Monólogos impactantes para treinar expressão e sentimento

Sou tão pouco de mim o quanto poderia ser.Sou tão pouco em mim na falta do nós, eu e você. A solidão transborda mas fica na borda pois nunca conhecerá
o coração do grande oceano, o mar, parte do verbo amar.
É como a luz da penumbra que julga se erroneamente satisfeita
sem ao menos dar lhe a chance de conhecer o dia.
É o tênue olhar para os lugares distantes e não perceber que só caminha
se pelas águas ligeiro em pares,nem que seja por uma mão e um remo.
Enfim esparramar se aquoso e cultivar se sereno no mágico frescor
de ser, se perder e continuar ser.
Pois viver em pares é a justa posição e a transposição de fazer parte
que por demérito algum completa se e não mais se baste no equivoco
desgaste involuntário de se preservar e não mais sofrer.
Mas a solidão não fortalece em nada pelo contrário sensibiliza por muito
pouco. O ser solitário fica mais exposto aos fracos sentimentos, irreais e
não verdadeiros é uma falsa cura e o antigo e amargo remédio,
de só ser, nada cura, casta nos da gula e desapropria nos da
possibilidade de conhecermos ao menos uma vez a explosiva paixão

Ricardo V. Barradas

Inserida por ricardovbarradas

Saber monologar com uma ausência irreversível é não destruir a lembrança dos diálogos da presença que se foi.

Luiselza Pinto

Inserida por luiselza

HOJE

Sabe, uma parte de mim quer ser entregar aos pensamentos que me levam até ela, e eu não sei exatamente o porquê. Estou confuso... Sei que o mais sensato, depois daquilo, seria eu reformular minhas ideias e fazer o mesmo que fiz com todas as outras. Talvez seja por isso que estou tão interessado.
As outras se entregaram a mim facilmente, não digo fisicamente, é claro, mas elas se apaixonaram muito depressa, e eu me apego rapidamente, e na mesma velocidade eu desisto da ideia.
Não, não sou nenhum cafajeste, eu acho. Não fico namorando muito por aí e destruindo corações a esmo. Apenas acontece desta maneira. E aconteceram algumas vezes, algumas. O suficiente para me fazer pensar, quando comecei a conversar com ela, que o melhor era reprimir este estilo romântico e apenas conversar coisas espirituais e no mais triviais.
Acabei vendo nela aquilo que sou. Muito parecido por sinal. Tudo aquilo que um dia eu quis, mas não tenho certeza se é o que preciso. Cabelos avermelhados, pele branca (não, nenhum racismo nisso, apenas preferência, acho que a pele branca combina mais com o estilo ‘black’), o jeito ‘black’, gosta de rock, gosta de gatos, bem inteligente, faz faculdade, e uma beleza singular. Claro, não é uma capa de revista e foge dos padrões sociais de beleza, até por que não se importa em segui-los, tem seu próprio estilo, que ás vezes parece um pouco largado, um pouco grunge, assim como eu era. Me agrada e ao mesmo tempo me causa uma certa apreensão, a pessoa de que eu preciso não pode se vestir assim, não pensa assim, não age assim. Mas ela é linda e todo o conteúdo dela a deixa tão mais atraente, pelo menos para mim, talvez muitos passem por ela e não percebam essa sua beleza. Penso nisso tudo que falei, mas sabe, não tenho certeza se é realmente isso mesmo meus sentimentos por ela. Queria que não fosse interpretado por ser um bobo alegre e apaixonado, talvez eu nem esteja tão apaixonado assim. Talvez seja só o meu instinto. Isto aconteceu outras vezes e eu perdi logo o interesse pela pessoa tão rápido quanto eu o tive.
Ela não pareceu esboçar nenhuma reação que fosse satisfatória, que me fizesse achar que ela sentia o mesmo que eu. Que ela pensava como eu. Uma vez me disseram para não abrir meu coração assim para uma mulher, mas como sou tão cabeção acabei fazendo isso. Me abri para ela de todo coração. Disse o que sentia, o que pensava e como estivera tão apreensivo nestes últimos dois dias esperando uma resposta. Não veio nenhuma. Meus créditos expiraram por causa do tempo de uso e não consegui falar com ela. Liguei, sem resposta. Enviei mensagens via Skype e Face, nenhuma resposta, nem tampouco alguma visualização. Ela parecia que tinha desligado todos os meios em que eu poderia me comunicar com ela. Fiquei ansioso, ao mesmo tempo turbilhoavam em minha cabeça milhares de pensamentos diferentes. Alguns dele tentavam ser complacentes e outros em contrapartida a acusavam.
Enfim, me abri por completo e nada veio dela, senão uma resposta de que amanhã nos falamos, não estou muito bem hoje. Fiquei estático. Ela continuou dizendo que tomara certos comprimidos para alergia e estava sonolenta, não conseguia completar o raciocínio muito bem. Depois de um infinito de segundos dei boa noite educadamente, tentei disfarçar ao máximo minha frustração e novamente os pensamentos antitéticos inundaram minha mente.
“Bom, amanhã a gente se fala.” Kacha! Desligo, fico furioso, acalmo e decido então escrever minhas memórias, já tem um bom tempo que estava a fim de fazer isso. Bem, amanhã é um novo dia. O que o futuro nos reserva, eu sempre digo. Não tenho nenhuma vontade de ligar para ela amanhã, mas sei que isso é mentira.

Anônimo

Inserida por anonimo42

⁠Eu só queria ter meu tempo,
E com ele a leveza do vento,
Meu lar,
Meu momento,
Parado no tempo,
Entre meus livros,
Reflexão...
Um freio nesse mundo louco,
Uma taça de vinho,
Um disco na vitrola,
Nada para dar bola,
No oitavo andar do meu apartamento,
A leve brisa,
A rede balança,
Meus cabelos em quase uma dança,
O cheiro de banho tomado,
Ninguém do meu lado,
Meu espaço,
No Amor da minha companhia me enlaço...