Nao Alimentar Esperancas
Gilmar Fontes.
Mural
Senhor, ajuda-me a alimentar-me da tua palavra diariamente, para que nunca tenha fome do que nao gera vida.
Ódio II
ÓDIO II
Amo alimentar o meu ódio
Quero beber deste ódio eternamente.
É ele que nutre a minha existência
Sem essa lâmina não consigo enxergar a indiferença.
Na indiferença dos outros
Encontro a minha sensatez
A minha filosofia do amor que pensa
Na ciência que investiga
No estudo que analisa.
Ao me alimentar do ódio
Estudo a paixão que desequilibra
O orgulho que enlouquece as pessoas
O sensualismo que envenena.
Necessito do ódio para saber
Lidar com a indiferença.
Pode vir de terno, vir com olhos, boca, coração e cérebro
Nada, nada mesmo dará conta dessa presença
Muito menos da ausência.
Por isso preciso de beber mais ódio
Pois é neste ódio que preciso de um coração
De uma frieza, de um raciocínio
Mesmo que doente.
Preciso aprender, e o ódio é a matéria-prima dessa ânsia que alimento.
Este alimento está no objeto do ódio
Alimenta o meu rancor, a minha ira
O meu pouco humor e
A minha pouca sabedoria para entender
E aturar.
Quero o ódio para mim, dessa forma
Nunca serei indiferente.
Alimento
Quero me alimentar da vida...
Ver... o sol brilhar todos os dias.
A chuva cair com som de maresia.
Sentir o som em suas dimensões.
E dançar no ritmo dessa melodia.
Quero me alimentar da vida...
Sentir o cheiro de uma flor.
Voar como um passarinho.
Ter olhares de uma condor.
Quero me alimentar da vida...
Sentir o gosto de um beijo.
O calor de um abraço.
O toque de uma mão.
Sentir as batidas do coração.
E não morrer na solidão.
Quero me alimentar da vida...
Brincar como uma criança doce.
Que tem sonhos a revelias.
Rindo da poesia.
Quero me alimentar da vida...
Ter sede todos os dias.
Acreditar na cura das feridas.
Que estão abertas, expostas a luz do dia.
Quero me alimentar da vida...
De a vida me alimentar.
Alimentar-me eu quero.
Quero me alimentar.
A vida alimentar-me.
Eu quero.
Parar para admirar...
O cego que não admira.
A luta de formigas esguias.
Pessoas que se acham pequenas.
Na correria do dia a dia.
Parar para admirar...
Um louco homem tentando.
Convencer-se dos seus direitos.
De amar outro homem.
Um bicho em fúria humana.
Parar para admirar...
O surdo que não ouve a melodia.
Que agora pouco eu dançava...
O som que embala os meus dias.
A diferença no rosto.
De um ser que quer ser.
Parar para admirar...
A mulher em seu dia de glória.
Em dias de alegrias.
Com a força na palma da mão.
Junto o pulsar do coração.
Quero parar para admirar...
Os bichos que vivem.
Cada qual na sua espécie.
Embelezando nosso planeta.
Pedindo socorro às vezes.
Por falta de delicadeza.
Quero parar para admirar... a vida.
Acredito que a felicidade na verdade é o efeito da causa realizar.É o prazer atingido ao alimentar a fome voraz que é a vontade.A vontade é como um predador insaciável que sempre quer mais e mais e nunca se compraz com a ausência de seus desejos.Feliz é aquele que reconhece, identifica e consegue manter sobre controle este impulso primitivo
Meu coração faz planos indiretos de bater calorosamente e alimentar-se de encontros. Constrói segredos e se acalenta em cada traço tecido. Ele não tem garantias. Atrás do pensamento, ele sente que só pode desejar. A verdade é que ele sempre esteve só em silêncio. Mas acredita que um dia será a sua vez de escorregar pela pele e respirar o ar livre trazido pelo balanço das árvores.
Certa vez me disseram pra beber menos, dormir mais cedo, me alimentar melhor e assim viver mais, eu então respondi que o que importa não é viver muito, o importante é não passar em branco nessa vida e aproveitar ao máximo por que outra não existirá.
Apenas um é o desejo que me consome, chamem o resto de hipocrisia mórbida pra alimentar o seu sonho de ilusão substancial...
É preciso alimentar a fé,a esperança dentro de sí é preciso acreditar em Deus,e acreditar também em você mesmo.
