Mini Textos de Ana Maria Braga

Cerca de 39806 frases e pensamentos: Mini Textos de Ana Maria Braga

- Mãe, tô namorando.
- Hum, com quem filha?
- Aquele menino, filho da maria.
- Oh meu deus, diga que é mentira, o filho da maria?, não quero, não da certo, pode terminar isso hoje mesmo, vou falar com seu pai.
- Mas porque eu não posso?
- A família dele é pobre, ele não tem nada, como você vai ser feliz, você não quis o filho dos andrade, menino de boa família, rico, te daria uma vida boa, ótimos presentes, fique com ele.
- Mas não é ele que eu amo, que me faz feliz, que arranca meus melhores beijos e sorrisos, e me faz um bem enorme.
- Não importa, você tem que pensar no seu futuro, já pro quarto, de castigo, vou falar com seu pai.

Fiz um pequeno resumo da realidade o que vivemos. Está voltando a época em que os pais tentavam escolher com quem suas filhas e filhos iriam namorar e casar, de acordo com quem era a família do rapaz e quanto de riqueza ele tinha, não importando se a filha estava de acordo ou feliz. Mas até mesmo naquele tempo isso não dava certo, imagine agora. Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas e não o seu preço.

Inserida por jfreesurf

Cleide da pele de leite

Cleide da pele de leite,
No meu leito és só tu
E não a Maria vai com as outras.
Pele de leite
Dentes de leite
Deleito na tua boca.
De tanto seres cleide,
Da pele de leite
Virastes o copo
Do meu leite em pó.
Nao morro de azeite!
Mas se um dia eu morresse
Tomando teu leite
Seria de amor.

Inserida por WilsomBucolismo

MÃE MARIA.

Onde estivesse ou para onde fosse
Junto á ti amor havia
Em sua simplicidade
Em tempos duros
Lutava a luta com coragem,
Bom humor e alegria
Ao nos deixar,quando chamada
Deixou tristeza,deixou vazios
E uma saudade exagerada
De tempos suaves,tempos macios
Felizes os anjos e os justos
Que tem agora tua companhia
E todo o encanto encantado
Da minha encantada,MÃE MARIA...

Inserida por benigrego

Maria
(J.Vitor)

Maria! Estou indo a ti em cartas.
pois, aprisionei o teu reflexo com a luz do sentimento,
com a força do comprazimento que incendeiam a alma.
Antecipadamente, encaminho por vias, o meu destino…
Chegará de primeiro à perfusão do que sinto.

Logo logo, ai estarei. Tramo promissão no futuro.
O que tenho, trata-se do mesmo véu, da mesma jura.
O céu é este, feito de chamas e de eterna aventura.

Confirmo as palavras desta carta com selo deste amor,
e do meu coração que não consegue mais viver só!
Embarco amanhã. Cada ausência faz alongar a dor,
Outro dia não passará…
O meu acaso é este:
Daquele primeiro encontro — Tua imagem é constante,
desce em minha janela, se reporta no meu olhar.

Tudo é similar, desde a Lua deste instante que rebusca
nuanças da menina… com esperança numa mulher.


O que escrevo neste adendo da madrugada

chegará em tuas mãos com o mesmo apelo,
necessidade e promessa de revelar o quanto és amada!Está terminada as horas, o amanhã já é o agora.

Maria. Virei o anoitecer no zelo desta revelação, busquei as mais verídicas palavras para professar a espera dos dias e das noites, do sol e da lua, e confessar que tu és as letras destes versos.
Portanto, o que sonho se dará nas demais ocasiões quando aqui estiver!

Inserida por umpasseiolong

Hoje não tem poetiza nem Maria citação, o cheirinho de desagradável estava no ar, mas no começo a melhor opção seria prender a respiração, pois bem, eu fiz! Olhos como poças transbordando se estufaram para fora, mas isso não faz mais parte de mim, lembra que dei adeus a exigências e deixei a leveza entrar em minha vida, e ainda pedi para que ficasse não só até o fim o dia? A leveza está se saindo pesada, mas o penso nos deixa forte, e essa força que nos leva logo lá, no comecinho onde não existia nem poetiza nem Maria citação.”
— Desventuras de dois #3

Inserida por natxy-prado

⁠Maria de Jesus

Mensageira da fé
Alma nobre e pura
Razão em sua sabedoria
Inspirando com ternura
Amiga íntima de Jesus.

