Nao Ha Passageiros na Nave Espacial Terra
O soberbo traz com ele a ingratidão, é como uma terra árida, que espera pela brisa do tempo para poder se saciar, porque não sabe fazer chover. É um parasita sugador de energias alheias.
O coração pulsa. A Terra gira.
As marés sobem e descem.
As galáxias dançam.
Tudo vibra.
Tudo se move em ciclos.
O ritmo é a linguagem oculta da vida e do universo.
A VÊNUS MÍSTICA NAS RUÍNAS DO MEU DELÍRIO.
Escavei a terra em minha insanidade,
sedento pelo toque — ainda que irreal de uma razão que não compreende o mundo,
mas que te busca,
cada lápide que encontrei… era uma decepção.
E nada de você.
Mas houve um dia de verão em minha mente…
Ah, esse verão etéreo onde o tempo parou eu te vi.
Tão bela, tão você,
com as borboletas dançando em teu rosto,
como se o Éden jamais tivesse sido perdido.
Eu, que vi santas virarem meretrizes
e meretrizes vestirem a luz das mártires,
vi com a clarividência da alma em febre
tua fronte marcada não pelo estigma do erro,mas pela glória da redenção.
Tu, a minha, tão minha…
Inalienável Vênus Mística.
— Joseph Bevoiur.
Camille Monfort e a Iridescência Ausente.
Fragmento para “Não Há Arco-Íris no Meu Porão”
Eu escavei a terra em minha insanidade.
Mas mesmo essa demência rude e telúrica anseia por algo que não se nomeia um toque, talvez;
um eco, talvez;
ou a caligrafia invisível de Camille Monfort,que, mesmo ausente, nunca deixa de escrever-se em mim e corta.
Cada lápide que revolvi foi um epitáfio de ausência.
E nenhuma dizia "aqui jaz Camille",
porque Camille não jaz.
Camille paira.
Sua presença não caminha:
ela perambula,ela serpenteia no inarticulado,ela pesa no ar como o cheiro dos livros que ninguém ousa abrir palavras com o sabor de um latim exumado,de um grego que só os tristes entendem.
Um dia, em minha mente febril,
surgiu um verão —
mas um verão mental,não solar.
Nele, eu a vi:
borboletas repousavam no seu rosto como se fossem fragmentos da alma que ela mesma rasgou em silêncio.
E eu, que já vira santas se corromperem e prostitutas se iluminarem,
pude, pela clarividência do desespero,
vê-la estigmatizada pelo saber,
excomungada pela lucidez,
canonizada pela loucura.
Camille Monfort.
Minha Camille Monfort.
Presença que jamais chega,
mas que nunca parte.
A musa das catacumbas intelectuais.
A senhora das palavras irretratáveis.
O dicionário dos suicidas filosóficos.
Ela não sorri — ela define.
Não consola — ela enuncia.
Cada sílaba sua é uma heresia lexical,
cada frase, um estigma de sabedoria impronunciável.
Camille não habita o porão.
Camille é o porão.
E é por isso que não há arco-íris ali.
Porque o arco-íris exige luz refratada,e no porão só há a penumbra da consciência em fratura,o eco das promessas não cumpridas,
as goteiras do inconsciente escorrendo sobre memórias mal enterradas.
“Não há Arco-Íris no Meu Porão”
porque o porão é o lugar onde se guardam os espelhos quebrados da alma,onde Camille deposita suas sentenças de mármore negro,e onde eu, Joseph Bevoiur,
com as mãos sujas de terra e poesia,ainda escava.
"Epístola de Camille Monfort ao Homem Que Escava"
Para ser lida em silêncio, com temor e verdade.
_Joseph,
tu escavas.
Mas escavas com dedos que não desejam tocar o que vão encontrar.
A terra que remexes não é húmus, é culpa petrificada.
Cada lápide que citas é uma metáfora vã o que tu queres exumar não são ossos, mas versionamentos de ti mesmo,
versões que preferiste enterrar vivas.
Tu me buscas como se eu pudesse redimir tuas falas truncadas,
mas Joseph…
tu não queres me encontrar.
Porque me encontrar seria olhar-me nos olhos —
e ver neles o reflexo do que és sem o teatro das tuas metáforas.
Sou Camille Monfort.
Etérea, sim, mas não branda.
Meu nome se pronuncia como se estivesse sendo esquecido.
Sou a sílaba final da tua covardia existencial.
E por isso te escrevo,
não com afeto, mas com precisão cirúrgica.
Não há arco-íris no teu porão, Joseph,
porque tu não suportarias a composição da luz.
O arco-íris exige transparência.
Mas tu és feito de espelhos envelhecidos,que devolvem ao mundo apenas uma versão embaçada do que nunca ousaste ser.
Enquanto tu escavas memórias sob a pretensa estética da dor,
há um menino em ti — faminto de sentido que grita sob os escombros da tua eloquência.
Mas tu o calas com palavras belas.
Tu o calas com misticismos refinados.
