Nós dois
Uma das trágicas coisas que eu percebo na natureza humana é que todos nós tendemos a adiar o viver. Estamos todos sonhando com um mágico jardim de rosas no horizonte, ao invés de desfrutar das rosas que estão florescendo do lado de fora de nossas janelas hoje.
Do modo como a concebemos, a vida em família não é mais natural para nós do que uma gaiola é para um papagaio.
A mulher que se beijou e não se teve, que se adivinhou e não se possuiu, transforma-se para nós numa obsessão, numa preocupação doentia.
Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios os não conseguirmos guardar?
É estupidez entristecermo-nos pela perda de uma companhia: podíamos nunca ter encontrado essa pessoa, portanto, podemos dispensá-la.
Um argumento a favor do diabo: É preciso recordar que nós ouvimos só uma versão da história. Deus escreveu todos os livros.
Não há nada de tão belo como aproximarmo-nos da Divindade e espalhar os seus raios pela raça humana.