Monstros
Sinto o coração apertado e a cabeça doendo. Os meus monstros ainda estão no armário e lá fora tem apenas o vazio da noite, assim acredito. Fecho os olhos, o sono está atrasado novamente, deve ter se perdido em alguma esquina qualquer. Meus sonhos ficaram com ele e eu os preciso, porque aqui só tenho lembranças que não me importam, na verdade importam e muito. O relógio bate seu eterno tic-tac, marca que são 3:21, será que meu sono não virá hoje?
O armário começa a sacudir, eu desço da cama, o chão está frio, eu abro o armário e de lá saem os monstros, lembranças, muitas lembranças. Não são ruins, ao contrário, são muito boas, mas o que me mata é que acabaram tudo bem, nada é eterno.
Deito em minha cama com a caixa de fotografias enquanto o sono não chega e uso minha imaginação, porque ela me leva para a eternidade.
'Quando eu era criança fechava os olhos quando sentia medo, ou quando imaginava monstros por baixo da cama.Porém quando você fica mais velho percebe que fecha os olhos só pioram as coisas, e que os monstros são reais, não tem aparência medonha com dentes afiados e olhos vermelhos.São pessoas como eu. E aprendi que não posso fugir dos meus medos, porque até nossos sonhos os tem como companhia e fechar os olhos para o que esta a nossa frente só torna as coisas mais escuras.
Sejamos francos, monstros e demônios caminham lado a lado a procura de saciar seus desejos mais obscuros, tendo como vítima: pessoas que os procuram.
Todos os monstros são humanos. Esta é uma das verdade que descobri nesta vida. Nós, humanos, somos capazes de criar coisas magníficas. Contudo, também alcançamos o extremo da perversão e maldade, fizemos coisas indescritíveis, piores e mais repugnantes do que mostrado nas histórias de terror. Todos os monstros são humanos.
como dizia lydia martin...
você não precisa ser um monstro
até por que nem
todos os monstros
fazem monstruosidade
Em dias escuros tenho ver além da dor,
Sei vou libertar meus monstros,
Dia ou noite não sei sou,
Este dor definha todos os dizeres,
O medo forma fonteiras,
Nessa obsessão,
Tantas coisas ferem e deferem,
Espero com mãos tremo las,
Passo deixar sentimento perdido
Pelo ausência de tudo,
Não há um sentido ou vontade,
Tudo obscuro;
Parte... do... terror, chorar não adianta,
Sempre a opressão e tristeza sem fim,
O que esperar somente a morte ou talvez
A eternidade seja culpada pelos fatos...
...nãos o compreendo o fardo iminente,
Passo dias meses sempre o mesmo...
Sentimento atroz, então desdenho,
Ofuscado, sem vida jogado,
Parar e pensar por tal que resta?
Grandezas obscuras por viver num além
Do apenas o mergulho na escuridão.
Meus demônios
São monstros da minha solidão.
Tão abstrato o mundo inteiro é precipício...
Sem fundamentos absolutamente o nada...
Esses sentimentos ingênuos de amor devem ser um dos monstros que cercam minha imaginação, meu passado. É por isso que tento não me apegar tanto a pessoas do agora, se der vontade de me atirar em alguém, eu me atiro, e amo. E sim, meus silêncios fazem parte da minha vida, eu grito à saudade quando achar convincente. Enquanto alguns desapegos fazem um bem tremendo, algumas lembranças torturam.
Quando éramos crianças acreditávamos que existiam monstros em nosso armário. Puro reflexo da imaginação. Crescemos e
começamos a competir no trabalho e achamos que existem monstros em nossos concorrentes.
A matemática pode ser um dos maiores monstros do estudante de Direito, mas para um estudante de Engenharia pode ser apenas um gigante que logo será derrubado por algumas pedras.
"Reflexões". Resende, 11 de Junho de 2015.
Ao lutar com monstros redobre suas forças, use todas suas armas, mas acautele-se para não se tornar um deles.
Se não conseguimos mais combater nossos monstros interiores, talvez seja a hora de permitir que o destino se encarregue da luta.
Disseram-me que escrever libertava seus monstros, da forma mais branda possível. Escrevia
para gritar no silêncio, para não justificar os motivos das minhas ondas sonoras para o mundo.
Encontrei minha calmaria no papel, resolvi me silenciar de novo.
Amar é o sublime sentimento que abre as portas dos nossos calabouços e ajuda a soltar os monstros que aprisionamos ao longo do tempo.
Às vezes um instante raro, melhor que uma vida inteira, Acorrentou-me oxidado, são os meus monstros as preces das ferrugens, fuleiragem da vida, me libertarei de mim mesmo pela curiosidade do inexistente a minha frente.
