Nosso Amor como o Canto dos Passaros

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O trabalho é desejável, primeiro e antes de tudo como um preventivo contra o aborrecimento, pois o aborrecimento que um homem sente ao executar um trabalho necessário embora monótono, não se compara ao que sente quando nada tem que fazer.

Quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana.

A lógica, como o uísque, perde seu efeito benéfico quando tomada em quantidades exageradas.

As nossas escolas ensinam a moral feudal corrompida pelo comércio e oferecem como modelo de homens ilustres e que tiveram sucesso o militar conquistador, o barão ladrão e o explorador.

Quem dos outros ri, deve recear que, como vingança, também se riam de si.

Ninguém ama tanto a vida como o homem que está a envelhecer.

Trocar um sofrimento por outro é, muitas vezes, tão grande alívio como sentir o fim do sofrimento.

Como que levada
pela brisa, a borboleta
vai de ramo em ramo.

Cada um deixa a vida como se tivesse acabado de começá-la.

As lágrimas dos velhos são tão terríveis como as das crianças são naturais.

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade
ANDRADE, E., Antologia Breve, 1972

Como é terrível conhecer, quando o conhecimento / não favorece quem o possui!

Inconstante, como aura, é por natureza / o pensamento dos jovens.

Ideias são como barbas: o homem só tem uma quando ela cresce.

Não importa como uma pessoa morre, mas sim como ela vive.

Algo como o mau tempo, na verdade, não existe. Existem, sim, vários tipos de bom tempo.

Um beijo legítimo nunca vale tanto como um beijo furtado.

Nada há que tão notavelmente determine o auge de uma civilização, como o conhecimento, nos que a vivem, da esterilidade de todo o esforço, porque nos regem leis implacáveis, que nada revoga nem obstrui. Somos, porventura, servos algemados ao capricho de deuses, mais fortes porém não melhores que nós, subordinados, nós como eles, à regência férrea de um Destino abstracto, superior à justiça e à bondade, alheio ao bem e ao mal.

Que há de mais absurdo que o progresso, já que o homem, como está provado pelos fatos de todos os dias, é sempre igual e semelhante ao homem, isto é, sempre em estado selvagem.

Para os problemas de estilo, nada com a corrente; para os problemas de princípios, sê firme como um rochedo.