Nao Consigo te Odiar

Cerca de 570848 frases e pensamentos: Nao Consigo te Odiar

Somos meninos brincando no teatro do tempo; todo conhecimento que temos, ainda não nos levou ao subsolo do nosso inconsciente.

Não se julga aquilo que não se conhece. Me desculpe se suas dores são idealizadas e, com isso, superficiais. Minhas dores são do coração e esfaqueiam. Eu sangro. Acredite em quem realmente já sentiu essa sensação que você diz arrogantemente saber, sem saber realmente o que é.

Minha vida não é essa hora abrupta
Em que me vês precipitado.
Sou uma árvore ante meu cenário;
Não sou senão uma de minhas bocas:
Essa, dentre tantas, que será a primeira a fechar-se.

Sou o intervalo entre as duas notas
Que a muito custo se afinam,
Porque a da morte quer ser mais alta…

Mas ambas, vibrando na obscura pausa,
Reconciliaram-se.
E é lindo o cântico.

\\\\
As folhas caem como se do alto
caíssem, murchas, dos jardins do céu;
caem com gestos de quem renuncia.

E a terra, só, na noite de cobalto,
cai de entre os astros na amplidão vazia.

Caimos todos nós. Cai esta mão.
Olha em redor: cair é a lei geral.

E a terna mão de Alguém colhe, afinal,
todas as coisas que caindo vão.

Não quero ser perfeito pra ninguém, mas quero ser o suficiente pra você.

"Eu não posso dizer que não discordo com você."

Não adianta revirar a caixinha de recordações em busca de uma explicação lógica. Certas coisas não têm explicação. Muito menos fundamento.

Escrever e ler são formas de fazer amor. O escritor não escreve com intenções didático-pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para fazer amor. Escrever e ler são formas de fazer amor. É por isso que os amores pobres em literatura ou são de vida curta ou são de vida longa e tediosa.

‎O que sei é que não sou carente pra aceitar restinhos. Se estou inteira, quero alguém inteiro também. É mais do que justo.

Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal.

TEU CORPO

O teu corpo muda
Independente de ti
não te pergunta
se deve engordar.

É um ser estranho
que tem o teu rosto
ri em teu riso
e goza com teu sexo.
Lhe dás de comer
e ele fica quieto.
Penteias-lhe os cabelos
como se fossem teus.

Num relance, achas
que apenas estás
nesse corpo.
Mas como, se nele
nasceste e sem ele
não és?

Ao que tudo indica
tu és esse corpo
-que a cada dia
mais difere de ti.

E até já tens medo
De olhar no espelho:
Lento como nuvem
o rosto que eras
vai virando outro.

E a erupção no queixo?
Vai sumir? Alastrar-se
feito impingem, câncer?
Poderás detê-la
com Dermobenzol?
Ou terás que chamar
o corpo de bombeiros?

Tocas o joelho:
Tu és esse osso.
Olhas a mão.
A forma sentada
de bruços na mesa
és tu.

Mas quem morre?
Quem diz ao teu corpo – morre –
quem diz a ele – envelhece –
se não o desejas,
se queres continuar vivo e jovem
por infinitas manhãs?

Não há plantas boas para comida que não o sejam também para cura. O excesso é que causa problemas.

E convém não esquecer que bitributação é quando arrancam seis vezes o dinheiro do cidadão. Pois o normal já é tributação.

Tenho preguiça de tudo que não é incrível

Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo.

Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Perdoando Deus.

...Mais

E em terra de leoa, meu bem, cachorra não tem vez!

Aos quinze anos, há até certa graça em ameaçar muito e não executar nada.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Por te falar eu te assustarei e te perderei? mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia.
(A paixão segundo G. H.)

Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. (...) Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso.
(Água viva)

Respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você. (...) Não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver.
(Correspondências)

E o que o ser humano mais aspira é tornar-se ser humano.
(Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres)

O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma.
(Correspondências)

"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma?
(Laços de família)

Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece.
(Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres)

Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.
(Um sopro de vida)

Às vezes me dá enjoo de gente. Depois passa e fico de novo toda curiosa e atenta. E é só.
(A via crucis do corpo)

O que me atormenta é que tudo é "por enquanto", nada é "sempre".
(Clarice Lispector: esboço para um possível retrato, de Olga Borelli)

Corro perigo
Como toda pessoa que vive
E a única coisa que me espera
É exatamente o inesperado.
(Água viva)

Dizem que o reino anda mal governado, que nele está de menos a justiça, e não reparam que ele está como deve estar, com sua venda nos olhos, sua balança e sua espada, que mais queríamos nós, era o que faltava, sermos os tecelões da faixa, os auferidores dos pesos e os alfagemes do cutelo, constantemente remendando os buracos, restituindo as quebras, amolando os fios, e enfim perguntando ao justiçado se vai contente com a justiça que se lhe faz, ganhado ou perdido o pleito. Dos julgamentos do santo ofício não se fala aqui, que esse tem bem aberto os olhos, em vez da balança um ramo de oliveira, e uma espada afiada onde a outra é romba e com bocas. Há quem julgue que o raminho é da paz, quando está muito patente que se trata do primeiro graveto da futura pilha de lenha, ou te corto, ou te queimo, por isso é havendo que faltar à lei, mais vale apunhalar a mulher, por suspeita de infidelidade, que não honrar os fiéis defuntos, a questão é ter padrinhos que desculpem o homicídio e 1000 cruzados para pôr na balança, nem é para outra coisa que a justiça a leva na mão. Castiguem-se lá os negros e os vilões para que não se perca o valor do exemplo, mas honre-se a gente de bem e de bens, não lhe exigindo que pague as dívidas contraídas, que renuncie à vingança, que emende o ódio, e, correndo pleitos, por não se poderem evitar de todo, venham a rabulice, a trapaça, a apelação, a praxe, os ambages, para que vença tarde quem por justiça justa deveria vencer cedo, para tarde perca quem deveria perder logo. É que, entretanto, vão-se mungindo as tetas do bom leite que é o dinheiro, requeijão precioso, supremo queijo, manjar de meirinho e solicitador, de advogado e inquiridor, de testemunha e julgador, se falta algum é porque o esqueceu o Pe. Antonio vieira e agora não lembra.

José Saramago
Memorial do convento

Há religiosos que são como médicos doentes: são capazes de indicar a cura, mas não usam para si o remédio que oferecem.

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp