Não posso
Não posso te oferecer todo o amor do mundo!
O único que tenho para te dar é o meu, mas se ele for seu?
Você terá sempre o melhor de mim, em qualquer lugar do mundo.
O meu amor será o teu jardim, quanto mais você regar...
Mais ele irá florir.
Nesses dias, em que o tempo corre, fico a pensar em nós dois.
Coisas que não posso descrever, apenas imaginar nós dois.
O que falta para nós sermos somente nós?
SEM MEIO TERMO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Faço as pazes comigo, já não posso
com a força da minha intransigência,
minha essência que nunca se permite
um aroma de ventos renovados...
Não preciso mudar, só consentir
uma nova visão do para sempre,
um sentir menos tenso e congelado
entre medos e cismas de antemão...
Seguirei mais comigo, faço as pazes
com as velhas verdades reprimidas
ou as vidas deixadas no caminho...
Solto sonhos, liberto as esperanças,
dou andanças aos passos ocupados
e não deixo de ser, mas deixo estar...
SOCIEDADE - NOVELA - SOCIEDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Cheguei à conclusão de que não posso exigir que a arte pare no tempo, sob pena de se tornar fútil; superficial; sem qualquer compromisso com as realidades contemporâneas. A dramaturgia, por exemplo, quando não se propõe a exibir histórias de épocas passadas ou de cunho estritamente religioso, tende a se tornar alienada, fora de propósito e contexto, caso exceda nos véus. A menos que haja intenção dos autores, por questões de humor, fantasia ou romance atemporal.
Como não dá para enfiar computadores, smartphones, armas nucleares e comportamentos ultramodernos em histórias de séculos, quiçá milênios passados, também não dá para fazer o oposto nas histórias de nosso tempo. Afinal, a arte existe em razão da sociedade; não a sociedade em razão da arte.
Excetuando os casos de fanatismo artístico, em que a falta de compromisso com crianças, adolescentes e outros vulneráveis interfere perniciosamente no processo natural e gradativo de formação ou assimilação, não acho nada imoral. Nem contradidático. Nem escandaloso. Na arte, no entretenimento nem na lida interpessoal e consensual. É só uma questão de achar ou não por bem consumir, e de querer ou não, de forma explícita, inequívoca e decidida, interagir com o outro. Tudo com discernimento próprio; não de acordo com regras, prismas ou imposições de que ou quem quer que seja.
É claro que havemos de repudiar qualquer manifestação artística e de outras naturezas, se houver clara imposição ou incitação ao ódio; ao preconceito; à exclusão; ao crime. Mas confesso que o que tenho visto é que a mídia, em especial a dramaturgia na maioria das vezes tem feito, com ou sem eficiência e sucesso, é exatamente pregar a compreensão, a tolerância, o respeito e os novos olhares sobre as diferenças cada vez mais evidentes. Com vícios, distorções e falhas, mas cabe às famílias aplicar seus filtros, propor as devidas reflexões, assessorar seus vulneráveis para o entendimento viável do que assiste. Ou proibir a audiência, pelo reconhecimento da incapacidade de assessorar.
O que nenhuma pessoa, família, grei, organização ou grupo tem o direito de fazer é decidir o que os outros podem ou não podem, com base nas suas proibições internas, por moralismo; fanatismo; ideologia; crença; imposição de cultura ou tradição.
Que se denuncie o que fere a lei; o que é crime ou contravenção. Mas ninguém se julgue apto a reger a sociedade; a exigir que todos vivam dentro de seus moldes ou virem suas ovelhas compulsórias. Voltando à dramaturgia, chegamos ao tempo em que, por falso moralismo e ditadura de fé, como se já não bastassem os preconceitos religioso, de gênero e até racial, temos que conviver com o preconceito a depender dos programas que apreciamos, a emissora de rádio ou televisão que preferimos, o jornal que lemos, os sites que acessamos e até as músicas de nossa expressa preferência.
Na contramão do que muito cidadão tem feito, se um dia me acudisse a ideia de mover um processo judicial de natureza pública, baseado em influências de comportamentos, eu preferiria processar a sociedade, da qual faço parte, pelas más influências que ela, sim, tem levado às telenovelas. Repito que a arte existe em razão da sociedade; não a sociedade em razão da arte.
HOJE
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Só não posso dizer que teremos depois;
que seremos pra sempre; nem pra logo mais;
temos mais a fazer do que fazer promessas
ou traçar o destino que a ninguém pertence...
