Mudar de Cidade

Cerca de 16176 frases e pensamentos: Mudar de Cidade

⁠Conceição, terra que me viu nascer,
no calor das tuas ruas aprendi a viver.

Te carrego no peito, no passo e no sonho,
cidade pequena de coração medonho.
Aqui plantei meus afetos, minha história,
na poeira dos dias, escrevo tua glória.

Do volante ao olhar, respiro teu chão,
sou filho do barro, da fé, da paixão.
Na luta dos bairros, na voz que ecoa,
sou grito que pulsa, justiça que doa.

Por ti, Macabu, já enfrentei correnteza,
enfrentei o silêncio, venci a incerteza.
Com o povo na alma, sigo a caminhar,
pois quem ama sua terra não pode parar.

Te amo, Conceição, com força e ternura,
na brisa da tarde, na infância mais pura.
Sou tua semente, sou tua esperança,
sou o menino que voltou com confiança.

E até que o sol baixe atrás da serra azul,
eu lutarei por ti, minha Conceição de Macabu.

Inserida por obrennoeduardo

⁠Cidade é a expressão palpável da humana necessidade de contacto, comunicação, organização e troca, numa determinada circunstância físico-espacial e num determinado contexto histórico.

Lúcio Costa
Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995.
Inserida por pensador

⁠Saudades do meu Açores

Atravessei o mar...
Nem sabia aonde ia dar.
Aqui cheguei.
Mas meu coração lá deixei.

Quanto tempo faz?
Nem lembro mais...
Da memória apaguei o que por aqui passei.
Diante de mim um mar de azul sem fim...

Passa um veleiro.
Um lenço branco a acenar.
Saudade como veneno em minhas veia a entrar.

Lembranças do meu Açores:
Vila do Corvo onde nasci.
Toda a minha infância lá vivi.
Vila pequenina.
Casas branquinhas baixinhas.
Sobem encostas ruas sinuosas.
Ruas de uma limpeza intensa onde respiro amplidão.

Açor – arquipélago que abriga todo o meu amor.
Há lá um brilho de névoa no ar trazido pelo mar...
que todas as Ilhas está a circundar.

Hoje cá estou – neste Brasil varonil.
Meu coração, porém, lá está onde o mar carrega meu Açores nas mãos.

Inserida por RosangelaCalza

⁠Se eu pudesse mandar um recado pra minha terra,
diria com o coração apertado e cheio de lembrança:

Querida Rio Verde das abóboras,

Hoje me peguei lembrando do menino Júlio – o "Julin",
"fi" da dona Gilza, neto da "véia" Tieta.
Nasceu e cresceu onde tudo parecia possível,
mas quase nada se podia para o povo humilde daquele solo —
um velho retrato da botina suja de poder.

“Como, agora, olvidar-me de ti?” —
verso do hino que ainda ecoa no meu lamento.
Saudoso, jamais esquecerei do que vivi.
E é mesmo estranho sentir saudade
de um lugar marcado por dor e violência,
mas mesmo com tudo isso,
eu olho pra você hoje e digo com orgulho:
Que bom te ver melhor, Rio Verde!

Inserida por Julioaugustotorto

⁠Eu também andava e agia da mesma forma. Eu também fazia parte daquela decadência urbana.

Inserida por maria_beserra

⁠A cidade muda muito! Mas existem coisas que não mudam…, por exemplo, a melancolia. Não tem quem olhe uma cidade, sua arquitetura e história e não se sinta melancólico. Não gosto muito dessa sensação… e tu?

Inserida por maria_beserra

⁠CIDADE DE CIMENTO

Cidade de cimento cimentou meu coração!
O que me comovia, hoje me dá medo;
No que eu repudiava, me tornei então!

Cidade de cimento
Bagunçou o meu discernimento;
Dissipou os meus bons sentimentos;
E me tornou num bloco de cimento...

Cidade de cimento cimentou a minha esperança!
Vejo tudo com desconfiança...
Aprendi a viver com a violência cotidiana
E me acostumei com a insegurança...
Já não me assusta a corrupção,
Já me adaptei com a miséria da população,
Já não me comove, só vou dizendo não, não, hoje não...

Já me acostumei a dizer não!
Já me acostumei a negar o pão!
Vou seguindo a ordem de não dar esmolas
no trem, na estação...

Cidade de cimento cimentou o meu coração;
Cimentou a minha humanidade;
Cimentou a minha emoção!

Cidade de cimento transformou seus cidadãos
Em blocos de cimento, sem calor, sem paixão!
O que restou de sentimento foi a triste sensação
De estar em 1800, na Industrial Revolução,
Onde tudo era cimento, fome, dor e desalento...
E o operário que, sem tempo para o próprio pensamento,
Se tornou num bloco de cimento.

Cidade de cimento cimentou!

