Nós dois

O que hoje é para nós um paradoxo, será para a posteridade uma verdade demonstrada.

Cada um de nós faria mais coisas, se as julgasse menos impossíveis.

A duração breve da nossa vida proíbe-nos de alimentar uma esperança longa.

Pois todas as nossas misérias verdadeiras são íntimas e causadas por nós mesmos. Acreditamos erradamente que elas vêm de fora, mas formamo-las dentro de nós, da nossa própria substância.

Nós nunca nos realizamos. Somos dois abismos - um poço fitando o céu.

Ninguém no mundo tem poder sobre o seu juízo interior; embora possam obrigar-nos a dizer em pleno dia que é noite, não há força capaz de nos coagir a pensá-lo.

É uma grande virtude considerar todos melhores que nós.

Estar sozinho é treinarmo-nos para a morte.

Vingarmo-nos de um mal de que fomos vítimas é privarmo-nos do conforto de gritarmos contra a injustiça.

A verdadeira liberdade é podermos tudo por nós.

O poder deixa-nos tal como somos e apenas engrandece os grandes.

O ódio e a guerra que declaramos aos outros gasta-nos e consome-nos a nós mesmos.

Quando atingimos o objetivo, convencemo-nos de que seguimos o bom caminho.

O amor ensina-nos todas as virtudes.

O fato de continuarmos a pensar que uma determinada coisa não é errada dá-nos uma aparência superficial de estarmos certos.

Às vezes, sem o sabermos, o futuro está em nós, e as nossas palavras supostamente mentirosas descrevem uma realidade que está próxima.

Asseguremo-nos bem do fato antes de nos inquietarmos com a causa. Este método é muito lento para a maioria das pessoas, que correm atrás da causa e descuram a verdade dos fatos.

O acaso assemelha-se a nós.

Imoralidade é a moralidade daqueles que se estão a divertir mais do que nós.

O amor acrescenta-nos com o que amarmos. O ódio diminui-nos. Se amares o universo, serás do tamanho dele. Mas quanto mais odiares, mais ficas apenas do teu. Porque odeias tanto? Compra uma tabuada. E aprende a fazer contas.