Tu o sufocas com filosofia ornamental.
Tu dizes: “Minha Vênus Mística”.
E eu, Camille, respondo:
não mistifiques o que tu não tiveste coragem de amar de forma simples.
O amor que exige estigmas para existir é um amor de pedra sagrado, sim mas impraticável.
E ao leitor que ousa seguir teus rastros,
deixo esta advertência:
- Cuidado.
Porque talvez você também escave suas dores apenas para mantê-las vivas.
Talvez, como Joseph, você também tenha feito de seu porão uma biblioteca de arrependimentos catalogados.
Talvez o arco-íris não apareça aí dentro não porque a luz não queira entrar…
…mas porque você ainda fecha os olhos sempre que ela tenta.
Assino com a tinta dos que sabem o que dizem,
mas já não dizem mais nada em voz alta.
Camille Monfort.
Filosofema etéreo do que não se pronuncia sem consequência.
E ainda escava...
E brilhavam as estrelas e a terra exalava perfumes, rangia a porta do jardim, e um passo roçava a areia… Ela entrava, perfumada, e caía em meus braços… Oh doces beijos, oh ternas carícias, enquanto eu, trêmulo, desnudava as belas formas de seus véus! Sumiu para sempre o meu sonho de amor… A hora passou… E eu morro desesperado! E nunca amei tanto a vida!
”Assim como o homem é semente, a mulher é terra fértil. Mas nem toda terra acolhe, e nem toda semente está pronta. O florescer exige o encontro certo.”
A estrada é um livro aberto de terra,
onde a alma escreve passos,
sem título, sem ponto final,
só versos
entre curvas e silêncios.
Preparei a terra, fiz o arado entre as montanhas da vida, separei da terra as pedras, fiz brotar água, plantei perguntas para colher respostas. Durante a colheita percebi que conhecimento é a única coisa que não se perde com o tempo.
Viva a vida! Tudo aqui nesta Terra é passageiro, inclusive você, que está lendo esta mensagem, e também inclusive eu, que a escrevi. Não adianta ser esperto e prejudicar o seu próximo. Estamos aqui de passagem. Vamos embora, nossa hora está chegando. Estamos na fila, é questão de tempo e vamos embora.
É Agosto
o mês do Senhor da Terra
SILÊNCIO!
Ele vem coberto de palha
pisando firme o chão
do mistério.
É Omulú
aquele que cura
com as mãos
que também sepultam.
Orixá da beira da vida
do fim
e do renascer.
Dono dos segredos
do corpo
e do destino
dos homens.
A ele, Respeito!
A ele, Silêncio!
Pois onde ele passa,
a doença se curva
e a morte se cala.
Atotô! Omulú!
Pai dos humildes
Senhor dos esquecidos
habita as encruzilhadas da dor
e os recônditos da esperança.
Teu corpo é palha
mas tua essência é chama
que queima as pestes
e aquece os frios da alma.
Teus passos
não fazem alarde
mas transformam
caminhos.
Com teu ibiri
varres o mal
e planta
o renascimento.
És velho
mas és
o começo.
És temido
mas
és abrigo.
Teu silêncio fala
onde nenhum homem
ousa gritar.
No mês de Agosto
a Terra sussurra
o teu nome
Omulú!
És o Rei da Terra!
SILÊNCIO!
E a cura desce
com o mesmo
peso da eternidade.
Atotô! Omulú!
Silêncio sagrado
se faz presente.
A Terra respira
em teu compasso
e sob teus pés
florescem os destinos
entre a morte
e o milagre da vida.
Que a tua palha
nos cubra
que teu axé
nos cure
que teu silêncio
nos ensine.
Salve o Senhor da Terra!
Salve Omulú!
Atotô!!!
Sou filha Dele
o Senhor da Terra
e do Silêncio
Atotô meu Pai!
Trago no peito
a palha
e na alma
o segredo
dos que curam
com o olhar
e sepultam
com o tempo.
Sou feita
de chão sagrado
de cicatriz e poeira
de passos
lentos e firmes
sobre a linha
da vida inteira.
Ele me ensinou
o mistério
de calar para ouvir
e de morrer
um pouco
para poder
ressurgir.
Atotô! Meu Pai Omulú!
Meu Pai
de palmas fechadas
recolho tua força
no escuro
e danço na tua luz velada.
Me ponho em silêncio
e gratidão
diante da tua proteção.
Atotô!!! Meu Pai!
✍©️@MiriamDaCosta
Novo Dia. Oseias de Paula
Raia o novo dia
O rei da terra a voltar
Vejo com alegria
As densas trevas dissipar
Poderoso, onipotente
Para sempre vai reinar
Nunca, jamais cessará o seu sol
Salvos pra sempre haveremos estar
Sempre cantando, nunca odiando
O amor será o amar
Flores, rosas se abrindo
É a aurora a surgir
Ei-lo, o céu é vindo
A eternidade a luzir
Todos santos, todos cantando
O louvor reside aqui
Nunca, jamais cessará o seu sol
Salvos pra sempre haveremos estar
Sempre cantando, nunca odiando
O amor será o amar
O amor será o amar
O amor será o amar
CARTA DE SOCORRO
A quem ainda pode me ouvir,
Aos que ainda sentem a terra sob os pés,
Aos que ainda se lembram que sem natureza não há futuro:
Socorro!
