O Poeta e o Passarinho
Cantiga de adeus
Quando fores embora
ó saudade, seja breve
na tua hora, não me leve
Se acaso não possa
deixar-me no prazer
vista a tua saragoça
e saia sem nada dizer
Não me puxe pela mão
nem tão pouco no pensar
me deixe na agridoce ilusão
melhor do que te acompanhar
E, se ainda não queira
deixar-me sem os teus
argumentos, a tua asneira
então, me diga logo adeus
e vá sem qualquer besteira
Me deixe no esquecimento!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/ 02/ 2020 - Cerrado goiano
REDUNDÂNCIA (soneto)
Por que me vens, com a mesma rima
Por que me vens, sofredora na trova
És porque vive assim querendo prova
Ou, então, lembrar-me da autoestima?
Por que levanta a tua voz, que sova
O coração, já amassado. Me anima!
Pois é tu, que do amor me aproxima
E não o contrário, a que me reprova
Vens acordar o que repousa fagueiro
O que de melhor há no poético raiar
O que vive romântico, assim, faceiro...
Ah! esqueçamos o que possa tardar
Nas tuas linhas eu sou o seu cavaleiro
E de minh’alma a doçura quero poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
NUME... (soneto)
(8 de março, Dia da Mulher)
Há na mulher um ser de grandeza
que é de luz e de espírito bendito
a tua criação é o divino na natureza
tua prestante alma é todo o infinito
Um mistério de força e de pureza!
Um coração em espasmo erudito
rasga-se em amor de terna firmeza
e de toda geração o melhor escrito
Deus transmite o Teu olhar por ela
cada rebento a vida em harmonia
e a Gênese do afeto em cada abraço
pois, no seio de mulher ou donzela
dela o amparo, patrona companhia!
Nume... que nunca rende ao cansaço.
Poeminha no viver
Meu viver, que és um canto
Que n’alma sempre a nascer
E eu, neste morar vivo tanto
Portanto, tenho a agradecer.
Os anos que vão passando
São de desfolho sem dó
Se turbulentos ou brando
Dão-me ventura, não sou só!
A minha fé, minha confiança
São meus olhos, olhos meus
Tal um flechar de esperança
Como uma benção de Deus!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Todos os nossos questionamentos serão respondidos, tudo será revelado.
As respostas vem de Deus, não há necessidade necessidade de angústia.
ECLIPSE (soneto)
Sei de uma saudade, tapera escura
Onde meu coração anda penitente
Memória de uma dor, que perdura
No peito, cheio de suspiro pendente
Ó paixão, só me quer na sepultura
Da solidão, amarrado em corrente
Da agonia, me privando da ternura
De ter-te... me tiranizando a mente
Por que? Bates a porta do querer
Quer me ver sofrer e em prantos
E de sentimento rude e sem valor
Arranca de mim este vazio a prover
Versos toscos e tão sem encantos...
Tal qual a quem... desluziu o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CERRADO ALVORECENDO
Um raiar grande e luzidio, um alvoroço profundo
O amanhecer no horizonte em histeria tremenda
As maritacas nos buritis já se fartando da merenda
E o cheiro do chão duro, do bafejo manso é oriundo
Preme pela janela o raio de sol rachado na fenda
O vento seco trovando suspiros vindos do fundo
Da melancolia, que traz a saudade num segundo
E que desperta no sertão com a mais bela legenda:
De vitalidade, pois é a diversidade já alvejando
Vê! Tudo é magia, leve, com toda a sua ousadia
Brilha o capim dourado no campo, em bando...
E tudo vai demudando, tal uma doce poesia
Escritas com as mãos do Criador, ali rimando,
A vida com a lida do alvorecer de mais um dia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
*no olho do furacão do COVID-19
A vida por um fio...
Um fio de luz
Que ilumina todo o meu ser.
E onde dominava o medo
Agora existe liberdade
Existe vida,
Não há mais segredo.
Não critiques as minhas cicatrizes, pode ser que uma delas resultou daquela nobre acção quando estindi as mãos para te salvar e já não te lembras
Medo eu tenho vários. Alguns eu ouço como se fosse um aviso, eles me fazem enxergar até onde posso ir. Esses são os medos benéficos.
Já outros medos são como se fossem freios para a minha fé. E é aí que eu acelero mesmo e os deixo pra trás. Vencê -los é o início da vitória.
O AMOR (soneto)
O sentimento é uma formosa safira
Rútila, que o prazer do sentir enseja
Onde a emoção a companhia deseja
E no coração, aceso, flamejante pira
Tal harmônica lira, na poesia suspira
O abraço cativa, com o olhar se beija
E na amizade, ele, o afeto, assim seja!
É ardor com mimo que n’alma delira
É sempre magia e também é donário
Aquele singular poema no seu diário
Ternura e sedosa flor, enredado voo
Na companhia obrigatório alicerce
Onde no caule do bem ele floresce
Só quem tem, quem um dia amou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/08/2020, 20’01” – Triângulo Mineiro
Pai, na saudade.
Quando me dei conta da ausência
Na idade madura me encontrava
O senhor não era mais suficiência
Herói e vilão, já não mais estava
Outro tempo, outra realidade
O passado, passou, ali te amava
Te amo! Hoje, na dura saudade!
Quero mais que o alvorecer,
quero o despertar do amanhecer.
Quero o desabrochar do dia...
acordar em harmonia, com alegria,
quero o agora, a poesia, a emoção.
O amor fazendo razão no meu coração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17, setembro/2020 - Cerrado goiano
A vida é feita de fases, fases são feitas de momentos, momentos esses que podem ser felizes ou infelizes, mas no final de tudo, sabemos que só o amor pode mudar nossa vida, só o amor pode fazer a felicidade reinar, basta você acreditar.
Foge Comigo
Foge comigo
Esquece do mundo
Que eu te darei
O amor mais profundo
Por você eu largo tudo
E embarco em sua aventura
A gente viaja pelo mundo
E eu vou junto nessa loucura
Eu viajo nesses teus olhos
E nesse teu sorriso
Bom mesmo é ouvir tua voz
E o som do teu riso
Eternamente aventureiros
Inefável paixão
Tudo fica mais bonito
Quando pego na sua mão
Pretexto
Inventei uma historinha
Pra poder te encontrar
Uma historinha pra poder te dizer
Que é ao seu lado que eu quero estar
Procurei por toda a parte
Os seus lindos cabelos ruivos
E driblei, sem hesitar
Todos os olhares turvos
Arranjei um pretexto
Pra você me decifrar
Pois eu sou um quebra-cabeça
Bem difícil de montar
Peguei o violão e tentei escrever
Uma canção que pudesse te mostrar
Tudo que eu sempre quis te dizer
E nunca soube expressar
Sua Mente
Posso não ser cartomante
Nem adepto de quiromancia
Mas eu leio a sua mente
Com toques de magia
Te desvendo por inteiro
E descubro os teus segredos
Vejo todos os teus mistérios
Até os maiores medos
Não preciso de bola de cristal
Pra ver o que se passa com você
Eu só olho nos teus olhos
Nem precisa me dizer
Quanto mais você se esconde
Mais eu procuro te achar
Esse amor cruel me invade
E me faz por teu nome clamar
Gritei aos quatro ventos
Sem vergonha de assumir
Eu não sei definir o nome
Do que você me faz sentir
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