Ordinário
"A alma que ousa navegar pelo caos se liberta das correntes que a mantêm presa ao ordinário, e ao emergir, encontra sua própria luz dançante."
"Realizar o ordinário é fundamental, porém o extraordinário é reservado para aqueles que não se resignam e sempre buscam estar à frente se seu tempo, e a cada início de semana você tem a possibilidade de responder em qual plano quer estar."
A liturgia do ordinário,
também é parte da devoção
diálogos, ceias e leituras,
escultura e limpar o chão
fomos chamados para servir
mudar as prioridades,
compreender as motivações
trazer luz as identidades,
todo simples requer humildade
e humildade é um mandamento
Aprendei de mim,
que sou manso e humildade.
§
"Liturgias & conversações ordinárias."
O mergulho na consciência é uma transmutação silenciosa, onde o tecido do ordinário se desfaz, revelando câmaras ocultas, onde sombras sussurram segredos inomináveis. Por trás das máscaras de domínio, um labirinto de símbolos pulsa, onde verdades veladas dançam entre o profano e o eterno, desnudando o eu diante do espelho de fogo. Em eras esquecidas, ritos psíquicos invocavam forças invisíveis, não para iluminar, mas para desintegrar camadas até o núcleo insondável. A psique, ao ser purificada pelo caos, libera enigmas que desorientam a lógica e rasgam o véu da moral. Quando a loucura se torna um portal, a questão ressurge: o que permanece quando o ouro ilusório da identidade é dissolvido? Seria a verdade um reflexo distorcido ou a própria ilusão, um pacto oculto que evitamos romper? Estes escritos antigos não apontam para o visível, mas para o inominável que habita o âmago, onde a força e a fragilidade se tornam uma. No abismo deste espelho, o que negamos não é o outro, mas a própria sombra que nos habita.
Ordinário
Oh - maldito tempo, que me envelhece
a cada momento
oh - tempo egoísta que me torna pessimista
de meus tormentos
oh tempo caricatura do medo, da peste
e do desespero!
oh tempo, ordinário e belo como o espelho
oh - tempo de todas as respostas e de todos os
desejos...
oh - tempo que mal há em seus segredos? derretidos
com as falhas dos velhos tempos...
oh tempo congelado com a ilusão alimentada
de veneno, recheada apodrecimento
oh - tempo rude, velho e nojento como o gado
desligado andando sobre os ventos...
Rebocando as paredes da vida.
Um construtor ordinário.
Brincou até na casa do vigário.
E por aí foi colocando tijolos.
Pela adolescência e transição.
Levantando a bandeira da emoção.
É o vago coração que vai se enchendo de pinturas.
A junção de massas até parece obras maduras.
Mas na verdade essa obra é fajuta.
A operação tapa buracos.
Ser perfeito é pros fracos.
É que o comportamento de uma velha puta.
Rebocando as paredes da vida.
Recompensando o alicerce fraco.
É o que tinha a oferecer aquele prato.
Ou a cartilha que não foi lida.
Mestre na obra ou carpinteiro.
Pedreiro ou engenheiro.
A praga maior é o dinheiro.
Por conta dessa agonia.
Minha obra continua no estaleiro.
O original não se desoriginaliza. A moda deixa o indivíduo ordinário, fútil e vulgar. Toda moda é ridícula. Câmbio.
Sintoma
Ela não era poesia,
Isso era ordinário demais,
Era clichesco demais,
A Ela cabia mais que isso.
Ela era Alergia.
E a irritação
Vinha seguida de prazer.
Tem gente que ainda confunde gentileza e elegância com o mais ordinário flerte. E de flerte eu entendo. E jamais seria raso.
O que é um canalha? Vejamos: Que se pode referir ao que é vil, sem valor; ordinário. Próprio da pessoa mau-caráter, desprezível: comportamento canalha. Que não é honesto; velhaco: foi canalha ao cobrar indevidamente. Substantivo masculino e feminino. Pessoa desprovida de moral; quem não tem bom caráter.
Então o que é realmente um canalha?
Resposta: um político!
AS VARIAÇÕES DO AMOR
Amo o amor, e toda forma que dele descendeu.
Do mais ordinário amor previsível,
Ao amado amor que se perdeu.
Das sanhas do amor rancoroso,
Ao recalcado amor reprimido.
Dos contritos do amor pesaroso,
Ao magoado amor compungido.
Amo o amor abnegado,
O amor sublime,
E o amor minguado.
O amor com prazer,
O amor sem paixão,
E o amor libertino.
O amor afetuoso,
O amor casual,
E o amor clandestino.
Amo o amor sem vontade,
O amor do mundano,
E o amor da castidade.
O amor comedido,
O amor puritano,
E o amor excedido.
O amor da vileza,
O amor carinhoso,
E o amor com pureza,
O amor proibido,
O amor lascivo,
E o amor consentido.
O amor conturbado,
O amor platônico,
E o amor imbricado.
O amor carismático,
O amor antagônico,
E o amor pragmático.
O amor indelicado,
O amor oportunista,
E o amor carente.
O amor com a fé do cristão,
E o cético amor do descrente.
Amo o amor com mentira,
O amor verdadeiro,
E o incerto amor do talvez.
O amor exagerado,
O amor da equivalência,
E o parco amor da escassez.
Amo todo ser indefinido,
Aquilo que não foi nomeado,
E o amor fementido.
Amo tudo que ainda se desconhece.
O amor açodado,
E o amor que nem a carne apetece.
O amor com angústia,
O amor libidinoso,
E o amor altruísta.
O amor com sentimento,
O amor jactancioso,
E o amor sem cabimento.
Viver o extraordinário é reconhecer o básico; é fazer do ordinário o momento extraordinário da sua vida.
Recebeu a graça libertária, pois receptou os contrários, quem já está livre do acusador ordinário, sejas pacífico, edificando necessários.
[Isto] foi exatamente o que aprendi. Que o mal pode ser ordinário.