Determinada em sua missão
Espalhando amor e compreensão.

Jesus sempre a guiar
Em seus passos ela crê
Semeando fé e paz
Um exemplo a se seguir
Sorrindo, faz o bem florescer.

Inserida por fluxia_ignis

JOÃO E MARIA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Tá gostoso, amor; não pare...
Por favor empurre mais...
com carinho; vai, meu bem...
Se pudesse ficaria
muitas horas, todo o dia,
neste vai e vem...
Não se assuste, meu querido;
sou assim desde bem nova;
se começo não me canso...
Uma louca, desvairada,
totalmente apaixonada
por um balanço.

Inserida por demetriosena

A Maria de verdade, a Maria. Mas ninguém Amanda no coração. Por mais que tentemos gostar de outra, fica o sentimento específico por aquela, causando noites de Sônia. Falo Célio, quando afirmo que não se pode a Márcia todo momento, quando bem se quer. Benedita seria a hora de esquecer o amor que me despreza, mas a gente Carminha na contramão, quando pensa que avança na rota do esquecimento que o coração quer... Leda engano.
Tento esquecer no trabalho árduo. Minha mão Elisa, mas tenho Carlos na mente, de tanto elucubrar nos meus afazeres, para ver se ocupo cada espaço e não acabo Malu com tudo isso. Estou Alberto a novas relações, mas o coração se fecha para o amor. Faço de tudo para que meu olho Míriam novos horizontes afetivos, deixo a carne gritar mais alto e chegar a Níveas que nunca imaginei. Quando acordo dessas loucuras e me arrependo por ter usado alguém, vejo que já é tarde; "a Inês é Marta" e não tem jeito.
Houve um tempo em que a esperança de um novo amor Luzia em mim. Agora vivo exatamente o Antônio dessa realidade. Minh´alma está numa Cris de identidade e já vai distante o tempo em que tudo era Glória para mim. Por isso me deixe. Não tenho Júlia de amor para fazer. Júlio por tudo quanto existe, que não seria sincero, se lhe desse perspectiva. Esqueça tudo o que sente, e lute Perla soltura de seu ser.

Inserida por demetriosena

⁠CERTIDÃO DE AMOR

Demétrio Sena - Magé

Amaria
se a Maria
me aceitasse
Dilma vez...
Então a gente
pudesse a Márcia
todo momento...
E todo mundo
soubesse o quanto
o amor Luzia
em nossos olhos...
Depois a Flora
dissesse à Rosa
rubra e cheia,
com doce drama:
Ali eu sei
que não se odeia...
Alice ama.
... ... ...
Respeite autorias. É lei

Inserida por demetriosena

⁠"LATA D'ÁGUA NA CABEÇA, LÁ FOI MARIA

Demétrio Sena - Magé

Quando Maria Lata D'água, ex-passista da Portela, com passagem por outras escolas de samba voltou ao Brasil com seu esposo Charles, com o qual se casou na Suiça, o Paulo Redator e eu, que redigia seu jornal, fomos os primeiros a entrevistá-la. Eles vieram morar no Município de Magé. Em um sítio bucólico de Bongaba, no sexto distrito. Charles era um membro de família real na Suiça, que se apaixonou por Maria, quando a viu sambar graciosamente com uma lata de vinte litros d'água na cabeça (foi assim que Maria se tornou Maria Lata D'água) e ambos não demoraram a se tornar um casal que viveu junto até que a morte (o esposo morreu primeiro) os separou.

Maria foi tema de homenagens no mundo do samba (lata d'água na cabeça, lá vai Maria...) e foi inspiração para muitas passistas que vieram depois dela. Quando voltou da Suiça, já na meia idade, foi grande a correria de jornais que a procuraram para matérias que despertaram muito interesse. Maria e Charles receberam o Paulo e a mim com sorrisos, café, bolo e uma entrevista muito alegre, na qual expressava sua gratidão à vida. Ela passou a frequentar a Igreja Católica de Piabetá e, quando Charles faleceu, entregou seus bens a entidades, foi viver em um convento e passou a participar das programações da Rádio Católica Canção Nova, em São Paulo.

