Nós dois
Digam o que quiserem sobre os Dez Mandamentos, devemos dar-nos por felizes por eles não passarem de dez.
O que os outros pensam de nós teria pouca importância se não influenciasse tão profundamente o que pensamos de nós mesmos quando tomamos conhecimento da opinião alheia.
Uma grande verdade, mesmo mal sugerida, comove-nos mais do que uma verdade medíocre completamente exprimida.
Não podemos aguardar que os tempos se modifiquem e nós nos modifiquemos junto, por uma revolução que chegue e nos leve em sua marcha. Nós mesmos somos o futuro. Nós somos a revolução.
Agrada-nos repousar em sociedade com os nossos semelhantes: miseráveis como nós, impotentes como nós, eles não nos ajudarão; morreremos sozinhos.
Estamos face a face com nosso destino, e devemos encontrá-lo com muita coragem e resolução. Para nós é a vida de ação, da extenuante performance do dever; deixe-nos viver nos arreios, esforçando-nos vigorosamente; deixe-nos correr o risco de nos desgastarmos do que enferrujarmos.
Coração, nós o esqueceremos!
Coração, nós o esqueceremos!
Eu e ti, hoje à noite.
Deves te esquecer do acalento que ele nos deu,
Que eu me esquecerei do lume.
Quando o houveres feito, diga-me te suplico,
Que aos meus pensamentos toldarei;
Apressa-te! Que enquanto te tardas,
Dele ainda me lembrarei!