Frances de Pontes Peebles

Encontrados 6 pensamentos de Frances de Pontes Peebles

Essa vida não é como as roupas. Não podemos vesti-la hoje e tirá-la amanhã. Mesmo que tivéssemos terras, ninguém nos chamaria de fazendeiros. Continuaríamos sendo cangaceiros. Pior: cangaceiros que desertaram. Vargas continuaria querendo a nossa cabeça (...). Não há escapatória para gente como nós.

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Como bons criados, os moradores da caatinga aprendiam a escutar o patrão, a antecipar as suas mudanças de humor, a saber que uma carreira de formigas fora do formigueiro significava chuva; que uma gameleira com folhas verdes, crescendo na fenda de um rochedo, indicava a presença de uma fonte; que grandes cupinzeiros eram sinais de seca e de sede. Se aprendessem a interpretar corretamente esse patrão cruel durante os meses de estiagem, sobreviveriam para lidar com um amo bem mais generoso assim que as chuvas chegassem.

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Aprendera com Antônio que a indecisão leva sempre a um mau resultado. O que ele não tinha lhe ensinado, porém, foi que decisões erradas quase sempre deixam remorsos e remorsos não têm cura.

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Os homens de verdade assumem a responsabilidade pelo que fazem. Não ficam botando a culpa na sorte. Ou nas mulheres.

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A sua vida e a sua virtude dependiam da clemência daqueles homens e esta era uma ideia que a moça não podia tolerar. Afinal de contas, a clemência era divina. Aqueles homens, não.

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Lá no alto, o céu era uma imensidão escura. Luzia se sentiu pequena diante dele, e teve medo. Mas se lembrou daqueles passarinhos que libertava, tanto tempo atrás. Lembrou que, depois que ela abria a portinhola, eles sempre ficavam parados, hesitando, na beirada da gaiola. E, então, saíam voando.

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