Molhado
O silêncio voa enamorado
Uma fria névoa amanhece num beijo molhado
Um laço lascivo com cheiro a pecado !
O meu amor
é quente como o fogo
molhado como a água
frio como gelo
lindo como liriu
branco como a neve
vermelho como sangue
alegre como um sorriso
brilhante como sol
misterioso como a chuva
grande como o universo
infinito como o mar
doce como o mel
gostoso como chocolate
inteligente como salomão
sábio como Sócrates
fiel como Jesus
e o mais importante é que ele também pode
ser seu.
Basta saber entende-lo
"A gente esquece do gosto da chuva e do gostoso do molhado no rosto. Da noite pro dia, da criança pro adulto, o mágico vira desgosto"
“ Não me venha com desculpas esfarrapadas. Eu só quero de você o teu beijo molhado e o teu abraço apertado, eu quero a tua mão na minha e o teu corpo no meu, eu quero o teu amor e a tua paixão. Eu quero você. ”
Temos a força de suportar um inverno abaixo de zero que pode ser frio, úmido, molhado, muitas vezes intercalado por dias de muito calor e noites indefinidas. Temos a força de suportar o frio que dói na ponta dos dedos, que treme a voz, que atrofia as extremidades do corpo…
Temos a força de suportar o vento gelado que traz a sensação de vivermos no limite cortante do frio que não cessa, senão quando cumpre o tempo da estação.
Temos a força de suportar o sol acanhado que permite, com timidez, que o frio realize o seu trajeto, que engravide a terra, hiberne as sementes e delicadamente se afaste para que brote a vida do chão…
Temos a força de suportar o gelo que a natureza nos presenteia todo ano, repetidamente, com a mesma elegância e sabedoria.
Só não suportamos o frieza dos sorrisos, das almas insensíveis, o gelo da indiferença e a neve enrustida, que forma um tapete nos sentimentos, capaz de matar a vida que brota do coração.
Me adoçou os lábios
Com o beijo mais molhado
Suave,desejado...
Tão amado e sempre esperado
Pelo meu eterno amor.
CHOVE... (soneto)
Chove... que sussurro no humedecido
Cerrado molhado. O cheiro se enleva
Em nubladas nuvens, o temporal leva
O dia, perfumado, no chão lânguido
É a poesia! Palpita a vida num alarido
E nos meus versos a saudade eleva
Na chuva, e que vai caindo em treva
A melancolia de este tempo chovido
Chuva, lá fora, cá dentro um roteiro
De solidão. Encharcando a emoção
Doudejante, em um silêncio inteiro
Entre os tortos galhos nus, troveja
E a enxurrada numa doce canção
De um latente gotejar, a terra beija...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 9 de novembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
vai um cafezinho?
há no cerrado um gretado
ali ressequido, árido chão
no verão ele é molhado
no inverno devastação
sem a cor do encantado
mas encanta a fascinação
ele tão pálido, incendiado
insiste em renovação
aguerrido nosso cerrado
dedicado o nosso sertão
hoje todo cafeinado…
põe açúcar ou não?
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
quarta 16/10/2019
Triângulo Mineiro
Pingo de Lágrimas
A chuva vai caindo, caindo...
Teu rosto molhado de lágrimas.
Do livro, O Rio e a Criança.
Há dias em que o sorriso vem molhado de chuva, mas o importante é que a verdadeira felicidade é o sol a iluminar a alma.
Hormônios
Aquele olhar seduzente
Acompanhado de um beijo molhado
Aquele corpo reluzente
E eu todo atrapalhado
Ela, com aquele jeito inconsequente
Foi me deixar apaixonado
Me senti um deliquente
Mas o que poderia dar de errado?
Na verdade, a culpa são dos hormônios!
Que passam pela minha corrente sanguínea
Liberando feromônios
Vendo ela, toda curvilínea
Enlouquecendo todos os meus neurônios
Mas a culpa não é minha!
