Nao me Deixa te Odiar
"Talvez as pessoas nunca tenham perdoado porque não foram perdoa-das, talvez nunca tenham ajudado pois não foram ajuda-das, talvez nunca tenham dado uma segunda chance a alguém, pois nunca receberam uma segunda chance, a vida é uma troca querendo ou não, as vezes a matemática não funciona, pois nem tudo aquilo que você entrega significa que irá receber, e mesmo diante disso, não é pretexto para não se fazer aquilo que é certo, as vezes esperamos tanto da vida, mas talvez não paramos para notar que não estamos fazendo nada para que ela mude".
Não sei quantos tipos de valor de dólar andavam circulando. Ninguém sabia direito quanto as coisas valiam. O peso se desvalorizava, havia inflação. E começaram os controles do câmbio. Como se em pleno verão você fosse pago em gelo e proibissem geladeiras.
Essa vida não é como as roupas. Não podemos vesti-la hoje e tirá-la amanhã. Mesmo que tivéssemos terras, ninguém nos chamaria de fazendeiros. Continuaríamos sendo cangaceiros. Pior: cangaceiros que desertaram. Vargas continuaria querendo a nossa cabeça (...). Não há escapatória para gente como nós.
Aprendera com Antônio que a indecisão leva sempre a um mau resultado. O que ele não tinha lhe ensinado, porém, foi que decisões erradas quase sempre deixam remorsos e remorsos não têm cura.
Os homens de verdade assumem a responsabilidade pelo que fazem. Não ficam botando a culpa na sorte. Ou nas mulheres.
"Talvez as pessoas nunca tenham perdoado porque não foram perdoa-das, talvez nunca tenham ajudado pois não foram ajuda-das, talvez nunca tenham dado uma segunda chance a alguém, pois nunca receberam uma segunda chance, a vida é uma troca".
E o tempo comeu o chão.
Sem terra, sem rio, sem céu, não me restou
senão o vislumbrar
de um sonho.
E o sonho
foi ave e peixe,
foi tempo e foi céu.
Depois, aos poucos, o sonho me devorou a vida.
E, assim,
em mim,
nasceram todas as vidas.
Uma criança que corre, brinca e sorri não faz ideia do drama que é a vida adulta. Como éramos felizes quando a maldade não existia em nossos corações.
Somos seres em constante construção, em busca da nossa iluminação. Ainda não compreendida pela grande maioria das pessoas.
Na economia atual, a mudança é um fato da vida. Não podemos nos apegar ao que funcionou e torcer pelo melhor. Precisamos de uma foice de confiança para traçar um caminho à frente da curva.
Um homem que não arca com suas responsabilidades, perde além do nome e da honra, o direito de usar este título.
INANIA VERBA
Ah! Quem há de querer, meus versos vazios
O que a emoção não diz, e a mão não poeta?
Cânticos numa só tormenta, em uma só reta
Que lamenta, sangra, porém, se tornam frios...
A quimera agita, regurgita, e na alma espeta
A rima espessa e torta, sem simétricos feitios
Abafam a ideia leve, sem os olhares gentios
Que, calam o espírito, num augúrio profeta
Quem o molde o terá pra encaixar no fado?
Ai! quem há de expor as frustrações malditas
Do sonho? que anina e não mais se levanta...
E a inania verba muda, e o amor ali calado
E as confissões que talvez não sejam ditas
No silêncio, emudecem, atadas na garganta.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, início de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
