Nao estou Sozinha
O que é certo para você pode não ser o certo para mim. Então pegue seus conceitos sobre mim e leve-os para longe, porque eu não preciso deles. Sei dos meus atos, conheço meus erros, e saberei agir sozinha com as minhas próprias consequências.
Eu descobri que ao seu lado é o meu lugar... e é por isso que não calo a minha voz, e te faço aqui juras de amor...
A maioria das coisas "impossíveis" são impossíveis apenas porque não foram tentadas.
Ele abriu os olhos. E acolheu todos os sentimentos, mesmo o medo. Não queria ficar só. Virou o rosto contra o travesseiro, sentindo o contato com a fronha limpa. As lágrimas molhavam o pano, mas eram um consolo. As paredes não riam mais. Um sentimento novo encolhia-se dentro dele, em atitude de espera. Não sabia dar-lhe nome, mas isso não era essencial. O essencial que estava dentro dele, o novo sentimento — quente, amável — como se apontasse um caminho com o dedo em riste.
Há meses não havia sol, ninguém mandava notícias de lugar algum, o dinheiro estava no fim, pessoas que eu considerava amigas tinham sido cruéis e desonestas. Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para Botucatu quanto para Java, Budapeste ou Maputo — nada interessa. Viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver “como um danado”, feito Pessoa. Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.
Se eu pudesse estar em paz, me livrar do pesadelo de vê-lo nesse estado, e não poder ajudá-lo não, mas triste é não poder mudar.
Você procura a perfeição e eu tenho andado sob efeito, mas
Posso te dizer que eu já não aguento mais.
Desencana, não vou mudar por sua causa, não tem jeito, mas
Quem é que decide o que é melhor pra minha vida agora?
Mesmo tendo juízo
não faço tudo certo
todo paraíso
precisa um pouco de inferno
Estou aqui só esperando
Você chegar de mansinho
Para amansar a fera indomada
Que mora dentro de mim
Para domar meus instintos
Depravados e safados
E me fazer mulher na cama!!!
Fernanda de Paula
Instagram: fernanda.depaula.56679
Novo Instagram: mentepoetica2020
Apenas mais uma de amor
Antes de começar a escrever sobre todas as coisas bonitas que eu estou sentindo eu tenho que falar que eu estou perdidamente apaixonado e praticamente namorando com uma pessoa, e eu tenho que agradecer aquele babaca do cupido que finalmente resolveu me acertar.
Eu vivia num mundo em preto e branco, mas quando eu te conheci foi como se uma porta surgisse na minha frente e me trouxe direto para um mundo colorido e cheio de alegria. Com você eu senti que algo estava diferente dentro de mim, eu pensava que já sabia o que era amor, mas o que eu já havia sentido anteriormente não é nada comparado ao que eu sinto por você. Eu precisava de companhia, carinho, atenção, amor e principalmente uma razão para viver e encontrei tudo isso em você. Existem umas 7 bilhões de pessoas no mundo e eu nem preciso conhecer todas para saber que eu só vou ser feliz do seu lado.
O engraçado do amor que ele aparece onde a gente menos espera, com a pessoa que a gente nunca sonhou amar. Recentemente todas as pessoas que se interessavam por mim só viam o meu exterior, mas você viu além disso. Foi justamente que eu esperei a minha vida toda, alguém que me amasse não pelo o que eu sou, mas por quem eu sou.
Sei que muita gente vai ser contra eu namorar com um garoto, preconceito sempre vai existir, mas eu aprendi a amar um coração e não uma vagina ou um pênis. E eu nem ligo para o que os outros pensam, eu demorei muito tempo pra encontrar alguém que fizesse meu coração bater mais lento e mais rápido ao mesmo tempo, alguém que me faz sentir como se eu pudesse voar, alguém que faz meus olhos brilharem de alegria e que faz minha vida valer a pena. E eu não vou deixar um simples detalhe atrapalhar um sentimento desse. A única coisa que eu quero é passar o resto da minha vida fazendo você feliz, como você faz comigo... porque eu te amo!