Não escavei detalhes de sua morte ontem, da qual eu soube logo depois de falar dela para o Arnaldo Rippel, um amigo de Petrópolis, que acabara de fazer um poema em homenagem à escola de samba Portela. Sei que morreu aos noventa anos. Tive com ela e o Charles uma curta e doce amizade. Nunca mais a vi, senão em matérias pontuais do meio católico. Ficam boas lembranças de uma artista e ser humano incomuns, não pela fama, e sim, pela sensibilidade, o coração sempre aberto e uma grande simpatia.
... ... ...

#respeiteautorias É lei

Inserida por demetriosena

⁠DIA DE MARIA

Demétrio Sena - Magé

Creio poder dizer de mim, de meus irmãos e minhas irmãs, que não existe a cura desta saudade. Terapeutas não podem ajudar a si próprios... muito menos a nós, neste sentimento. Existe um ter que seguir; um empenhar o melhor de nós em homenagem a ela, na tentativa diária de sermos merecedores póstumos da mãe que a vida nos deu de presente. Nosso dia das mães é de lembrarmos que, para nossa mãe, todo dia era dia dos filhos.
... ... ...

#respeiteautorias É lei

Inserida por demetriosena

MAIS UM ANO SEM MARIA

Demétrio Sena - Magé

O sarampo, a caxumba e a catapora... o abandono paterno e o medo, as temporadas de fome, a indecisão do futuro... as moradias precárias, a família imprensada e a quase delinquência, vencida pela palavra mansa e os olhos miúdos e comoventes da mulher pequenina que pedia e dava calma.

Tudo seria bem-vindo e superado pelo 'ficarmos juntos', que não saía de seus lábios, porque reinava em seu coração. Eu teria novos olhos pra vida e o privilégio da mãe, dos oito irmãos/irmãs que teria novamente, se os mistérios da existência nos unissem de novo; nos desse a nova chance.

Hoje seria seu aniversário. Lá se vão alguns anos e a saudade grita em meu coração como nos primeiros dias. Queria estar com ela e com os meus irmãos, falando besteiras e achando graça das tristezas que superamos. Fazendo piadas de nossos medos, nossas quase mortes ao longo da vida.

E quero muito estar com todos, numa possível reexistência. Ser filho melhor, irmão, pai, cônjuge, pessoa. Fazer muito mais jus à honraria que o destino me deu, de ser filho de Maria... dessa Maria insubstituível no andor do meu; dos nossos corações.

(Pelos filhos de Maria; todos ao alcance um do outro, apesar da barreira de um momento mundial que nossa mãe nos explicaria com palavras ingênuas, pedindo para nos unirmos e morrermos juntos).

Inserida por demetriosena

(Tragédia de santa maria)

(Noticiario)Dia 27/01de 2013 um dia triste pra santa maria 231 pessoas
morrem em encedio em boate no Rio grande do sul...

lembrança dolorosa na mente dos irmãos..
que sobreviveram em meio ao caos naquela multidão
de corpos carbonizados..escutando um socorro desesperado..
parecia um daqueles filme de terror
uma pilha de corpos, cena de horror..é triste..
só mesmo deus pra poder confortar o coração
daquela mae que viu seu filho num caixão
é foda ver que o dinheiro vale mais que a vida
então me diz quantos sonhos que se perderam naquele dia..?
é triste irmão, não é novela,
realidade montruosa que deixo sequelas..
#31;
hoje novas estrelas brilharam no ceu..(2x)
vindas do sofrimento desse mar de fel..
hoje as flores parecem chorar..
lagrimas de tristeza soltas pelo ar..

agonia toma conta de todas familias..
querem uma resposta,querem justiça..
noticia tragica que percorre o mundo..
todos chocados, falando nesse assunto..
queria ta rimando sobre paz e amor
mas as imagens da tv são de puro sofrimento e dor..
é uma poça de sangue que não seca nunca mais..
queria que fosse só uma historia, infelizmente são fatos reais..#31;#31;

hoje novas estrelas brilharam no ceu..(2x)
vindas do sofrimento desse mar de fel..
hoje as flores parecem chorar..
lagrimas de tristeza soltas pelo ar..
#31;#31;#31;#31;#31;

Inserida por MarkMc

Simples oração a Maria

Ave Maria que no céu estás, ao lado de seu filho Jesus, ore por nós, seus pobres filhos pecadores,iluminai nosso caminho com tua luz.

