O Poeta e o Passarinho
oia oia, passarinho
o céu não tem caminho
a liberdade é o combustível
pra tua asa, passarinho
oia oia, passarinho
e se tu cantas pra mim
te faço um ninho no meu peito
e tu nunca mais vai longe assim
oia oia, passarinho
não entendo o seu pranto
pois pro passarinho livre
sua casa é em todo canto.
Um passarinho na janela
Era uma manhã como tantas outras, quando minha atenção foi capturada por um pequeno pássaro que, com graça e leveza, pousou na janela de minha casa. O passarinho, em sua serena vivacidade, parecia trazer consigo um mundo de reflexões.
Suas asas delicadas tocavam o vidro com a leveza de quem afaga o próprio destino, e seus olhos, dois pontos brilhantes, refletiam a quietude de um espírito livre, como quem tem um céu inteiro dentro de si. A presença daquele pássaro revelou-se como um oráculo silencioso, sugerindo-me que a vida, em sua essência, é uma eterna contemplação do invisível.
Enquanto o passarinho perscrutava o horizonte, pensei nas vezes em que nós, humanos, presos em nossas angústias, deixamos de perceber as belezas simples que nos cercam. Ignorância é acharmos que pássaros, só porque têm asas, não caem ou que nunca descansam nos tapetes de Deus durante o seu percurso. Essa liberdade não tem nada a ver com invencibilidade.
O pássaro, em sua graciosa indiferença, ensinava-me a arte da quietude, a contemplação do instante presente, a sabedoria de viver sem pressa.
E assim, naquele encontro fortuito, compreendi que a janela não era apenas uma barreira física, mas uma metáfora da alma, uma passagem para a introspecção e para o entendimento do nosso lugar no mundo. O passarinho, ao pousar na janela, não apenas a tocava, mas convidava-me a abrir as portas do meu próprio coração para as sutilezas da vida.
🦅 Águia não voa com passarinho,
🦅 Águia Avoa com Águia 🦅.
Então se você é passarinho,
por favor não vem a trapalhar
o meu lindo Vôo.
Yola Silva
Voua passarinho !
Voua passarinho voua,
Por esse imenso Universo,
e diz para minha princesa,
que breve espero seu regresso.
Passarinho na Gaiola
Na prisão dourada que a mão construiu,
Um canto ecoa, mas é canto vazio.
Olhos pequenos, tristes a mirar,
O céu lá fora que não pode tocar.
As asas sonham com o vento a soprar,
Com a dança livre do voo no ar.
Mas as grades frias vêm recordar,
Que o mundo é vasto, mas não pode estar.
Ah, passarinho, por que te prender?
Teu canto é livre, teu dom é viver.
Quem ama escuta, deixa-te voar,
Pois só no infinito é que vais cantar.
Um dia, talvez, a porta se abra,
E tu encontrarás o caminho da alma.
Voarás ao alto, sem medo ou dor,
Levando contigo a mensagem de amor.
Cantar como canta um passarinho
Quando voa livre pelo ar
Se a chuva chega de mansinho
Sempre encontra um lugar para pousar
Passarinho…
E novamente te encontro
Nessa paisagem urbana
Que permaneça livre feliz
A salvo da maldade humana
Passarinho que se foi
E conheceu o mundo
Lembre-se que sua árvore
Seu porto seguro
Ainda tem raízes que te ama
E te protegera da escuridão
Que conheceu
Não tomo café
Mas tenho coador preferido!
Se um passarinho perguntar
por quê,
Xô, passarinho – respondo não.
Bichinho mexeriqueiro!
É segredo de amor!
Extraído do Livro: Poética
Francisco
Você tinha um quê de passarinho.
Não voou, mas havia um céu inteiro
dentro de si.
O céu cabia nos teus bolsos —
um céu de algodão-doce,
de nuvens que sabiam cochichar.
De vez em quando, abria a boca
e soltava um bando de andorinhas:
palavras de um certo Galileu,
um Latino Galileu.
Enquanto o mundo lhe exigia asas,
não precisou sair do chão.
Quem carrega um céu dentro do peito
não precisa provar nada ao vento.
Por mais que seja o nosso desejo não podemos ajudar a todos, sempre tem um passarinho que cai do ninho.
Dor
Como passa o passarinho
Passeando pelo jardim
A dor também é passageira…
Pode acreditar em mim!
Dissipando-se a cada passo
Logo se torna passado…
Se ela tem o seu começo
Também há de ter seu fim
