Nem tudo e Facil de Cecilia Meireles

Eu tinha medo do que podia se tornar. Ficava, preocupada, insegura, achando que tudo iria dar errado. E acabou dando errado, tudo aconteceu como eu não esperava. A vida pode ser lamentável às vezes, mas aos pouco ela sabe auto-regenerasse.

Parece que com o passar dos dias tudo vai mudando e nada é da mesma forma de antes. Os carinhos, os sentimentos, as pessoas ao meu redor; já não são as mesmas, e simplesmente parecem não se importar com o meu pedido de socorro. Não tem mais aquele “certo alguém”, para me dar uma bronca, para me dar ânimo, para que de mim possa cuidar, me fazendo pensar que pode ter uma saída, que manhã pode ser diferente. Os amigos, bom... Não sei onde estão, essa é a verdade, pouquíssimos são os que se fazem presente hoje e sempre. O tempo pode passar, e muita coisa vai mudar, mas as pessoas não deveriam abandonar aqueles que dizem amar, se abandonam, é porque não é amor.

O momento em que estou sorrindo, não quer dizer que tudo está bem, pelo contrário, certas vezes, meus sorrisos carregam mais dor do que minhas lágrimas.

Cansei de tentar convencer a mim mesma de que tudo está bem, cansei de sorrir falsamente, de evitar falar e de tentar esconder as lágrimas. Não vê que só você pode curar minha dor? Preciso de você por perto, preciso das suas palavras, preciso do seu abraço, e de você sussurrando que vai cuidar de mim, de você dizendo que tudo vai ficar bem.

Ás vezes cansa fingir que “está tudo bem”, cansa sorrir falsamente. É tão estranho carregar tanta dor em um sorriso, e ninguém suspeitar dos medos, dos choros, dos traumas.

Errado ou certo. Alívio ou dor. Preto ou Branco. Se eu fechar meus olhos, tudo é o mesmo.

Certo ou errado. Preto ou Branco. Quando eu fecho os olhos tudo é o mesmo.

Tenho que aprender a não imaginar como seria se tudo fosse diferente. Aprender a não criar momentos em minha cabeça que possivelmente nunca se tornarão realidade. Aprender a não lembrar das pessoas que me abandonam. Encostar a cabeça no travesseiro sem recordar dos medos, dos choros, dos traumas. Tenho que aprender a simplesmente dormir, sempre quando for me deitar.

E mesmo depois de tudo, ou talvez por causa de tudo, eu não quero te tirar do meu coração, quero mudar as coisas e me colocar no seu.

E mesmo depois de tudo, ou talvez por causa de tudo, eu nunca vou deixar de me importar.

Ela espera acordar e dizer que tudo vai ser diferente. No entanto, acorda espichada na cama, com os olhos pesados como quem não dormiu. Ela costuma levantar e tentar se convencer de que é só mais um dia, mas dessa vez, preferia nem ter acordado. Ela pensa constantemente em tentar mudar, mais no fundo sabe, que só um único alguém é capaz de reverte-la. É um estar longe, e sentir-se perto. Querer fugir e não encontrar-se em lugar algum. É como abrir os olhos, e ouvir algo dizendo: “Acorda, bem-vindo a realidade”.

Ela sentiu tudo desmoronar mais uma vez. Não havia mais sorrisos, esperança ou gargalhadas. Ela só tem o silêncio que perdura em si, um “pequeno” vazio e um grande estrago. Ela só tem a verdade em que estonteantemente anseia por prová-la, a dor que insiste em persegui-la, a solidão que está sempre a acompanhá-la, o medo de machucar-se a ponto de dilacerá-la. Ela tenta fingir que tudo está bem, mas no fim do dia a sua maior fraqueza aparece a atormentá-la. Ela queria arrumar uma saída para isso, um antídoto totalmente curável, mas toda vez em que ela supõe não poder piorar, a coisa vai lá, e piora.

O tempo não cura tudo. Existem pessoas que o tempo não é capaz de levar. Existem feridas que o tempo não é capaz de cicatrizar, existem lembranças que o tempo não é capaz de apagar. O tempo é a prova de que os melhores sentimentos nunca se perdem, de as que piores dores sempre te acompanham e que os sonhos não são meras utopias.

Ah viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não para, viver parece ter sono e não poder dormir – viver é incômodo. Não se pode andar nu nem de corpo nem de espírito.

Infeliz e equivocado é todo irmão que em qualquer fraternidade se acha possuidor de tudo que a fraternidade poderia dar.Em poucas palavras é uma das duas coisas, um tolo bastardo sonhador por se contentar em sonhar com tão pouco ou um infame buscador do infinito tão longínquo que nunca conseguiu sair de si mesmo.

Devemos sempre policiar nossa torpe vaidade de julgar e opinar sobre tudo na vida segundo e seguindo nossa própria compreensão e entendimento.

Nem tudo que reluz é ouro diz o velho ditado mas o habilidoso vigarista induz qualquer coisa ao mais intenso dourado.

Feliz é todo aquele que consegue ofertar ao próximo com alegria, tudo aquilo que nunca recebeu.

⁠Minha original religião é o amor espiritual a vida e tudo que faz parte Dela.

Tudo é uma grande caminhada de encontros e desencontros. O melhor dos encontros, desta jornada aparece do novo e sempre reserva nos novas conversas, com palavras nunca ditas e caminhos a serem descobertos, re-inventados a dois dentro de nos mesmo.