Saltei da tristeza à alegria
Qual foi a magia?
Foi o meu blefe à cilada.
Resgatei a variável
Do modelo, já descartada.
Foi no aguçar do pensamento
Que reformulei todo o problema
Com interações complexas do esquema
Simulei a resposta mais convicta
De não mais dar o próximo passo.
Deixei o estratagema intacto
Devolvi sutilmente o drama ao íntimo
Do infeliz criador do artifício,
Ficando por inteiro enredado.
"O escrúpulo exagerado tem como pano de fundo um ideal de perfeição irrealizável – o que é soberba".
"A vida é como uma colcha de retalhos, cada dia representa um pedaço de pano, costurado de acordo com nosso humor, seja nos momentos de prosa, em uma alegre roda de amigos ou encontro com familiares, seja nos momentos de tristeza e solidão, quando estamos sós, tendo como companhia apenas nossa própria consciência.
Com o passer do tempo, pouco a pouco os pedaços de trapos vão tomando forma, tecidos de diversas cores, texturas e tramas são costurados, um a um, alguns são ricamente adornados e geometricamente perfeitos, outros são simples e despojados. Mas todos são alinhavados e costurados entre si com muito carinho e bom gosto, sejam estampas lisas ou com figuras de diversas formas e matizes.
É chegada a hora da partida, a colcha finalmente toma sua forma definitiva, ou quase isso, representa um mosaico multicolorido, um caleidoscópio dos diversos momentos de nossa existência, um pouco do que fomos, um pouco do que somos, nossos sonhos, desejos, utopias e realizações, reproduzindo a essência d`alma no dia-a-dia de nossa existência."
Esquecer você é como tentar secar o mar com um pano — por mais que eu torça a água inúmeras vezes, ela permanece ali, inalterável. Assim como o meu coração.
Pano de coar café ou cevada é igual ao discernimento, se você usar, acaba filtrando muita coisa que atrapalha o sabor da vida.
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