Quando a tarde se vai, uma oração é preciso, para agradecer por mais um dia. Cada qual à sua maneira, deve assim rezar, pois em nossa vida, com certeza Mãe Maria há de estar.

Inserida por neusamarilda

MARIA
(Á uma amiga morta de afogamento)

Foi num dia frio
Que morreu Maria
Sobre as aguas frias
De um malvado rio.

Vida que sumiu
Rosa irradia
Como a noite fria
Ou manhã de estio.

Teu tristonho fim
Deixa sobre mim
O padecimento.

Vida que sumiu
Olhos que não viram
O teu sofrimento.

Inserida por EdilsonAlves

Já pensou se Jesus fosse enviado
Por Deus para nascer no Brasil de hoje?
O que falariam para Maria? Dá para imaginar?
Acredito que falariam para ela abortar,
Já que era tão jovem quando engravidou dele.
Mas se ela falasse que foi uma ação divina a sua gravidez,
Será que iriam acreditar? Acho que não.
E quanto a José, que adjetivo iria carregar?
Os amigos não seriam nada simpáticos com ele.
Vivemos num país de malandro e qualquer semelhança
Com o engano é plausivo de condenação.
Como a incredulidade também é grande,
Talvez perderíamos o mestre numa clínica de aborto
Seja legalizada ou clandestina, vocês não acham?
Ainda bem que ele nasceu em Israel e noutra época.
Com isto temos o natal, a salvação e a paz.
Viva o nascimento do Mestre.

Inserida por 81024673

Sou Maria
Maria de todas as cores
Maria que ri e sorri
Maria que estuda e trabalha
Maria que é mãe
Maria que é dona de casa
Maria que se prostitui

Maria que não sabe quando vai volta pra casa
Maria que hoje tem comida pros filhos
Maria que chora por um pedaço de pão
Maria que é rica
Maria que só tem uma roupa de algodão

Sou a Maria, branca,morena,loira,ruiva,negra
Sou a Maria,rica,podre,miserável
Sou como todas as Marias desse Brasil
Sou a mulher, o seio do Brasil.

Inserida por daianydrs

Tragédia em Santa Maria

245 ou mais.
Em poucos dias a tragédia de Santa Maria sairá da mídia, em poucas semanas da nossa memória e em alguns anos até da ficha criminal dos culpados.
Como sempre, os mortos vão acabar sendo inculpados pela própria má sorte e a punição vai ficar só para seus pais, irmãos e amigos.
Está bem claro para mim que a culpa é do delegado que andou dando as entrevistas, da presidenta que voltou do Chile porque não tinha nada mais interessante por lá, dos fiscais que deveriam ter lacrado a boate e de todo o nosso sistema político corrupto, que permitiu que o local funcionasse sem condições, com ou sem alvará, porque não é porque venceu que foi bom. Nunca foi bom porque não contempla as reais necessidades de segurança de um local desse tipo e para esse uso.
Houve um e só ganhador. A mídia indecente que se aproveitou descaradamente da tragédia para ganhar uns pontos no IBOPE.
Programas foram interrompidos, alguns, como o Globo Esporte da Globo, sumariamente cancelados, em nome de uma repetição ridícula, de suposições infames, perguntas cretinas, repórteres despreparados, entrevistados ávidos por aparecer diante das câmeras e uma clara vontade de sensacionalismo barato, travestido de jornalismo.
Não poderia poupar os gananciosos donos dessa e da maioria das boates do país.
Donos de baladas, trios elétricos, casas de show e congêneres, travestidos de empresários são na verdade bandidos, do tipo mafioso, que vendem bebidas baratas a peso de ouro, algumas até mesmo falsificadas.
Esses “empresários”, vivem de lucros rápidos e exorbitantes, por conta da sabida ganância das autoridades, que em cascata foram as principais causadoras das duzentas e quarenta e cinco, ou mais mortes.
Isso é tristemente fantástico.

Inserida por marinhoguzman

Crime de Santa Maria.

