Ora
3. Ora, bolas!
Ora, bolas! Mas, quem foi que disse que tomar posição na vida diante da diversidade de pessoas e temperamentos é fácil?
Claro que não é. Tomar atitude, seja ela qual for, demanda saber quem se é ou se busca ser.
Não é cômodo, definitivamente, expandir sua personalidade e tomar atitudes que, a contrário senso, podem ser confundidas com qualquer outra coisa que não seja o desnudamento da alma. Afinal, a interpretação depende da alma do outro, que nem sempre está disponível para o exercício da empatia, colocar-se em seu lugar.
Mas, que porcaria seremos nós se, ao buscar criar vínculos, estivermos sempre mascarados em busca de uma simpatia ininterrupta?
Vale a pena correr o risco? Penso que sim. Que não seja pelo outro, mas por mim.
Pela dignidade de encaixar minha fala na minha ação.
Casal que ora juntos, permanece juntos. Nem a distância os separam, pois são fortificados com o poder da oração.
Amor literário
Somos palavra.
Ora somos hiato,
Ora ditongo.
Sou consoante.
Ela, semi(nua)vogal.
Fazemos elisões
Isolados entre parênteses.
Nossa vida é conjugar-se,
Tornar-se verso.
Com clareza observo hoje que ora foi pelo excesso, ora pela deficiência de minha contraparte os motivos reais de me ter colocado em apuros.
Alma inquieta
Alma inquieta que chora aos prantos
Suspira enquanto ora de joelhos
No quarto fala dos seus desenganos
Não consegue se quer olhar no espelho
Chora e suspira por clemência
Crer que está sendo ouvida
Alma pura e cheia de inocência
Longe de Deus se vê como maldita
Mulher linda, de fé e amorosa.
Acredita que Deus escreveu a sua sina
Age sabiamente, é sempre esplendorosa!
Vive momento difícil em sua vida.
Esperança é a sua palavra de ordem
Sabe viver pela direção do espírito
Paciência só tem porque ela pode
Crer no Deus que já tinha lhe ouvido
Recebeu sempre as suas bênçãos
Seu Deus nunca lhe desamparou
Sua inquietude provocou tensões
Desnecessárias pois a vitória chegou
Pés meus
ora na grama
verde pisavam
gélidos, frigidos
tornaram-se
Teus lábios quentes
vermelhos, doces
aqueciam minh'alma
aqueciam minha boca
boca hoje sem cor
sem vida, sem dor
Luz branca, branca luz
fizeste de mim pó
cinzas de mim mesmo
as águas de meu rio
correram
direção alguma tomaram
foram-se apenas
Pôr do sol que não assisti
mar que não me banhei
cama não me deitei
passou-se por mim
algo, vida minha seria
caso me pertencera
lagrimas não ( mais ) hão de cair
dor que ficara
não levei
fui-me, apenas
sem pena, apenas fui.
_Despedida
Escrevo sobre o amor. Ele (o amor) pode um dia acabar, mas estará eternizado em meus escritos. Ora, se eu te amar tanto, quem sabe um dia será meu verso, quem sabe um dia será eterno?
Adoro jiló, mas toda vez que digo isso vem alguém me dizer que é comida de passarinho... Ora bolas, salmão é comida de urso, milho de galinha e cenoura de coelho.
Ora, olhai as estrelas
olhai com humildade
olhai com amor
olhai com desejo
esquecendo a dor.
Ora, Olhai as estrelas
mas olha sem revolta
olha sem rancor
com um olhar belo
um olhar cheio de amor.
Ora, olhai as estrelas
que é nossa companheira
aquele ponto brilhante
que resiste a tudo
estrela relutante.
Ora, Olhai as estrelas
por que faz bem para a alma
mas o amor tem que ter
porque uma pessoa sem amor
é incapaz, das estrelas, entender.
Ora pois...
bem,
Fique aí, com sua vitrine
Fique bem exposta...
inacessivel inatingível,,
Com todo o seu poder!
Com todas estas...
"tuas migalhas"
Enquanto que eu regresso ao meu
"interior!
Às vezes,
fico me perguntando,
qual foi meu maior erro!
O dia em que eu disse..
Não sou você!
Lembre-se..
Fui eu que te vesti,
nem sabia falar,
muito menos andar!
dava um passo para frente
e déz para traz
Mas não sou você.
E você nem chega aos meus pés!
Mas um dia vou te mostrar
o significado da palavra valor!
..
Precisa-se de uma senhora
Sem hora...
sem... ora - digamos...
Plena de vida,
Cheia da vida,
Para ocupar
Um espaço a dois.
Paga-se bem!
-Bem pra lá...
Bem pra cá.
E que ame tão bem
E seja também tão amada!
Que um dia,
Ainda que longe,
Possamos dizer
Cheios de saudade:
Nunca estivemos sós!
Precisa-se de uma senhora
Sem hora... Sem ora - digamos....
Plena da vida - Para encher de vida
Alguém sedento de amor!
Precisa-se
Arita Damasceno Pettená
Você deve confiar na vida! Ora se tudo aquilo que você faz, é o que realmente importa, não te preocupes, a vida se encarrega disso, de que não importe o que tu penses, se você confiar, você pode perseverar. Do que adianta, perseverar isto é sem o querer, antes de tudo, é preciso ver porque você não confia, talvez haja casos em que se perde a esperança.
Muitas vezes estamos tentando confiar onde não há esperança. Isto é pois confiar sem ter esperança, há a geração de desconfiança. Você passa a conhecer razões e motivos para acreditar. Mas quando não tens esperança, você acha que estas razões e motivos, são para enganar. O que resulta numa estagnação, a não evolução -
Quem me dera agora, eu ainda soubesse como se chora.
Ora, e por tudo pra fora.
Tarde, embora, também é hora.
Sendo a vida o cenário, atores e autores se misturam: ora é falha do roteiro; ora, falta de talento.
Ora, segurança e liberdade são valores fundamentais para a dignidade humana. Segurança sem liberdade é submissão, escravidão. Liberdade sem segurança expressa uma deficiência.
Não derramo fogo á lenha,
Ora, posto que não seja chama,
"Eterno enquanto dure", mito!
Sendo infinito...sendo infinito,
Remato aqui meu amor, meu grito,
O que se encerra, não se derrama,
Ei de aprender, feito os aflitos
Sufocar esse grito de quem ama.
O VOLVER DA BRUMA
Vá, antes que a aurora, insana
Lamente sua doce dor, e chore
Não! Não alimentarei a chama,
Vás a quem console, recolhe.
Não, não é fácil escolher as palavras, ora atropelo umas, ora atropelam-me outras, quando vejo, estou lá na frente ou cá atrás, no meio de um deserto assassino. Desespero-me, deixo lacunas, gritos, medos... Bolas!" (Estranhos na noite, romance, 1988)