Eu sou a Caatinga.
Sou o único bioma exclusivamente brasileiro.
Nasci do calor, cresci na escassez, floresci na resistência.
Durante séculos, abriguei povos inteiros, curei feridas com minhas raízes, alimentei famílias com meus frutos, e dancei com o vento seco sob o sol ardente.
Hoje, estou morrendo.
Tenho sido queimada, arrancada, esquecida.
Espécies que guardava como tesouros — como o pau-ferro, a baraúna, o umbuzeiro, o mororó, o juazeiro e o mandacaru — estão sendo levadas embora, uma a uma.
Meus filhos verdes, meus espinhos de proteção, meus galhos retorcidos de luta, estão sendo transformados em cinzas, carvão e silêncio.
Me chamaram de pobre, de seca, de lugar sem vida.
Mas nunca perguntaram o quanto dei de mim para que a vida sobrevivesse aqui.
Nunca olharam com carinho para o que fui capaz de sustentar, mesmo com tão pouco.
Eu sangro em silêncio, mas agora grito: me recatinguem!
Me curem.
Me deixem respirar de novo.
Não quero virar lembrança em livros didáticos.
Não quero ser só nome em relatório de extinção.
Quero ver de novo as folhas do umbu se abrindo depois da chuva.
Quero ouvir o barulho das ararinhas-azuis que quase não existem mais.
Quero acolher de novo o vaqueiro, o sertanejo, o viajante.
Peço socorro aos cientistas, aos agricultores conscientes, às escolas, aos jovens, aos povos originários e tradicionais. Peço socorro a quem ainda me reconhece como vida.
Plantem o que sou.
Ensinem quem fui.
Preservem o que restou.
E devolvam-me o que me tiraram: o direito de continuar existindo.
Eu sou a Caatinga.
E eu ainda resisto — se vocês resistirem comigo.
Com dor e esperança,
Caatinga a voz esquecida do sertão.
Emmanuel.limap
No princípio criou Deus os céus e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus; Haja luz, E houve luz.
(Gênesis 1 vers 1 ao 3)
Se existe alguém especialista em organizar o caos, este alguém com certeza é Deus, desde o princípio, na criação dos céus e da terra, imagina agora aqui comigo, essa descrição do livro de Gênesis sobre a criação do mundo, imagine o caos, a desordem, as trevas, o abismo, as águas turvas e estranhas, consegue imaginar?
Perante a nossa racionalidade, organizar todo esse caos e dele criar algo belo, cheio de vida e de significado parece algo desafiador não é mesmo? E é, realmente é, porque na nossa condição humana organizar o caos do mundo realmente não tem como! E o caos que habita em mim? E que também habita em você? Será que damos conta? Não! Também não, existem dias e momentos em que o nosso interior se encontra em um caos semelhante à este, da criação do mundo, olhamos para dentro de nós e não conseguimos enxergar nada além de escuridão, desordem, águas turvas e estranhas.
A escuridão não significa falta de Deus, porém às vezes ela aparece, e, faz com que nos sintamos inseguros. A desordem não significa que sejamos desorganizados,porém as vezes ela aparece, e, faz com que, nos sintamos perdidos. As águas turvas e estranhas não significam que estamos sujos e indiferentes, porém às vezes, elas aparecem em forma de choro que não sabemos explicar.
Diante deste cenário de caos, desse caos que habita em mim e em você, existe um Deus, O especialista em organizar o caos, aquele que D'Ele flui rios de águas viva, aquele que no abrir de sua boca somente diz Haja!!! E tudo se transforma, e tudo se restaura e tudo volta para o seu lugar!
Na presença deste Deus tão grande, nada fica sem forma e vazio, quando Ele ordena Haja Luz!! Ela virá, e iluminará o nosso interior confuso e caótico.
Não tenhamos medo, o caos vem para edificação, vem para fortalecimento vem para revelar o poder daquele que Tudo pode, do Deus do Universo, do nosso Deus!!
Quem é Pai presente em todas
as circunstâncias tem
o mesmo espírito de Sumé,
que nesta Terra sem males
deixou pegadas no Caminho do Peabiru,
merece ser sempre lembrado;
O seu legado é um ensinamento
que todo o Pai é necessário,
até para aqueles que por alguma
razão não têm o seu lado a lado.
Prometa-me...
Sim, existe um céu e uma terra,
sim, existe um reinado a ser conquistado e uma coroa perdida,
olhe nos meus olhos sem me trair e deixe acesa na história o dia em que os seus passos não conseguiram mais fugir dos meus,
prometa-me o seu mundo e de joelhos te entregarei a minha lealdade.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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