Querem nos fazer acreditar que o Brasil de ontem não é o de hoje, nem será o mesmo amanhã.
Parece ter havido um mínimo de sentimento na apresentação do Jornal Nacional ao vivo em Santa Maria.
Nem poderia ser diferente,William Bonner, jornalista experiente, editor chefe do mais prestigiado jornal da televisão brasileira, esforçou-se para cumprir a ingrata obrigação de conseguir audiência, informar e não acusar nem condenar ninguém sem julgamento.
Ele apresentou uma vez mais o que todos nós já sabíamos desde as primeiras horas após a catástrofe.
A informação mais importante foi de que qualquer estabelecimento no mundo que atenda às normas da física, precisam ter no mínimo três ou quatro portas do tamanho da existente no local, isso sem ter os impedimentos que lá se viu, como seguranças impedindo a passagem e grades para organização das filas que se transformaram em verdadeiras barreiras.
Todos os que concorreram para que a casa funcionasse sem esse requisito primordial já deveriam estar preventivamente presos.
A todos os demais, que de qualquer forma concorreram para o desastre, aplique-se uma das mais importante premissas do Direito, de que a ninguém é permitido alegar a ignorância da lei.
Querem nos fazer acreditar que amanhã será diferente de ontem?
Prendam! Julguem! Condenem! Façam com que cumpram integralmente as penas.
Isso será fantástico!

Inserida por marinhoguzman

O que sempre Maria procurara em sua vida era ser feliz. Durante sua infância em sua casa conturbada vivia como um fantasma. Dizia a si mesma todo o dia que quando casasse e tivesse sua família, faria diferente. Em sua adolescência viveu como deveria. Sem beber, sem desobedecer sua mãe, já então separada de seu pai, viveu em uma jaula sem poder realmente viver. Não fez nada que pudesse dizer: aproveitei minha adolescência de fato. Formou-se em Medicina e logo dedicou sua vida ao trabalho. Casou-se aos vinte e cinco anos de idade com um homem que julgava ser o homem de sua vida. Ele era completamente diferente dela: extrovertido, engraçado, simpático e bem humorado. Ela era fechada, na dela, um pouco antipática e não tinha nenhuma senso de humor. Juntos tiveram Alice, a primeira e única filha do um relacionamento de dez anos que acabou depois da descoberta de uma traição. Maria ficou desolada. Não queria comer, não queria beber e nem sair de casa. Queria ficar em seu quarto, em seu mundo. No lugar onde ela nunca, nunca poderia ser julgada. Após uns meses de terapia, Maria voltou a trabalhar e viver normalmente. Ou melhor, viver não seria a palavra indicada. Ela passou a sobreviver.

Ela era infeliz. Era toda infeliz. Seus olhos, seu nariz, orelhas, suas curvas, seu corpo, era toda infeliz. Tudo que sempre quis na vida ela não conseguiu. Mesmo se formando, trabalhando no que amava e recebendo muito bem, ela era infeliz. Sua casa era triste. A filha mal falava com ela, o ex-marido enviava dinheiro pela conta corrente, havia ficado bem mais velha do que aparentava. O que havia acontecido com Maria? Porque ela vivia naquela tristeza angustiante? Sem amigos, sem família, uma filha que mal falava com ela, um trabalho desgastante, uma vida cheia de decepções emocionais. Dificilmente se divertia ou saia. Todas as quintas ainda saia para tomar um café na cafeteria da esquina que tinha um café barato e de quinta. Pegava algum livro, sua bolsa e jaleco e ia para a cafeteria, sentava sempre no mesmo lugar, pedia sempre a mesma coisa e ficava lá horas até dar sua hora de ir para o trabalho.

Era uma quinta chuvosa quando Maria resolveu que mesmo com a chuva grossa ela iria tomar seu café de quinta, na quinta-feira. Pegou seu livro e saiu de casa ainda com o guarda-chuva e uma capa. Abriu a porta do estabelecimento e quando ia se dirigir para seu local de costume, havia um homem sentado lá. Ela parou, olhou o lugar quase vazio e voltou a olhar para o homem que lá estava sentado. Porque, em meio a tantos lugares bons, ele escolhera logo seu lugar. O mais no canto, o mais escuro, o mais depressivo? Resolveu que pediria a ele para se retirar do lugar. Um absurdo! Ela ia todas as quintas e sentava ali. Se ele quisesse sentar naquele espaço, que fosse outro dia. Decidida a discutir se possível, ela caminhou até à mesa e parou bem em frente. O homem lia um jornal e pareceu demorar para notar a presença de Maria ali. Ele baixou o jornal, levantou o olhar e sorriu:

“Sim?”

