Os Velhos Carlos Drummond de Andrade
E é então que esqueço de tudo e vou olhar nos olhos de minha bem-amada como se nunca tivesse visto antes. É ela, Deus do céu, é ela! Como a encontrei, não sei. Como chegou até aqui, não vi. Mas é ela, eu sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa; e quando ela me abre os braços eu me crucifico neles banhado em lágrimas de ternura; e sei que mataria friamente quem quer que lhe causasse dano; e gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos mirando muito além das estrelas.
Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo. Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.
Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória. Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação.
Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de seccionar aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.
Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.
De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...
Todos os dias
Eu gostaria de aprender a envelhecer
Se está tudo indo bem
É porque ontem encontrei você
Episódios se repetem
Novas chances aparecem
E a eterna dúvida do que virá depois
A real beleza, no final da estrada, onde tudo envelhece, termina revelando-se naquilo que o nosso interior reflete através dos pensamentos, atos e palavras.
É refeito das cinzas que avaliamos o ser humano e sua força de reorganização e amor pela vida, depois que suas raízes desceram as profundezas escuras da terra, beberam de todas as águas e como árvores gigantes se firmaram no planeta.
Não vem dizer o que eu devo ou não fazer
Você não honra suas promessas
E não muda suas atitudes
Depois não vem dizer que eu nunca te avisei
Melhor tomar cuidado com o que diz
Amanhã
O amanhã virá ? não sei,
Ninguém sabe...
Eu queria que o meu viesse cheio de transformações com, desejos realizados, milagres na saúde. Muitas mudanças, alegrias, empatias das pessoas, amor, abraços, perdão, danças e risos muitos risos
viver sem medo de amar
porque esse, como dizia Drummond ficou mais abaixo dos subterrâneos, ele e rouba os sonhos.
não quero reticências, não quero meias verdades, quero ser forte e de decisões acertadas, estar a frente, ir a luta e cair na "folia"
Mas e o seu amanhã como será?
Nunca confunda defeitos com falta de caráter. Defeitos todos nós temos, mas mau-caratismo só os perversos.
Estava numa palestra na qual não conseguia entender nada... Estava “quase tendo um infarto”. Saí correndo. No meio do caminho... Não havia uma pedra no meio do caminho: Resplandecente, havia um cassino no meio do caminho. Ó! O negócio é tão bom que até faz Drummond rimar melhor. Ainda... Minha esposa não tava lá pra me encher o saco!
Havia um cassino no meio do caminho
E eu estava sozinho
Só apostava nove linhas
No caça-níquel do cachorrinho
“Cachorrinho”?! É... Existe um caça-níquel que tem um cachorrinho puxando um diamante. Aqui no Brasil, você vai achar nuns buteco fuleiro por aí, “escondido” atrás de um biombo. Era nesse que eu tava brincando: Coloquei 50 dinheiros... Fui socando nove linhas...
100... Bônus... 150... Jackpot!!! Aquela gritaria na máquina... 200. Cheguei a 300 dinheiros! A sorte, claro, mudou mas... Outra história.
Poesias do mestre
A inesquecível e simples pedra
Que estava no meio do caminho
Poesia sem formato limitado
Que supera todos os obstáculos
Meu querido Carlos
Na poesia de sete faces
Descrevendo sua multiplicidade
Que não se enquadra a sua sociedade
A quadrilha do amor
Lança-se a sorte de encontrar
Um amor verdadeiro
Nesse mundo cheio de dor
E o que falar de José
Sozinho na cidade grande
Sem esperança e sem rumo
Mas resistente seguindo em frente
E o seu sentimento em Amar
Mesmo com toda destruição
Em seus ombros suportando o mundo
Pelas sem-razões do amor
As vezes tudo o que eu queria era um aconchego nosso
Aquele sem ócio, só com brilhos do teu olhar
Que me apega, que me aperta, que me cega
Mas um dia eu te tenha quem sabe eu
Te lembro que a vida é feita de transtornos imediatos
De sopros falsos
Que nos levam ao sul
E se lembra: a gente ia pro norte
Pra que eu ter um par de asas
Se eu posso voar com os pés no chão
Eu te digo outra vez que tudo o que eu queria era um aconchego nosso.
respirei e respirei
E mais fundo respirei
Quanto mais respirei
más respirei
E respirei
Mais vida tive
e mais respirei
amei respirar
E ainda morto, renasci. Sem ver o mundo, me transmuto a ser as possibilidades que existem em mim. Não dependo da aprovação de ninguém pra ser feliz, esse meu eu dependente já morreu, o que sobram são e não foram o que hoje eu sou.E ainda morto, renasci. Sem ver o mundo, me transmuto a ser as possibilidades que existem em mim. Não dependo da aprovação de ninguém pra ser feliz, esse meu eu dependente já morreu, o que sobram são e não foram o que hoje eu sou.
... do outro lado da linha pode estar:
O sorriso da sua boca;
a cura pro seus medos;
a outra taça de vinho.
PauloM @vinhos.br
Poesia de Mulher
Ela é como poesia
Cada verso seu
É como um enigma
Não é qualquer um que entenderia
Precisaria de muita sabedoria
Sua complexidade
É como literatura barroca
Às vezes meio louca
Suas curvas exalam perfeição
Parece até obra parnasiana
Me deixa completamente insana
Mulher, você não me engana
Pois há mais de uma semana
Ando vasculhando seu sorriso
Tentando desvendar
Seus segredos e medos
Mas, como Drummond já havia dito,
Havia muitas pedras no caminho
Mesmo assim me aventurei
E no fim desse poema
Por você me apaixonei.
E como ondas, ela se foi. Eu a olhei, e a amei. Ela atravessou a rua após o sinal ficar verde. Eu nunca mais a vi, mas para sempre, a vi em meus pensamentos. Olhares certos, destinos incertos.
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