Nunca Critique
O Peso dos Dias e a Leveza do Tempo
Nunca gostei de comemorar aniversários.
Não me entendam mal — não é um desprezo pela vida, tampouco um capricho melancólico. É, talvez, um desacordo silencioso com o calendário. A data do nascimento me soa arbitrária demais para conter em si todo o mistério e a beleza de estar vivo. Há algo estranho em reduzir a celebração da existência a um dia fixo, como se a vastidão da vida coubesse numa vela, num bolo ou num parabéns apressado.
Eu prefiro envelhecer a fazer aniversário.
Gosto da ideia de envelhecer porque ela carrega marcas. Rugas, histórias, memórias e silêncios. Envelhecer é a confirmação de que estive aqui — que sangrei, sorri, perdi e me encontrei. Cada linha no rosto é uma frase escrita à mão pelo tempo. Cada ano que passa é mais uma página virada com esforço e sentido. Envelhecer é a prova irrefutável de que vivi — ou ao menos tentei viver.
Mas viver, veja bem, é diferente de estar vivo.
Estar vivo é biológico: pulmões funcionando, sangue correndo, agenda cheia. Viver é outra coisa. É quando a alma respira, quando os olhos se demoram num pôr do sol, quando o silêncio não assusta mais. É quando a dor ensina, quando o amor transforma, quando o tempo passa e você sabe que ele passou por você — e não apenas ao seu lado.
E é exatamente por isso que não temo a morte física. Essa virá para todos, no tempo que não escolhemos. O que realmente me assusta — e profundamente — é a morte em vida. Aquele estado em que os olhos seguem abertos, mas o mundo já não causa espanto; em que o coração bate, mas não se comove; em que se respira, mas não se sente mais o perfume da existência.
Essa morte silenciosa, discreta, cotidiana, me aterroriza. Porque ela se instala devagar, sem anunciar-se. De repente, já não se sonha. Já não se espera. Já não se luta. É essa a morte que me recuso a aceitar.
Por isso celebro o cotidiano. Todo dia é um aniversário da minha consciência desperta. Todo gesto de sensibilidade, toda lágrima sentida, toda esperança cultivada é uma prova de que ainda estou vivo — e não apenas biologicamente funcional, mas inteiro.
Não preciso de presentes nem de aplausos. Preciso apenas do milagre cotidiano de seguir. Porque todo dia que me é dado é, por si só, um aniversário da minha resistência. Um lembrete de que estou aqui — apesar de tudo, apesar de mim.
E assim, envelhecendo sem pressa, vivo celebrando o que realmente importa: a arte rara de continuar sendo.
Jesus o Cristo nunca prometeu bens materiais, proteção e nem paz, ele alertou que teríamos aflições, perseguições, guerras, disputas, nem comida na mesa e tudo de pior, nunca mencionou em ter conforto nessa vida porque não é nesse Mundo que teremos o Reino dele, e sim na Imatéria pós morte, mesmo ele morrendo na cruz as guerras continuaram e usando o nome dele.
Todo aquele que se opõe a todos os tipos de violência.
Que nunca aceitaram ou tentaram entender a escravidão e o regime nazista, também não aceitará nenhum tipo de violência contra mulheres, crianças e adolescentes...
Uma reflexão:
A violência cresce numa proporção que ela consumirá até os seus causadores, pois é algo que não tem o controle.
Existe um ditado que diz: "Quem com ferro fere, com o ferro será ferido".
"Quem mata pela espada, morre pela espada" e assim sucessivamente...
Por isso, Cristo nos ensinou a amar os nossos inimigos senão, que recompensa teremos se amarmos apenas quem nos ama?
Amando o nosso inimigo teremos ainda recompensa!
Apesar da violência, sabeis de uma coisa: o nosso Redentor vive e se Levantará ao nosso favor!
Vivemos as nossas vidas em busca de algo que nunca somos capazes de encontrar, porque não sabemos, com clareza, o que seja e como encontrá-la.
"Em algum momento já fui ou serei um herói, quem nunca brigou com seus monstros ou não lutou batalhas que não são suas?"
Nascemos sem consentimento, herdamos uma dívida que nunca contraímos e somos obrigados a pagá-la com sofrimento. Odeio a vida como um prisioneiro odeia sua cela — mas até meu ódio é parte da sentença, pois prova que ainda me iludo achando que a liberdade seria possível.
Não confie em ninguém.
Não confie em você, porque você pode procrastinar ou nunca fazer o que estava pensando ou sonhando.
Confie somente em Deus.
Ester Rodrigues
Inevitáveis aqueles momentos de reflexão: segundos feitos pra quem sabe que desistir nunca foi uma opção.
Quem nunca escreveu uma bela historia, não compreende a loucura do escritor. Mas quem já leu uma bela história faz da loucura do escritor uma mente brilhante.
O Peso Que o Mundo Não Vê
Tem gente que só é boa porque nunca teve que escolher entre a fome e a ética.
Nunca viu o filho chorar de dor sem poder pagar o remédio.
Nunca precisou engolir o orgulho pra implorar ajuda.
A vida é generosa com os julgadores.
Mas cruel com os que carregam o mundo nas costas caladas.
Não é o sofrimento que corrompe o homem.
É a mentira de um mundo que exige pureza de quem sangra.
Antes de julgar, calça o sapato furado de quem caiu e levantou mil vezes.
A dor não faz santos, faz sobreviventes.
E quem sobrevive, não pede aplauso. Pede respeito.
— Purificação
Nunca te pedi nada, e mesmo assim, sempre me deste tudo de que precisei.
Nos momentos em que me perdi de mim, foi em ti que me reencontrei.
E mesmo quando não vejo saída, és tu quem sempre me mostra o caminho para continuar.
Tem gente que vive na igreja…
Mas a cruz nunca entrou dentro dela.
Faz tudo pelo púlpito, e nada pelo secreto.
Tem mais medo de perder cargo do que de perder a salvação.
Quer holofote, mas não quer renúncia.
O diabo aplaude, e Deus se cala.
Sangue no chão nunca foi sinal de derrota.
É sementeira.
A vida nos ensina:
O que parece fim é começo.
O que dói, fortalece.
O que sangra, renasce.
Cada luta, cada queda, cada ferida aberta no asfalto da existência...
Não é marca da morte, mas raiz da resistência.
É do chão manchado que brota a revolução.
É da dor regada que nasce a revolução.
Essa abordagem transforma a dor em poesia visual, alinhada ao espírito de resiliência que a frase propõe.