“O senhor está em meu lugar!” Disse ela decidida e autoritária. Com aquele jeito bem arrogante e antipática de quando queria alguma coisa.

Ele ainda confuso, olhou para os lados, para baixo da mesa, para as cadeiras e com um sorriso exclamou:

“Não estou vendo nenhum nome na mesa, suponho que ela seja de qualquer cliente que a encontrar vazia primeiro.”

“Todas as quintas eu venho aqui, eu sento nesse lugar, eu leio esse livro e depois de duas horas eu vou trabalhar! Então suponho que o senhor não queira atrapalhar minha vida. Por favor, escolha outra mesa e sente nessa amanhã”

“Mas eu já estou sentado!”

“Fique sentado em outra!”

Ele pareceu suspirar, mas tinha um ar tão arrogante quanto ela:

“A cafeteria está vazia, escolha outro lugar. Eu não vou sair daqui!”

“Não vai? Tem certeza?” Ela falou indignada com a arrogância do homem.

“Não, eu não vou. Se quiser sentar-se comigo tudo bem, mas não vou sair!”

Ela, já com raiva e bufando, jogou as coisas na mesa e sentou-se. Ele deu um sorriso pequeno e vitorioso e continuou lendo o seu jornal. Ela fez o seu pedido e enquanto bebia o café, ficava fitando o jornal dele querendo que o jornal queimasse ou que ele saísse logo. Era a única hora que ela tinha para ela. Aquele homem não poderia acabar com isso!

“Então é médica?” Ele soltou ainda enquanto lia o jornal.

“Não te interessa” Respondeu ela durona e com raiva enquanto bebia um pouco do seu café.

“Oras, pare de ser infantil. Só fiz uma pergunta por causa do jaleco” Ele baixou o jornal e pôs-se a beber o seu café com leite que havia sido trazido pela moça simpática que servia sempre com um sorriso no rosto.

“Sim, Hospital Santa Cruz. Que saber minha credencial?”

“Você me lembra minha filha, e ela tem cinco anos.”

“Porque você não se detém a apenas ler seu jornal e tomar seu café rápido?”

“Não se preocupe, tenho bastante tempo de sobra para conversar.”

“Não quero conversar.”

“Qual seu nome?”

“Qual a parte do ‘não quero conversar’ você não entendeu?”

“Tem cara de Sandra, Marisa…”

“Maria. Meu nome é Maria” Ela falou virando os olhos e bebendo o seu café.

“Um belo nome esse: Maria.”

“Você acha?” Ela levantou o cenho e depois deu os ombros “Acho normal, igual demais”

“Não gosta de coisas iguais?”

“Gosto de coisas diferentes.”

“Então porque tem que vim toda quinta com o mesmo livro, na mesma cafeteria e senta na mesma mesa?” Ele olhou para ela que piscava um pouco surpresa com essa afirmação.

“Isso é… É completamente diferente!”

“Não, não é. Sabe, tenho observado você todas as quintas. Já esbarrei com você várias vezes aqui, porém parece que seus olhos estão fechados para o que é novo. Parece que eles estão vendados para a vida. Sempre, sempre a mesma rotina.”

“Você não tem… Não tem absolutamente nada a ver com minha vida!”

“Ricardo!”

“O quê?”

“Meu nome. Ricardo. Prazer em te conhecer Maria.”

Ele levantou e deixou ela sentada ali, perplexa, sem nenhuma palavra. O dia todo ficou pensando naquela conversa. O dia todo, a semana toda. Passou a semana e quando chegou na cafeteria, ele não estava mais lá. Olhou para os lados procurando aquela figura masculina que a havia deixado confusa e não achou. Quando ia caminhar para sua mesa de costume, algo lhe parou. Ela voltou e sentou em outra mesa. Deixou o livro e lado e pegou um jornal. Não pediu o de sempre. Ela havia aberto os olhos para a vida. Chega de rotina, chega de tristeza! Ela iria mudar, e que começasse com as pequenas coisas!

Inserida por flaviacavalcante

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