Outros
Tantos em busca da felicidade fazendo dos pequenos detalhes a diferença e outros tantos perdendo tempo com defeitos e desacertos do mundo.
Quem concentra suas forças querendo destruir os outros, acaba por auto se destruir embebido em seu próprio veneno.
As pessoas estão tão preocupadas em mostrar aos outros um relacionamento perfeito, que acabam não dedicando suficientemente bem ao seu parceiro. Talvez esse seja o maior motivo dos relacionamentos de hoje não durarem muito tempo.
Aquele que insiste em exigir a perfeição nos outros talvez esteja desejando a perfeição para si próprio.
O meu maior erro foi tentar fazer de tudo pra te ver bem
parecendo você gostar de ver os outros te fazendo mal.
Se você quiser saber alguma coisa, me pergunte. Não saia dizendo ou perguntando para outros… Ou é assim que pode começar um pequeno conflito entre nós.
Ter a ousadia de ser direto... Para mim, é prazeroso o ser, e, que os outros o sejam para mim também.
Quinze e trinta e cinco. Agora quinze e trinta e seis.
Local verde, pessoas passeando, outros andando, outros correndo em busca de uma forma mais leve. Musicas no ouvido e outras na cabeça. No caso de outros, era gente mesmo que se tinha no pensamento, coisas que já aconteceram e outras vezes não.
Beijos não dados, mãos separadas, olhares distantes. Beijos dados, mãos separadas, olhares jamais esquecidos.
E durante todo esse pensamento já se foram mais sete minutos; quinze e quarenta e três.
É uma tarde de outubro, céu nublado, um frio no cangote. E Olivia estava a pensar em um amor. Ela mal sabia, mas era o da sua vida. O que ela sabia é que ele não saia mais da sua cabeça e nada mais era lembrado, a não ser o momento em que eles se conheceram em que os olhos se viram – na verdade se reencontraram e o momento em que o beijo aconteceu.
Olivia o tanto no mundo da lua que sempre fora, agora nem se fala... Já fazia meses que ela só pensava nisso e naquilo outro.
Falando em nisso-naquilo-outro, devo esclarecer que Olivia em cima da toalhinha de piquenique, segurando uma maçã, olhando para o nada e ao mesmo tempo para tudo, parada, ali, como sempre fez, observando as pessoas, estava mais linda do que nunca para os olhos de muitos e principalmente no olhar de amor que Lucas a encontrou.
Se é coincidência eu não sei, destino, talvez. Mas não era a primeira vez isso... Em restaurantes, filas, eles sempre se encontravam e fingiam desencontros.
Lucas estara ao lado da sua irmã, Lúcia, ele estava totalmente perdido, coitado. Ela tinha ido naquele parque para umas fotos com o noivo, e ele foi para ajudá-la. Mas ali, de longe, como falei, ele achou Olivia e o coração dele que estava sem direção se achou.
Olivia como já disse estava olhando-pro-nada-e-tudo, mas depois encontrou com aqueles olhos verdes – ou azuis, ela nunca conseguia desvendar. E se achou, da mesma forma que o coração dele.
Paralisados, olhos envergonhados, apaixonados, sussurros do vento em seus ouvidos. Realmente não consegui contar os minutos ou segundos daquele momento. Estou perdida nas horas depois dessa.
Olivia abaixou a cabeça, o seu coração estava prestes a pular pela boca. Mas ela não agüentou e olhou novamente, e se assustou ao notar que Lucas estava vindo em sua direção.
- Lembra de mim?
- Você de novo com essa história de lembranças? Como eu iria esquecer? Já disse uma vez que lembro.
- É preciso, depois tu esquece assim do nada feito os teus olhos e fico com uma cara de trouxa.
(risos)
- Meus olhos? Hã?
- Nunca notasse o quanto teus olhos viajam? Pois eu já.
- E pra onde eles vão? Tem destino certo?