Se foi ela que me chamou
Por se sentir sozinha
Se eu fui o único que ela amou
Para ela, fui fazer companhia
Mas com aquele olhar, ela me desarmou
De novo, com aquela ladainha!
Aquela, que já me conquistou
Que quando eu vi, ela me seduzia
Até a minha pupila dilatou!
Mas a culpa são dos hormônios
Que agem com tanta pressa
Que sugam meu oxigênio
E deixam meu corpo em festa!
Aquela sensação
Lábio com lábio
Aumentando a minha pulsação
Que fui me tornando mais hábil
E só foi melhorar a nossa relação
Enquanto a beijava
Eu liberava dopamina
Enquanto a tateava
Eu liberava serotonina
Enquanto eu a sentia
Eu liberava ocitocina
Enquanto ela me dominava
Eu liberava endorfina
Malditos hormônios!
Que me enlouquecem
Vão me deixando tonto
Aos poucos me aquecem
Se ela me deixou a este ponto,
Poderia eu, me tornar um refém?
Só sei que é muito bom!
Ficar com ela
Ouvindo aquele som
Nossa, como ela é bela
Ainda tenho as marcas de seu batom
Dignas de uma novela
Mas sei que ficar dela, é o meu dom
Liberdade
De cabelo molhado
De pé no chão
Não há melhor sensação
Que sentir a força
Desse amor que
Te encontra em algum lugar
Sua alma é essa luz
Sendo do lado de fora um reflexo
De Belo e inconfundível
brilho que produz
Isso é viver a liberdade
Meios ao caos
Ahhhh moreno...
Você que tem a cor do pecado
Quando está com esse corpo molhado
Seja do banho ou apenas suado
Desfaleço em seus lábios carnudos
E renasço em seu olhar tão profundo!
Em meus versos eu deixo um recado
Para esse moreno de jeito invocado
O teu corpo é umas ciência exata
Esse moreno... sorrindo me mata!
Eita pretinho incrível!
Me esmoreço em teu corpo sarado
Não sabe como gosto do teu requebrado
Moreno que vive em meus sonhos
Pretinho de olhar tão risonho!
Preto...
Homem de olhar calibrado
De amor, teu corpo é batizado
Esse homem que me a azucrina
Um deus ébano que me alucina
Moreno do beijo safado
Esse moreno tem tanto gingado
Um moreno de olhar tão profundo
Moreno que explora meu mundo
Pretinho que bem sabe o que faz
Moreno lindo que me satisfaz
Homem que prefere fingir
Que dos seus braços eu posso fugir
Ahhhh meu preto...
Moreno que me fascina
Ao teu lado não sou mais menina
Com o meu corpo, faz o que quer
E em teu corpo, sou mais que mulher!
É noite
Não está comigo
Faz frio, acabou de chover
Tudo está molhado, úmido
Espero sua volta
Venha viver ao meu lado
Me encontre
Não esqueço um segundo
Sinto sua falta
Te vejo em todos os lugares
Ouço sua voz
De dia, de noite
Na rua, nas calçadas
Em todas as partes
Penso até estar louca
Se eu morrer
Te asseguro que não te esquecerei
Estou muito apaixonada
Minha vida não vale nada
Os dias são longos
As noites sofridas
Sem ti
Minha alma necessita
Não consigo respirar
Sem ti
A vida não é vida
Sua ausência é um castigo
Volte logo
Te amo
Uma coisa que deixa saudade
É um abraço bem dado
Um olhar demorado
Um beijo molhado e ...
O tal do suspiro dobrado!
Eu sinto saudade do abraço quente, do beijo molhado, do riso largo. O lado da cama vazio me dá calafrio, olhos vermelhos e lacrimejados, coração encolhe e o suspiro pesado. Minutos depois me questiono: “saudades de quê?” Você sumia por dias, me ligava quando estava carente, parecia até que o que tínhamos era consórcio. Quando aparecia, sempre era bêbado e logo virava pro lado e dormia. A ficha caí e eu percebo que a saudade é real, mas é saudade da pessoa que eu idealizei que você fosse. E esse ‘você’ nunca existiu.
