Ossos do Ofício
É como se os ossos ficassem cada vez mais estreitos.
É como se um arame passasse por entre meus pulmões.
O som do vazio que irradia a mente, vem de forma brusca como mil facas fincadas entre meu corpo.
Repleta de visões infernais, vazias e sempre o oposto de sentimentais.
Não há como se manter acordada no escuro.
Atrevido na arte
Não posso calúniar minhas poesias...
Elas tem ossos...
Tem pele...
Tem carne...
Em cada uma delas...
Existem um coração nobre...
Atrevo-me com minha essência de poeta...
Perfuma-las....
Sou um caçador de imagens...
Sou um admirador das paisagens...
Sou tão atrevido que..
Embora com os ossos machucados...
Não faço negócios com minha imaginação...
Ela não está a venda...
Ela não tem preço....
Afogo-me...
No amor...
Me deito no ar...
Mergulho no meu Mar...
Não sou de subtrair...
Odeio o sinal de divisão...
Cabe então...
Eu eleger uma promoção....
Recuo daquilo que não me inspira...
Essa arte de cultivar poesias....
É minha...
E tudo que meus olhos capitam....
É capaz de magoar até o verso mais puro....
Sou capaz de dar fôlego até o verso mais contaminado....
O que me importa....
É cultivar sem denegrir....
Semear sem tocar....
E colher sem apanhar....
Sou exportador de sementes...
Elas vão e vem...
Sou importador de um verso carente....
Sou nacional e internacional....
Sou recem nascido....
Sou da atualidade ou moda antiga
Jogo mel no amargo....
Elimino o fel....
Mesmo que alguém possa não ter gostado...
Rasgo a tristeza ao meio...
Ainda sou capaz de remendar a felicidade...
Meu inimigo....
Sou eu mesmo...
Levo a mim...
A minha própria notícia....
E se contém alguma difusão...
É apenas um verbo....
E ele está aqui....
Dentro de qualquer inspiração....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
O cansaço espiritual é muito maior que a exaustão física, somos carne, ossos e espírito. Portanto cuidem-se.
Devolva a riqueza que ’cês nos roubaram
Construíram império em cima desses ossos
Quer falar comigo? Então abaixa o tom
Me pede desculpa e depois pague os nossos
“Imagino o quanto os ossos de Jesus gemeram recebendo tantos pecados, indignado fico com o prazer dos homens em praticá-los.”
Giovane Silva Santos
Ossos e carne
Eu saciei com os olhos.
O gosto mais amargo cruel.
Se criança, se anjo, se gente.
O homem bicho cego e o fel.
Afinal é a carne ou o céu.
Responda querubins, porque não entendo.
Pálpebras fechadas na profunda sede.
Uma criança sonolenta de sono e fome.
A mais doce pluma alma.
Sem teto, sem afeto, geme e consome.
Negra? É claro, branco os dentes vorazes.
O homem do espírito semelhante.
Que permite habitar o ódio.
Foi assim, de forma clara, nas manchetes.
Isso, cenas demasiadamente cara.
Meu bebê, filho do meu útero.
Eu sinto, faltou o leite materno.
Mas a tristeza latente da crueldade, inferno.
São moscas e varejeiras na face, no lugar do colo e mamadeira.
Oh! Não, maldição, geração, religião.
Apenas à extensão, a mão, o pão, África, negro irmão.
Minha vergonha em pertencer.
Este século e os interesses, poderes e formas de globalizações
O ápice da carne, como rege Deus tuas mãos.
O semelhante roer o osso, se, é, sim, somos todos irmãos.
Giovane Silva Santos
Um grande aprendizado que existe na passagem de Ezequiel no Vale de ossos secos.
É que Deus nunca descarta ou enterra tudo aquilo que Ele vai usar de novo no tempo específico para o cumprimento da sua palavra.
Fosso dos ossos
Neste fosso de ossos
malditas almas vagam
almas que vagam perdidas
no bosque dos ossos...
regavam sangue de moídas
em escuras ruínas,
amordaçados pela dor...
libertem das correntes os desvanecidos
arranque-os dos laços de pavor
desse fosso de cadavéricos ossos,
por que nas torres altas se chora em torpor?
alma que clama esvaída, que não atura essa dor
Você desmaiou e eu te segurei. Foi a primeira vez que apoiei um humano. Você tinha ossos tão pesados. Eu me coloquei entre você e a gravidade.
O caminho para o inferno está pavimentado com ossos de padres e monges, e os crânios dos bispos são postes que iluminam o caminho.
A vida é um pouco parecida com um mergulho na parte que não bate sol em uma cachoeira, dói os ossos, mas purifica. A fina camada que separa o meu interno e externo não consegue conter o meu espirito, que se entrega a tudo aquilo que crê e acha belo. Mais atenta aos meus sentimentos, procuro sempre ser extremamente leal a mim mesma. Utilizando da minha liberdade, para me aprisionar a tudo aquilo que me faz sentir viva.
O silêncio
não bebo da fonte da superficialidade, sou originário dos ossos até as curvas minha face sem uma vírgula sequer. estou aqui construindo um castelo de areia em um chão solido mas sem ondas para derrubar , sera que isso o suficiente ? em um mundo que banaliza esforços.
todo meu silêncio é uma devoção do que eu poderia dizer mas que me falta palavras.
A dor é o tutano da escrita, quando dói por dentro dos ossos a poesia mais bonita sai e mesmo que seja dolorosa de ler, ainda consegue cativar.
- Relacionados
- Paus e Pedras podem Quebrar meus Ossos