- Não até você encontrar os meus.
(silêncio)
Lucas pra retirar aquele silencio assustador e duradouro, puxa o assunto novamente e pergunta fracamente
- O que uma menina linda dessas está fazendo aqui sozinha?
- Tu tens um texto na tua vida, NE? Sempre as mesmas perguntas (risos)
(risos)
- Mas é que fico impressionado... Uma menina linda dessas...
- Não estou sozinha, fiz um piquenique com umas amigas, mas elas já foram. Quis ficar um pouco só aqui.
- Então estou atrapalhando tua solidão?
- Tu és o motivo da minha solidão
- Explica
- Não
E o silencio novamente aparece.
Lucas abaixa a cabeça, enxuga os olhos como se houvesse alguma lagrima, se tinha de fato não sei.
- Penso muito em você.
- Penso muito em você
- Bondade minha falar o muito e não o tempo todo
- Bondade minha também.
- Mas e você, Olivia. Como anda a vida?
- Boa, e a tua?
- Boa.
Conversa, vai, conversa vem, silencio vai, silencio vem.
- Você tem lindos olhos
- Mas são castanhos. O que se tem demais? (Diz assustava Olivia.)
- São os mais doces que já vi
(silêncio)
- To sentindo a gente distante e os olhos mais próximos do que nunca.
Lucas se aproxima, alisa o seu rosto, o seu cabelo.
- Eu não consigo mais viver sem tua doçura, pequena
- Quer uma maçã?
- É só isso que você tem a me oferecer?
- Não.
Olivia o beija, Lucas a beija; se beijam. E se beijam muito mais ainda.
- Gosto de músicas de todos os tipos
- Também
- Amo futebol
- Meu Deus, eu também! Sou torcedora fanática!
- Podemos ir a um jogo juntos
- Podemos
A cada segundo eles iam se conhecendo mais e mais. Notavam indiferenças fantásticas e coisas igualmente iguais.
Lucas a puxa
- Para onde tu vai me levar, seu louco?
- Conhecer a minha irmã e o noivo dela
- Que vergonha cara, pare com isso!
- Uma hora isso iria acontecer
Eles se apresentam de mãos dadas. Então Lucia pergunta
- É essa Lucas?
- Exatamente.
Lucas a puxa novamente para perto da igrejinha, compra uma maça do amor tão as pressas que o troco nem volta
- Acho que não vai existir alguém nesse mundo que vai ter amar mais do que eu. Quero ficar contigo pela nossa eternidade, junto. Sem essa distancia que tanto me dói por dentro e fora. Minha vida não tem mais graça sem teu sorriso tímido e loucura no olhar. Quer namorar comigo?
- Fale logo que estou nervoso demais!
- É só isso que você tem a me oferecer? Essa maçã?
- Não (risos)
- Meus olhos podem responder por mim? Provavelmente. Mas falo agora porque minha voz também quer gritar pro mundo que sim! Eu quero meu amor.
Abraços, sorrisos, beijos. Finalmente eles se reencontraram e soltaram aquele sentimento jamais visto. Fora o amor, a saudade era grande. E nem aquela tarde a mataria, era preciso uma vida inteira.
Outros ... vocês sabem ... tivemos o movimento dos direitos civis ... outros acabaram com o apartheld, outros puseram abaixo a cortina de ferro.
Isso diz respeito a nossa geração, é o que depende de nós. O nosso: "Colocamos o homem na lua". Nós vamos acabar com a pobreza extrema... vamos fazer da pobreza história. É o que nos cabe fazer.
E eu acredito ... que não é uma aventura impossível. Acredito que daqui a 50 anos, quando olharem para este momento ... dirão: "houve algumas pessoas naquela época que disseram:"Não é certo deixar uma criança morrer por falta de uma vacina de 20 centavos. Não é certo deixar uma criança morrer por falta de allimento em pleno século 21."
Isto não é aceitável
