O Poeta e o Passarinho
Nada neste mundo tirará
o meu direito de ser poeta,
Nenhum infortúnio roubará
o teu direito de ver inteira:
- A poesia inabalável.
Nada neste lugar julgará
o nosso direito e leveza de ser
- unidos -
Pela poesia [inabalável;
Porque nada nos desamparará
do nosso dever romântico,
Que mesmo sem escrever
a inspiração não deixa abandonar,
O amor valente e [imensurável].
Os nossos olhares não se perderão,
Os dois estão presos pelo coração.
As nossas bocas sempre irão arder:
Os beijos jamais irão [esquecer].
Os nossos corpos não se desgrudarão,
Os dois jamais apagarão.
Os carinhos que ninguém há de negar,
As vontades jamais hão de [passar].
No fundo, sei que não se sente seguro,
porque confiava estando ao meu lado
Um protegia o outro do desdouro:
de todos, de tudo e do mundo.
No profundo de ti não sossegas,
sente muito a minha falta...,
Porque não sente sequer o teu sonho
velado com amor e toda a calma,
Sei também que estás sofrido,
carente, desprotegido e sem afago.
- Não te enganes mais! -
Sou o teu doido amor,
A chaga aberta e em chamas:
- Não cicatrizarei jamais!-
Ao poeta Cruz e Sousa...
A poesia é interminável
Nasci Julieta infinita
Do nascer do Sol
Até o morrer dele
Filha de toda a inspiração
Cresci poética pelas mãos
Do negro que escreveu
No mar o soneto etéreo
A poesia é inefável
Nasci imperfeita, artista
Do tom da clave de Sol
Alçando a harmonia solene
Serva de cada excitação
Louca por tuas mãos
Feita das tuas linhas
Estrela suspensa
Que com brilho o mar ilumina
Cada vez que tu me olhas:
o teu olhar me arrebata, fulmina
Como as ondas do mar se integram
E tanto fazem com as espumas
Não que elas desapareçam,
Uma passa a pertencer a outra
- se revelam -
Assim é o mistério de amor
Que tanto me entrego...,
Passando assim a ser mais tua
Do que todas as nereidas desnudas
Que por ti passaram...
Contigo nos reúno, e nos possuo.
Longe de mim,
Proclamar-me poeta,
Eu não sei rimar,
Não sei o que é poesia,
- e muito menos diferenciar
A poesia de um poema,
Não sei se uma é melhor
Do que a outra,
É verdade! Eu sou doida!
Eu sou muito doida!
Porque quando escrevo
Faço uma confusão danada,
- e quase sempre -
Não sei quando uso a rima,
E a hora de fazer métrica;
Escrevo como uma fugitiva
Em nome da estética
E da razão que surge do nada,
Fugindo com a poesia nas costas.
Escrevo de forma bem atirada,
Do jeito que o Diabo gosta,
E deixa Deus bem corado...,
Estes versos sem propósito,
Seguindo pela rua desvairados,
Beijando doidamente,
Todas as bocas e aos bocados,
Eu realmente não sei escrever,
Longe de mim deixar-vos enganados...
A saudade não passou,
O presente ainda machuca,
O futuro é um convite,
O poeta tem razão.
É de exuberância monumental,
- a minha vista é do quintal,
À espera da tua presença espiritual.
Lá em Isla Negra perdura
A saudade que você deixou,
O amor que ainda persiste
No rimário de encanto e sedução.
É uma espera sem igual,
- dizem que isso não é normal
Essa espera valerá a paz sem igual.
A saudade não vai passar
O presente irá te trazer,
O futuro irá nos pertencer
- E o poeta há de nos escrever! -
Um poeta morre e nasce,
Sempre que escreve poesia,
E vai seguindo o curso da maré,
Ele reinventa,e sempre ressurge;
O poeta quando menos se espera,
- ele ressuscita
O poeta é feito de sangue, pó e ouro.
Um poeta se mata e ressuscita,
Sempre que declama poesia,
E vai seguindo o curso do rio,
Ele inventa, e surpreende;
O poeta não espera nada de ninguém,
- ele é eterno
O poeta é feito de amor, ódio e mistério.