Um amor periférico, à flor do contato,
é meu sonho de alguém até quando não sei,
sem a lei como tábua de passar a vida
que não tem que ser lei nem terá que ser tábua...
Só aceite o que trago sem nota fiscal,
não me peça projetos que não tenho a dar,
tenho a dor de saber que nada sei de mim...
Temos muitos passados; hoje nos cai bem;
querer bem é tão livre quanto cisco ao vento
e ninguém é feliz; estar feliz me basta...
EXORCISMO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Grito em vão, porém grito, não posso perder
o poder de revolta que meus olhos bebem,
minha sã consciência desses tempos baços,
meus espaços de ação em favor da esperança...
Com a voz estridente ou silêncio profundo,
numa tela, uma pauta ou num muro baldio,
nas entranhas do mundo e nas periferias
das verdades da vida que mente pra mim...
Tenha eco, não tenha, tanto faz pro grito,
esse rito, esse culto, minha tradição,
mão na tábua que o mar não engoliu ainda...
É assim que devolvo demônios e pragas,
que desvio as adagas, confundo inimigos
e me faço de vivo pra sobreviver...
HUMANO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Não posso tudo,
e o meu querer
não é bastante.
Nem quero tanto,
com tal poder,
com tanta força
ou tanta farsa.
Depois da estrada
termina o mundo,
e tudo é tudo...
só resta o nada.
SEU SEM QUERER
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já não posso insistir no bem querer
que me leva, me joga, me deságua,
me desova no seu arquivo morto,
onde vivo a ilusão de que lhe tenho...
Abro mão desse porto pontual,
desse ponto cravado em alto mar,
do luau solitário que lhe rendo
pra ganhar uns trocados de afeição...
Guarde sua distância pra si mesma,
não a quero com tanto sem querer
ou com tanta preguiça e reticência...
Deixarei que a saudade seja sua
uma vez, uma lua, um por acaso;
quero troca; não quero doação...
Eu não posso mudar teus pensamentos, apenas posso mostrar-te que és tu o único capaz de mudar-te a ti mesmo. (LilloDahlan)
Não posso me arriscar
Por você me apaixonar
Você é livre
Eu sou pra casar
Vive matando aula, pra se agarrar
Não consigo ser assim
Sou mais de sair de mãos dadas
De beijar
Quando cansar de ser opção
Venha me procurar
Por enquanto estou tranquilo
Porém posso um dia cansar de esperar
08/02/2006 - Paranavaí - Paraná
Não posso prever se continuarei a escrever após a morte, portanto, aproveito este momento para compor este texto.
Querem de mim o que não posso oferecer. Não aguentava mais aquela vidinha de gado. Vida de fila. Vida de empregado. Vida de quem não tem futuro.
Não posso deixar dê vê-la,
sentir o seu calor,
ainda que eu não tenha
o seu amor.
Por isso, só a visão do teu corpo,
transforma o dia em um mar
de flores,
que cativam o meu ser.
Que só sabe te querer.
A vida me fez ser uma pessoa que não pode ter medo nem inseguranças, não posso perder tempo com distrações.
Aprendi que, num cotidiano marcado pela dor, hesitar pode significar retroceder. A cada passo, preciso demonstrar coragem mesmo quando as pernas tremem. Essa imposição de resistência constante cria um estado de alerta quase doentio, cada distração vira um risco de me fazer esquecer o quão frágil sou.
Não posso existir sem meu Deus. Não consigo conceber outra vida que não seja esta: dedicando-me inteiramente a servir ao Senhor com toda a minha alma. Não consigo sequer respirar sem antes invocar o nome do meu Redentor. Sinto que finalmente estou compreendendo a profundidade do que Paulo sentiu ao escrever: "Porque para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro." Filipenses 1:21.
MAR DE MARIA
A Maria Bethânia...
Se não posso dar-te, o verde mar...
E não posso dar-te, a luz do dia
Dar-te-ei portanto, o que nos versos há
De mim e do meu mar de simbologia...
Mar de Deus...
Mar que é seu
Mar que vislumbro...
Mar de Zeus...
Mar de breu
Mar de gira-mundo...
É o mesmo mar que se recosta...
O mesmo mar que vem e volta
O mesmo que minh'alma conforta...
Mar de todos os santos...
Mar de portos, tantos!
Mar de cantos e prosas...
Mar da grandiosa Baía...
Mar da luminosa rainha
Mar de coroas e rosas...
Mar de verde água luzidia...
Mar que não é o de Sophia
Mar que é só... Mar de Maria!
(MAR DE MARIA - Edilon Moreira, Maio/2015)
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