Nao sou uma Pessoa que Espera a Elogiar
“Romantizo tudo, não consigo fugir disto. Hoje mesmo, durante a manhã, passei em frente a uma escola infantil onde as crianças brincavam descontraidamente no pátio. Um menino e uma menina, não mais de cinco anos cada um, estavam sentados no canto brincando com as mãos um do outro e sorrindo com uma graça que há tempos eu não via. Eram, ingenuamente, a espécie mais bonita de amantes: puros, sorridentes, aleatórios ao resto do mundo. Ele só olhava para ela, enquanto ela só olhava para ele. As outras crianças eram meras coadjuvantes daquela cena. Ela batia na mão dele, que não conseguia retribuir na mesma força, com um medo de machucá-la que nem mesmo ele entendia. Era amor. Quem pode dizer que não era amor no olhar daquelas crianças? Ganha de muito casal que convivo, de muitos casamentos de décadas. Ganha de muitos amores perdidos por aí. Por fim, cansados da brincadeira, emudeceram e ela encosto a pequena cabeça no ombro dele, que fez pose de homem protetor. Tão pequenos e ingênuos, mas já tão adultos nos detalhes. Ou serão os adultos que são eternamente crianças? Deveriam ser. A brincadeira entre aquelas duas crianças renderia um romance inteiro na minha cabeça. Não adianta: eu vejo presságios de amor em todos os cantos.”
Uma árvore cuja copa você não pode alcançar cresce de uma semente. Uma construção de mais de nove andares de altura começa com um punhado de terra. Uma viagem de mil milhas se inicia com um único passo.
UM SORRISO, POR FAVOR
Não sei se o fato é universal, se todos reagem assim. Mas é uma constante diária, mil vezes testada.
Quando nos relacionamos socialmente, conversando com pessoas, só passamos a sentir-nos bem, no momento em que o interlocutor desanuvia o rosto, abrindo um sorriso.
Fisionomias sérias nos assustam e inibem. Fisionomias amarradas nos bloqueiam sufocando a espontaneidade plantando embaraço e mal-estar. Naquela sensação de achar-nos deslocados, em país estranho e hostil. Embaralhados com a língua estrangeira, que mal entendemos. Curtindo problemas de comunicação.
Mas... tudo se modifica, por encanto, quando os rostos se iluminam, sorrindo. Sentimo-nos outros, sem bloqueios, sem mudanças. E naqueles sorrisos adivinhamos boas vindas, declarações de amizade e simpatia:
–– Não vos constranjas. Fica à vontade...
–– Coragem, sois meu amigo...
–– A casa é vossa. Acampa, sem medo...
É isso aí. Rostos fechados nos fazem mal, dos pés à cabeça. E o mais simples sorriso nos descontrai, deixam-nos soltos, felizes, bem natural. Bem à vontade, perante outros, conhecidos ou desconhecidos, próximos ou distantes.
Decididamente, sorrir é mais fácil quando alguém sorri para a gente.
O mundo fica diferente e a vida tem outro sabor!
E assim, pelos caminhos da vida, em casa, fora de casa, seja onde for, mendigamos e suplicamos, invariavelmente:
Um Sorriso, por favor!
Não, não vai passar. Vai amenizar, irá se tornar sutil, uma dorzinha, mas não vai passar. Não vou deixar de viver a minha vida, mas também nunca vou deixar de sentir esse vazio ordinário e sem sentido que deixou dentro de mim. E por mais que eu precise conhecer outros sorrisos, beijos e abraços, nunca mais quero ter a sensação de que todo amor é tão inútil. Roupas jogadas por toda parte, uma pessoa totalmente diferente daquilo que estava acostumada. Não era mais eu, era alguém mais magra, mais loira e com maiores olheiras. Era alguém pronta para acabar com todos os corações que ousassem em me tocar. E eu estava muito pronta para acabar, para usar e desusar. Eu estava pronta para ser uma verdadeira vaca com todos os meninos que poderiam se aproximar. Não era assim, nunca havia tomado tantos porres. Não era motivo algum para se mostrar mais feliz, e hoje eu vejo que foi preciso ser aquilo que nem sei mais o nome.
Esse mundo é uma coisa de louco. Sei viver aqui não... Onde já se viu: se você gosta tem que fingir que não gosta, desprezar, negar. Chamar de amigo é pedir para ganhar inimigos ... Alguém pode me explicar como se vive assim?! Deve ser por isso que eu sofro tanto. Eu, tão de verdade vivendo em um mundo tão de mentira.
“Não importa quem te fez chorar no passado, dê uma chance pra quem quer te fazer sorrir no presente”.
Não existe ação alguma sem finalidade, podendo-se afirmar que uma se identifica com outra: cada ato é destinado a alcançar um fim.
Apenas uma música. Não precisa de mais nada.
Apenas alguns minutos de uma música contam a sua situação.
A música é um aviso que Deus deixou para nos dizer que existe algo mais belo na vida.
A música faz qualquer coração, por mais duro que seja, ser quebrantado em segundos.
A música é aquela que não precisa de tradução, se cantada em outras línguas, pois o que você precisa é só senti-la.
A música é aquela que faz mudanças em sua vida. E como faz...
A música é aquela que te faz viajar, que une pessoas de diferentes lugares, religiões...
A música é algo que não dá pra explicar.
Sabe quando aquela canção toca e você fecha os olhos pra poder senti-la? Pois é. Ali é só você e ela.
Não dá pra explicar.
Não dá pra transmitir o que você sente naquele momento.
E não importa se você está triste, com raiva, apaixonado, decepcionado... pra todo momento há uma música.
A música é uma saída.
Quando tudo parece desabar, é pra ela que eu corro.
Quando tudo está alegre, é na música que eu compartilho essa felicidade.
Quando estou amando, é na letra das canções que eu procuro tradução “praquilo” que estou sentindo.
Às vezes, as pessoas querem tantas provas de que Deus existe. E ai está uma prova: A música. Ela é uma das formas que Deus usa para fazer contato conosco.
A ideia de não haver um Criador elabora uma terrível falha na mente, com graves consequências, pois se essa ligação entre o criado e o incriado for negada, haverá a formação de um lapso na própria constituição psicofisiológica do ser humano.
Verdadeiros gestos são valiosos por exprimirem o amor e o afeto em uma via de mão única. Gestos não são remédios do passado nem muito menos escudos para o futuro. São essenciais no agora sendo assim - um presente.
Viver é profanar pela primeira vez numa flores virgem e sabendo que não poderá profanar mais uma vez à mesma floresta e nem treinar para a sua execução.
Sempre existirá uma minoria? E por incrível que pareça essa minoria não é pequena, da onde vem então essa expressão? Vem sim da minoria que quer diminuir o que é comum, e só não é mais comum, por ser visto de maneira distorcida. Deveríamos nos firmar no desigual já que é tão rico o plural que forma-se do singular!
Como dói
O silêncio de palavras
Não ditas.
Cada qual
Uma ilha perdida
No oceano.
Silêncio compartilhado
Este sim
Tem sabor de
Comunhão
E transcendência.
É silêncio construtivo.
Silêncio de porto seguro.