Vocês não fazem a mínima ideia
do que é feito um poeta,
E muito menos como na vida
um poeta surge;
Portanto, desejo que todos vocês
vão para o Inferno!
O poeta Ronaldo soube definir bem:
"...você é o medo que me falta.".
Por isso muitas vezes eu te evitei,
Agora, eu te juro com Cunha e Lima
Que não vou fugir dessa história,
Que secretamente me fascina,
Estou indo em letras para a nossa Paraíba...
Paraíba que é terra, fogo, ar, mar e poesia,
Que por algum motivo surgiu para mexer
Com a minha cabeça e com todo o meu ser...
Vou danadíssima te provocando com versos,
Inspirando para você me ter em parceria.
Com brilho nos olhos e um paraíso no peito,
Temos um carinho que já está ganhando jeito...
Destes teus lábios e coração emanam
Um sotaque perfeito, que me provocam
desejo de amanhecer atada em ti;
Escutando a tua deliciosa voz.
Porque eu te desejo sem metades,
Cobiço-te inteiro, e sem cessar;
Chegarei com a força do vento do sul
Anunciando que cheguei de vez para ficar.
Faço questão de te apresentar o meu advogado:
- Dr. Carlos Drummond de Andrade, o poeta.
É com ele que aprendi a te acusar porque
em mim deixaste cravada a saudade.
Não posso fazer nada se o teu relógio
quebraste, e foste embora por qualquer
doido motivo - deixando o meu coração
bem doído (e contrito).
Pegaste o melhor do meu coração,
E partiste fugidio.
Sim, acuso-te com esses versos vivos,
Versos repletos de momentos sentidos,
Acuso-te porque você merece,
E o meu coração por ti partiu-se,
Escrevo com o pedaço finito,
que por ti padece.
Acorda, revive e percebe,
Que este coração é só teu,
Sempre pedi aos céus que
fostes meu,
Desconfio que você me esqueceu.
Cobro, redobro a cobrança da presença
que você me acostumou,
- e cobro ainda mais o amor que sempre prometeu.
Ao caminhares iluminado pelos primeiros raios de sol,
- sentirás a presença do meu coração girassol
E lembrarás de mim ao avistares o canteiro
Das flores mais púrpuras e lilazes,
- seguirás no parque caminhando e levando de nós
os momentos mais audazes.
Por mais que queiram impôr uma pena
capital à um poeta, na alma dele mora
a chama redentora do mundo celestial.
O poeta é o abolicionista, o inconfidente
essencial - e para ele não há umbral.
O Universo é o prêmio dos poetas,
- nele cabem Ariano e as letras...
O Universo é o boticário dos poetas,
- é nele que removemos a trama espinhenta...
Está no poeta o olho do furacão: ele é
o princípio e o fim de toda revolução.
É fato, que toda a poesia
nasceu para ser castigada - mas nada,
nada mesmo fará a alma do poeta fadigada.
O Universo é o mar dos poetas,
- com ele brincamos com as estrelas...
O Universo tem a força dos poetas,
- o cheiro de nós dois nele se intensa...
O Universo cabe no Sertão e faz lavoura
no Deserto, bobo é aquele que acha que
o poeta não tem nada de esperto...
O poeta finge que dorme, mas sempre
está com um olho fechado e outro aberto.
O Universo cabe na mão do poeta,
- só ele é domina a arte de semear a terra...
O Universo é o instante intacto da ternura,
- ele conhece bem a rota de fuga da amargura...
O prêmio do poeta sempre será o Universo,
- porque no nosso escrever
cabe o Universo inteiro...
O poeta finge que cansa, mas não
desiste nunca - o espírito do poeta é trigueiro,
o poeta arruma sempre um motim festeiro.
O Universo é a geografia dos poetas,
- é nele que abrimos estradas e somos lenda...
O Universo é a casa dos poetas,
- é nele que mora a felicidade imensa...