Inserida por maria_beserra

⁠Fica tão triste a minha cidade !
Quando a criança que passa fome, tromba, rouba
se marginaliza e não vê perspectivas.
Quando quem pode não faz, quem faz quase nunca pode.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando embriagado pelo poder,
o homem engana, trapaça e mente
Quando crescem os prédios e diminuem o verde.
Quando a desgraça bate à porta de uma família
e os vizinhos fecham as suas para não ouvirem os gritos.
Quando faz frio e não há manta ; faz calor e não há água.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando quem deveria dar exemplo, peca.
Quem deveria dar segurança, oprime,
Quando há doces e brinquedos na vitrine,
A criança pedindo e o pai, no bar, bebendo,
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a mentira é amiga do dia
e a vergonha se esconde na noite.
Quando a coragem termina e
a testemunha não comparece.
Quando o barulho ultrapassa a capacidade do sentido
e o ar quase impossível de se respirar , é vida.
Quando aos domingos e feriados suas ruas ficam desertas
Fica tão triste a minha cidade !
Quando há na segunda-feira, o choro, o cheiro da morte.
o carro batido, o cansaço, a estrada e a velocidade.
Quando o ônibus passa de manhã e a tarde,
com gente pendurada, com os pés dentro e o corpo fora.
Quando a alegria é a síntese de um momento bom,
e a desgraça é duradora, analítica e densa ..
Quando há o grito de gol e a alegria se agita,
a torcida se irrita, o pai de família e a criança,
antes de voltarem para casa passam no pronto-socorro.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando o homem é triste,
pois a cidade triste é o homem triste.

Inserida por touchegrs

⁠Saio do serviço depois de um dia cansativo, me sentindo presa dentro de mim mesma, como se algo quisesse sair, mas, eu não sei o que.
Coloco meus fones e começo a caminhar sem destino enquanto aos meus ouvidos tocam Experience - Ludovico, uma bela trilha sonora para uma caminhada com o sol se pondo a minha direita, com um tom alaranjado que eu adoraria tocar, as nuvens se tornando como chamas, é incrível. As arvores se juntando ao longe, como se estivessem tocando o céu.
Nesse momento várias pessoas fazem caminhada, a maioria acompanhados de alguém, outros como eu, com a própria companhia e pensamentos. Os faróis começam a se tornar mais nítidos, e percebo que o sol já se foi e a lua vem me iluminando a esquerda. Os coqueiros se movendo com uma corrente de ar mínima, é quando eu me dou conta de que já faz uma hora que eu estou parada ali apenas admirando a vida, as pessoas apressadas com seus uniformes laranjas, vermelho, verde. Todos trabalhando e vivendo, uma cidade pequena, mas com suas belezas, pare e observe.

Inserida por HellenNeres

⁠Uma coisa nesta cidade é certa: quando tudo começa a parecer igual, é aí que você é apresentado a algo que jamais imaginou.

Inserida por pensador

⁠Na fresta da cidade, (infinidade),
Por um instante fico assustado, (amedrontado),
Entre parênteses nada mais acontece, (adormece),

Inserida por Madasivi

⁠⁠Corpo andarilho —
nos becos da cidade que pulsa
Traços de Verão,

Inserida por Madasivi

⁠TRIUNFO

Encravada no sertão
Numa serra elevada
A cidade de Triunfo
Parece refrigerada
E pra não levar revés
Com a mínima de dez
Só saia agasalhada

Inserida por RomuloBourbon

⁠CIDADE DO FREVO

Recife é a cidade
Da cultura popular
Onde se dança o frevo
Que consiste em pular
Segurando a sombrinha
Ouvindo o Vassourinhas
No carnaval a tocar

Inserida por RomuloBourbon

A cidade era o único lugar onde eu sentia que podia respirar, e agora as paredes estão se fechando e você me custou a única chance que tive.

Inserida por pensador

⁠brilha teu azul
Tão doce tão cru
Brilha, brilha, brilha
Em teu nome azul!

Mas teu brilho acaba na última frase
Desgraça que sonha, que pensa mais
A pura verdade do mundo é que!
Nada além do universo
Sem poema e sem verso...

Que graça tem ser um poeta?
Teu nome, tu escuta tua voz
Mas que graça tem se você?

Desgraça que a mente acaba
E o teu nome fica tão claro
Fica tão escuro sem a cura

E você pensa cadê o azul?
Cadê esse azul que brilha no céu?
Cadê o pôr do sol que não quer aparecer?

Cadê as crianças que não tem mais esperança de viver?
Cadê? cadê? Cadê?
As coisas que você nunca quer mais ter
Mas além de você eu penso
Cadê o universo?

Inserida por Alessonsous2

⁠Alagoas, que beleza,
o Caribe brasileiro!
Mar e sol, altos coqueiros,
onde toco a natureza,
onde só vejo riqueza.
Pra ti, faço esse repente,
e te digo, eloquente:
ó, Estado de Alagoas,
és lugar de coisas boas,
és terra de boa gente!

Inserida por RomuloBourbon

⁠Passeio pelas ruas do espinheiro

quero
pelos olhos da cidade
apreciar papoulas
abertas de par em par
para deleite dos cãezinhos
e colares de pérola de maiorca

(a pressa atropela a solidão do homem
que vende pipoca na esquina

o vento do carro
levanta a saia da moça lilás
para felicidade dos operários
já libertos do andaime
e da rigidez das horas)

quero
pelos olhos da cidade
sentir cheiro de pão e de fuligem
de brisa e de cimento
e testemunhar o preciso instante
em que o beija-flor afaga
a papoula aberta de par em par

Inserida por pensador

⁠⁠É importante que busquemos uma cidade igualitária, justa e acessível.

Inserida por fernandohsanttos

⁠Esta cidade não te dá escolha. Ou você queima vivo ou então nunca existiu.

Inserida por pensador