Mundo
Toque de recolher
Olho de minha janela e vejo o deserto das ruas. Onde até ontem pessoas circulavam com passos frenéticos sem trocar um único olhar, agora posso ver até os buracos das calçadas do alto de minha sacada do décimo andar. Pois não há ninguém para bloquear minha visão. Inacreditável, se alguém me contasse que isso se daria não acreditaria, mas é verdade, está bem debaixo de meus olhos que buscam por uma imagem que se mexa e nada vê.
O mundo parou, silenciou diante de uma criatura que nem ao menos podemos ver, um ser invisível aos olhos, mas nocivo a própria vida.
De uma hora para outra tivemos que mudar a rotina, nos trancafiar em casa em quarentena e refazer nossos hábitos, reinventar a vida. A vida que não tinha tempo para ser vivida e agora está tendo que aprender o que fazer com ele.
De repente a vida chega e diz: pendura a correria ali no cabide e vamos escrever um capitulo novo, uma nova forma.
Mas e depois que a quarentena passar? Será que voltaremos correndo para mesma vida de antes, ou vamos gostar tanto desse novo ritmo que ficara difícil retornar? Um risco que teremos que correr.
O mundo parou e curiosamente as pessoas em seus afastamentos parecem se unir muito mais do que quando as mãos podiam se dar e não sabiam o verdadeiro valor da aproximação.
As sensibilidades afloram, a tolerância parece rever seus limites e as prioridades mudam. A vida vira seu foco para a busca do sobreviver. Os interesses se unificam entre ricos e pobres, religiões, raças, gêneros e orientações sexuais. Todos estão unidos por um único objetivo, o de acordar na manhã que será anunciada que vencemos esse inimigo invisível e que as portas do viver livremente serão reabertas.
Enquanto essa manhã não chega vai se vivendo tentando ferozmente acordar a cada dia identificando as alterações nos valores que vão surgindo como brotos de uma nova arvore.
Descobrimos habilidades até então desconhecidas do mundo da correria e da falta de tempo. Lembramos de pessoas com quem não falávamos há tempos e de repente simplesmente queremos saber se elas estão bem. O afastamento compulsório causa aproximações inesperadas e surpreendentes tão ou mais que as mudanças de hábitos e de prioridades.
Talvez o mundo tenha parado para poder voltar a girar, talvez fosse necessário nos afogarmos no medo para voltarmos a respirar na esperança, talvez tivéssemos que morrer para poder viver. Mas isso é só e simplesmente talvez, o mesmo talvez que estamos vivendo a cada dia sem ter a certeza de nada a não ser de que nunca mais seremos os mesmos e que estamos vivendo um momento histórico da humanidade.
DESATIVADO CORONAVÍRUS
Sentado na varanda da epiderme suspirou
Pegou o passaporte e se alastrou no mundo
Enquanto as pessoas – todas as pessoas alertadas pelas trombetas da ciência e da educação – continuavam de portas fechadas.
Enxergar as belezas do mundo não apenas com os olhos, mas também com o coração e a poesia, faz de você um poeta ou um maluco.
Resolvi me achar...
Penso em seguir em frente o tempo todo inocentemente e melancolicamente,
Tento resistir em vão ao que me fará bem amanhã, depois de amanhã e depois, e depois,
Pesquisei na matemática, nas leis da física e em outras áreas das ciências exatas sobre o meu problema, de nada adiantou pois todos os resultados e as repostas eram a mesma,
Viajei na psicanálise, na psicologia e quase fui visitar a psiquiatria, mas resolvi parar de fugir do que me atrai, do que é o meu verdadeiro bem, mental, físico e real no meu subconsciente e no meu universo consciente,
Resolvi me achar, compreender o verdadeiro objetivo e motivo para a minha felicidade na vida, agora entendo que sempre foi você, sempre será você o meu mundo.
Este mundo imundo,insensato,
complicado,arrevesado,
repleto de absurdidades.
Traz ao amanhecer de cada dia a esperança,
o sonho, a confiança,a fé e novas possibilidades.
"Desde que o mundo é mundo" nunca vi uma sociedade tão bonita e tão vazia...
Transbordam vaidade e carecem sabedoria... Tão cheios por fora!
Cabelos impecáveis, roupas de marca, corpos malhados e alto mutilados.
Presente de 18 anos? Cirurgia plástica...
O suplício da carne em prol de uma "ascensão social"... Afinal, nessa nova fase da vida, é preciso "ser curtido" para se sentir pertencido!"
O estranho adulto adolescente....
Quem não conhece ou conheceu em sua trajetória, um adulto adolescente? Sim, aquele que se adsorver e criou raízes no estágio mais conflituoso e perigoso que se poderia fixar? Sabe aquela pessoa cheia de certezas?! Que transbordam autossuficiência, não há espaço para dúvidas?!
Aquele lobo pré frontal super desenvolvido e estimulado! Conhece aquela pessoa que leu duas páginas de um livro e já afirma: "não concordo com o autor"! Tão seguras de si... Como são chatas! São tão boas as minhas confusões que vieram com o passar do tempo. E as incertezas? Como é incrível a relação entre o envelhecimento e a desapropriação! Talvez a velhice seja meramente o "não ser", o despertencimento, a dúvida como certeza, a biologia contribuindo para dar sentido!
Afinal, como me cansam as convicções rasas, as certezas que revogam as conversas. E eu? Eu sou isso, dúvidas profundas, incertezas intensas, e verdades dúbias!
Quanto mais eu vivo mais eu tenho certeza que o melhor que posso fazer pelos meus futuros filhos é não condená-los a viver nesse mundo. Eles estarão seguros no conforto da inexistência.
Era uma vez
Um mundo renovado
Cada abraço era mais apertado
Cada beijo, mais demorado
Cada momento, valorizado.
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