Saca Rolha
Estou cheia do azedo que percorre meu fígado e me enche de medo de vazar, de repente, num fim de tarde, numa certeza qualquer de uma roupa branca e equilibrada, numa alegria despretensiosa, numa felicidade sem cérebro, num silêncio mais cansado do que desejado.
Até a borda de mim. Entupida de tudo o que, passiva em ser, apenas sou. Olhos inchados, boca cheia, coração apertando o peito, língua encharcada, a vida latejando e o corpo pesado demais para voar.
Estou cheia de mim e de tudo que se relaciona ao assunto. Cheia da incapacidade em estacionar em um plano, em enquadrar um sonho feito uma borboleta morta, em continuar acreditando no que acreditei até a morte, em ter paz longe das arestas acolchoadas que criei durante toda uma vida de expectativas assustadas.
Sou filha, mãe e escrava do caos, dele me tiro, sem ele não existo. Estou cheia do caos, mas tenho horror ao equilíbrio. Confiro minhas listas compulsivamente, buscando um pouco de linha reta para que eu possa deitar e esquecer das contorções que me apertam até que eu pingue no mundo.
Sou um trapo sujo que lavo e contorço todos os segundos, mas não o tanto que deveria por falta de força, preguiça e vontade de borrar a existência ao lado. Eu preciso ganhar um sopro de vida em qualquer outra vida, para me enxergar além do espelho construído e imposto. Eu preciso me ver responsável por uma palidez matinal, uma pontada no intestino inflamado, uma trepada no azulejo do chuveiro, uma parte suave e instrumental de uma música, um cheiro de podre e solidão na madrugada sem preenchimentos.
Existo apenas para causar, e juro que amo essa palavra “causar” além da gíria que ela sugere. Existo apenas para mim mesma, o tempo todo, como nos contos do Hermann Hesse, tenho nojo e pânico de grupos que se acolhem para que se aceitar não seja um trabalho tão penoso e se sentir possa tranqüilamente ser vazio.
Estou vazando de tanto que me encho de mim, mas tenho muito medo que alguém que não mereça minha intimidade cate pelos cantos assustadores do mundo as minhas tripas. Tenho muito medo que as pessoas sem profundidade conheçam a minha, e mais medo ainda de que a profundidade do mundo me cuspa. Sou uma sem-terra porque desprezo o superficial, mas dói demais ser intensa o tempo todo, e preciso fazer luzes, compras e sexo casual.
Cheia dos meus preconceitos, da vontade que tenho de cagar em cima da cabeça de todo mundo que faz beiço para insinuar sexualidade, de todo mundo que se enfia num terno para insinuar vitória, de todo mundo que se enfia atrás de uma mesa para insinuar vida, de todo mundo que se enfia atrás de uma garrafa para insinuar alegria, de todo mundo que se enfia num bando para insinuar existência, de todo mundo que se esquece no Sol para insinuar luz.
Até o topo, até o céu, atolada, tô por aqui comigo. Cansada do meu vício de organizar tudo o que sou e de não deixar espaço para o novo, para o que eu poderia ser, para o que eu nem sei que é.
Queria agora que uma asa rasgasse as minhas costas porque, mais do que sentir a dor da liberdade, preciso não ter sexo, nem nome, nem tempo e nem casa. Preciso enxergar e sobrevoar o mundo sem ser eu, para que ser eu não seja este mundo tão pequeno e apavorado. Preciso ser qualquer coisa que eu não saiba.
Quero me chacoalhar e implodir essa rolha que me prende em mim, e me espalhar pelas terras, e banhar bostas, e acolher vermes, e alimentar tudo o que é rasteiro, tudo o que é pequeno, tudo o que não é, tudo o que é chão.
Estou chorando quando ele coloca minhas pernas no ombro dele pra eu sentir o tamanho da saudade que ele tem por mim
Porque ninguém faz tão bem quanto você.
Sabe aquele fogo que sentimos por dentro, quando o desejo bate forte?
Estou sentindo isso nesse momento...
Tô com vontade de você para pegarmos fogo, juntos fazendo aquelas coisas acrobáticas, em cima da cama com um espelho no teto.
O desejo é...
Te sentir pegando fogo por dentro, corpo frenético, vendo nosso reflexo refletindo no espelho do teto.