O poeta já nasceu sabendo
que nada desanima e que tudo desafia - a poesia.
E sempre haverá mil motivos para continuar
escrevendo a poesia.
O poeta conhece a dor, e sabe o quê é a alegria;
conhece o Universo da nostalgia, e o caminho
da galáxia que extasia - o Universo da Poesia.
No compasso do coração
A orbe poética gira
É o amor que chega anunciando
Sou poeta e poetisa
Liberta
É vitória do Bem contra o Mal
O amor ousa no astral
Ele experimenta, se intensa
Se supera e espera
Sensacional
No compasso do coração
Nada é fugaz
É lindo o amor que você traz
Somos paz
Celestiais
O amor pulsa e se intensifica
Ele se entrega
No compasso do coração
Somos sinfonia
Festa
Na cantilena do coração
Nada é em vão
Quando duas almas viram uma
Amar sempre vale a pena
Nada se apequena
Vira poema
Inspiração
A saudade é para o poeta um convite repleto de sutileza, Ela surge sempre para dizer ao poeta que é preciso viver a tua ausência com beleza.
A saudade é cúmplice do poeta, A saudade faz verso,prosa e poesia, A saudade produz sinestesia, semeia e melhor do que ninguém - sintetiza.
Aprecie o artesão, o artista, o músico, o dançarino, o poeta, o escritor e o influencer da sua cidades, inspirar pessoas ajuda a manter a chama da cultura acesa.
O poeta sempre
sabe o que fala,
mesmo quando cala,
A noite vem estrelada,
ela surge enluarada,
O cio poético rompe
o diligente e a noite silente.
Drummond que não é
nada bobo indica o caminho,
Ele estalou os dedos e provou
que o amor é bicho instruído,
Meu bem, não te aflijas,
todo poeta também
sabe ser companheiro.
Este desejo aqui em versos
é completamente faceiro,
esse teu ir embora
querendo voltar prova
que o amor bate na aorta,
Ele bate na porta sem
a gente sequer esperar,
e muito menos despertar,
O amor vem delicadinho
na ponta dos pés,
pronto para te amar.
Drummond veio ao mundo
como poeta para provar
como o amor é bom,
Na verdade todos cantam
e dançam essa cantiga
de eira nem beira,
Todos os homens
que usam óculos
deixam o amor tirá-los,
Todas as mulheres não
resistem em não deixar
de ficar com as saias suspensas.
O amor também não
deixa de ser um animal arisco,
Mantenha-no preso ao cangote,
e seduza-o com táticas feiticeiras,
Capriche no jardim
de alegrias suspensas,
e me vire do avesso com as tuas seduções intensas.
Poeta ou poetisa? É mais uma discussão de gênero do que qualquer outra coisa, chamar uma mulher de poeta não é ofensa, e nem chamar uma poetisa de poetisa não é diminuição da figura da autora. A norma culta aceita as duas formas.
Para o poeta de verdade, o desprezo, o anonimato e a indiferença são combustíveis que colaboram
com potência na construção da sua obra imortal.
Muito distante
de ser uma ilha
segundo o poeta
de Timboema
busquei por ti
para falar tudo
o quê eu senti
sobre o quê vi.
Desta vez foi
muito diferente
para nós dois,
não sei se foi
a Lua ou o quê
aconteceu,
(só sei que você
não saiu mais
da minha mente).
Transformaste
a tranquilidade
em inquietação,
meu precioso
(olhar de azeviche
e doçura insana
que me incendiou
de ciúme e gana).
Desta vez para
nós foi diferente,
pois não saí de ti
simplesmente;
a solidão não
é e nem nunca
foi feita para gente,
(você não tem
saído da mente).
Tornada a tua
Eta Aquarídeas,
a tal dançarina
em celebração,
divindade elegida,
no teu Universo
(não passageira,
ocupação sensorial,
romântica e etérea).
Você me chama
e só o tempo dirá
se de mãos dadas,
almas aninhadas
e idéias alinhadas
em tempo aberto
(abraçados e ternos
na Fortaleza de Santa
Cruz de Anhatomirim).
