Muda que quando a Gente Muda
A gente deixa de ser criança quando percebe coisas maiores e mais fortes do que nossos mimados caprichos.
Milagre é aquela sensação de luz no fim do túnel que chega quando a gente pensa que nada tem mais jeito. Eu acredito muito em milagres, pois eu sou todo dia a prova viva que eles existem.
Nossos desertos transformam-se em jardins quando a gente cria o hábito de cultivar bons sentimentos.
Gratidão é quando a gente tem consciência de que os motivos que temos para agradecer são infinitamente maiores que o que temos para reclamar, aí a gente engole a reclamação e diz mais uma vez muito obrigado, ao universo.
Sou muito grato pela homenagem que recebi hoje. Quando a gente faz as coisas com carinho e amor, uma hora o reconhecimento chega. Muito obrigado, de coração!
Tem gente que te ignora o ano inteiro, mas, quando precisa de alguma coisa, vem correndo falar com você. O ser humano é podre.
Cavar um poço com você ninguém quer... Mas quando a água começa a jorrar, aparece gente de tudo quanto é canto para matar a sede.
Quando a gente comia comida de verdade, controlava a quantidade de
sal, açúcar e gordura dos alimentos. Hoje, não fazemos ideia do que tem
dentro de uma lasanha congelada que espera meses no supermercado para
ganhar um lar. De onde vem aquela carne? E o molho, é feito de que
exatamente? O assunto entrou definitivamente na conversa de chefes de Estado, já que essas doenças sobrecarregam o sistema de saúde e custam trilhões aos governos. Por outro lado, rendem um dinheirão para os convênios médicos, a indústria farmacêutica e os fabricantes de produtos alimentícios e de cápsulas com nutrientes salvadores – como vitaminas e sais minerais –, que pretendem repor o que nossa comida não traz mais.
A gente descobre o que é viver o agora quando compreende que nossa longevidade é só uma consequência do nosso dia a dia.
As vezes a gente acha ser impossível, mas quando chegamos lá, percebemos que nós somos os nossos próprios limites.
Tem gente que passa a vida inteira nadando com o objetivo de chegar a uma ilha. E quando se descobre só e, na ilha, não tem mais folego para voltar ao continente.
A gente se perde quando busca uma resposta externa.
A gente se perde quando um turbilhão de sentimento vai pondo interrogações.
A gente se perde pela falta de clareza do que está acontecendo.
A gente se perde quando o autoconhecimento precisa ser reciclado.
A gente se perde quando um sentimento novo aparece de forma inesperada.
A gente se perde quando busca um sentido além da nossa extensão.
A gente se perde quando busca algo no mundo das incertezas.
A gente se perde quando a realidade nos leva para outra dimensão.
A gente se perde quando desequilibra as dimensões (bio, psico, social e espiritual).
A gente se perde quando se enquadra em "padrão" que foge aos desejos.
A gente se perde quando o coração aperta.
A gente se perde quando tem consciência de tudo isso e ainda continua se questionando...
Em tempos de Corona Vírus
Quando a gente é muito jovem tem o hábito de beber a vida no gargalo com a urgência das paixões adolescentes.
Com o passar do tempo descobrimos a importância e o sabor da vida e não desejamos mais que ela passe tão rápido, desaceleramos e começamos a saboreá-la devagar como se fosse uma taça de vinho tinto de uma safra rara dividida com uma boa companhia.
Cada segundo tem o gosto e o valor da eternidade escorrendo na ampulheta do tempo e a gente já não tem mais pressa de chegar a lugar nenhum que não seja nosso próprio interior.
Mas desde o aparecimento do corona vírus parece que o tempo ficou suspenso nessa atmosfera de medo, incertezas e angústias que ele trouxe.
A vida de repente ficou presa nas teias de um tempo que não existe. Tudo se tornou lento, monótono e sem graça. O medo tornou-se presença constante nas madrugadas frias de outono, nas manhãs vazias de domingo e o futuro tornou-se incerto.
Neste momento a vida novamente tornou-se urgente, ressignificou-se e tudo que eu quero é que o tempo passe rápido sem que eu tenha que disputar um respirador artificial com ninguém, sem que eu tenha que me despedir sem despedida de nenhuma pessoa que eu amo, sem que as águas de março retornem em forma de lágrimas no teto dos meus sentimentos.
Quero de volta a rotina, a felicidade dos encontros, o laço de braços dos abraços, a imperfeição dos dias perfeitos na companhia dos meus irmãos. Quero dias de esperança e o som dos risos nas esquinas da alegria.
Quero que meus entes queridos saiam ilesos dessa guerra com esse temido inimigo.
Então, senhor tempo pisa fundo que eu tenho um encontro marcado com a vida logo ali depois da curva perigosa dessa pandemia medonha.
