Nuvens
Assim como as nuvens se movem rapidamente no céu em um timelapse, a vida também passa num piscar de olhos.
Cada momento é único, efêmero, e não volta mais.
Por isso, devemos aprender com o céu: aproveitar cada instante, valorizar o presente e viver intensamente, antes que tudo mude de forma ou desapareça.
Como as nuvens em movimento rápido, a vida passa depressa. Por isso, é essencial aproveitar cada momento e viver o presente intensamente.
O sol se despede devagar,
tingindo o céu de ouro velho e sonho.
As nuvens, douradas, flutuam no horizonte,
e as sombras se esticam, preguiçosas.
O vento sussurra histórias antigas,
o dia se inclina, entregando-se à noite.
Tudo se banha em luz morna,
como um abraço que aquece a alma.
E ali, parado, contemplo o milagre,
uma obra que não pede aplausos.
Só o silêncio basta,
porque o ouro velho fala por si.
Passeando pelo meu interior, deparei- me com vales floridos, plácidas lagoas, nuvens feitas de algodão... também pude ver tempestades ruidosas, campos secos de decepção, longas temporadas de amargura. Decidi refazer o percurso e investir no maior tesouro, a Gratidão...esse com retorno garantido!
A presença de quem a gente ama, por vezes nos preenche tão gostosamente, que nuvens de algodão doce e unicórnios se tornam coisas banais...
Erga a cabeça e olhe para o céu. Contemple o sol, a chuva, as nuvens...À noite, aprecie as estrelas, a lua, as nuances. Respire fundo e agradeça, você está morando no mais lindo planeta que existe...
Horizontes são variáveis...depende muito da perspectiva. Nuvens escuras são prenúncio de tempestade...uma benção para lugares onde a seca devora, ou preocupação dobrada para quem sofreu com a enxurrada. Como tudo nesta vida perspectivas e variáveis são mutáveis. Só mesmo deixando à vontade o que o Universo nos reserva podemos experimentar todo processo.
Bastou uma frestinha da Lua Cheia surgir por entre as nuvens e voilà: as Fadas Festeiras e as Bruxas Bailarinas se uniram em uma graciosa coreografia, saudando a noite e toda a mágica que chegava com ela. Não tardaram a aparecer os seres encantados , atraídos pela música e alegria...estava montada a festa, a noite mais uma vez se iluminara de magia!
Quero sentir meus pés no chão
Mesmo que os pensamentos voem além das nuvens
Quero muito essa brisa, esse perfume, essa luz
Digo assim pois minha alma anseia isto
Necessita de uma forma orgânica, íntima
Mal fecho meus olhos e lá me vou
Planando leve, voando livre
Me perco e misturo, sou parte de tudo
Fada ligeira, bruxa da mata
Conheço cada pedra, folha, passarinho ou barata
O giro é infinito, a vida não para...
Crio e recrio com toda audácia.
Que as escuras nuvens que por vezes vêm, sirvam de motivação para que com mais afinco busquemos nosso Sol interior.
Pirilampo encantado no céu de estrelas
Brisa nova de luz soprando na alma
Cabeça nas nuvens, os pés bem na grama
Paisagem noturna preenche meu ser...
Um céu límpido é belo. Mas um horizonte repleto de coloridas, mutantes e enigmáticas nuvens pode ser tão mais promissor e interessante...
Assim como as águas, que se deixam moldar pelas adversidades ao seu entorno, são as nuvens, que se deixam levar pelos ventos. Por vezes, sejamos como água ou nuvens, identificando as certas adversidades ou ventos ideais, para que juntos desenhemos quadros de infinitas possibilidades da nossa real beleza.
+Q Covardes
Nascido na terra, mas andando nas nuvens. Chegou ao limite, onde todos desejam estar. Passa a se incomodar com a leveza de ser, de existir. Sente-se sem chão, pois o peso de seu próprio corpo já não mais o incomoda. Começa a desequilibrar, onde o equilíbrio não se faz mais necessário e rodopiando, decide se lançar ao chão. Não é por desmerecer os céus, mas anjos também podem ser caídos.
Policromia da Paz
Céu azul,
nuvens brancas,
ao fundo,
a exuberância das palmeiras.
No âmago,
a irresistível vontade
de voar em sonhos,
além da realidade.
Com o véu da paz
estampado no peito,
o sangue jorra descompassado,
faz pulsar o coração tenso
de sentimentos bons
e alvissareiros.
Cores vibrantes
acendem ternura,
vida plena,
salutar e revigorante.
A solidão,
em harmonia com a paz,
transcende o amor verdadeiro,
real e fiel à doce Elizabeth.
Dona do domínio,
com as consequências do direito
de usar, fruir
e navegar nas ondas
Enquanto Deus for o teu chão, andará como se estivesse pisando nas nuvens, uma tempestade se tornará uma simples garoa se ele for o teu guarda-chuva. Na batalha ele é teu escudo, na guerra ele é a paz, na doença ele é a cura e para o ódio ele é o amor.
CÉU, VENTO E CHUVA
Céu, vento e chuva, horizonte submerso
Em nuvens, e o cerrado todo verdejante
Enxurrada, e aquele pingar borbulhante
Na estrada, atiçando sentimento diverso
Alma retirada, um devaneio tão disperso
Chão molhado, cheiro de erva rastejante
Na poça d’água um espelhar coruscante
Sensação, precipitação, ó aquoso verso
Chove no cerrado, no cerrado a chover
Cada fauna no seu canto a se esconder
Canta a seriema num cântico sem fim...
Suplicante. Céu, vento e chuva, lá fora
Cai, em uma cadente poética trovadora
Tornando o sertão num sedoso jardim.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/11/2024, 10’48” – Araguari, MG
SONETO MELANCÓLICO
Chove, embrusca o céu do cerrado
o horizonte ribomba em trovoada
nuvens prenhas, parindo gota d'agua
"cachoeirando" o telhado poeirado
Tomba galhos, ventos na esplanada
um cárcere sombrio, espírito calado
a alma com os seus ais embrulhado
contempla os sonhos em disparada
E o tempo a ver, o chão ensopado
escorrendo devaneios pela fachada
dos sonhos, em rodopios atordoado
Salpica na janela, medos em pancada
melancolia, num espanto não desejado
dos meu olhos em pranto, numa cilada...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
Zarpar
O cerrado é seco, chove pouco
Vou zarpar pro mar
Sem chuva a gente fica louco
As nuvens de lá tem pingos a gotejar
Levarei somente uma camisa
Deixo aqui meu erário, o poetar
Lá vou viver de brisa
Pois aqui brisa não há
Luciano Spagnol
Cerrado goiano