Mensagens Noturnas
Penso em você sempre na hora errada
Desde quando acordo até madrugada
Fala pra mim
Que isso não é uma besteira da minha cabeça
Antes que eu enlouqueça assim
Diz que sente o mesmo também
A lua falta um pedaço madrugada em eclipse total da sua alma ausência
Absinto e abismos se unem
nevoa negra entre espinos laminas e linguá alimenta do sangue
O tempo descarrilha e a madruga apalavrável torna se esquadrinha me entre as trevas
O piano em som triste alienia aos timbre da minha mente as notas se fundem com minha paceira solidão
As folhas cair em um toque suave ouso a que do mundo mesmo ao som de tão pouca intensidade
Os gritos só mesmo da minha alma fria
As flores morrem no caminho que andei seca se a erva e cair se a flor
O tempo me devorá pesamentos obscuro querem me beber meu cheiro os fascina
Os vultos salta de gaia em gaia na espreita e dos becos suga os ecos dos meus próprios passos
O gelo sepultura Dorlores tão solene a triste sem ela
Habita a mim solidão não se ausenta num habitar tão desigual
Os ossos me rasgam ao meio e desova tudo que é vivo em mim Caíram flor e o desejo da mortal guardado cruel onde me traga à sublime morte no ardor das chamas
Por Charlanes Oliveira Santos ( Charles )
Madrugada chegando mansa, confesso que ela me fascina! Tenho a nítida sensação de mistérios me envolvendo. As sombras negras da noite escura me cercam, num momento inesperado. Vez ou outra, algum arrependimento nos bate a porta. Um surto de poucos segundos que nos amargura por anos. A única solução para o arrependimento, é o perdão e não importa se o outro lado também tenha culpa o importante e perdoar e ser perdoado. Boa noite.
SEM DITA
Num poema todo criado de incerteza
De noturna inspiração e de tristura
É que eu vi a insônia em desventura
E ( mais que desventura) de rudeza
Ditar em vulgar estro da aspereza
Um ardor na trova sem suavidade
Sem luz, sem brisa da venustidade
Que até nem sei se há tal fel frieza
Uma malícia, mística, uma mistura
Desta feita de medo, de amargura
E da lágrima duma dor derradeira
Ó lampejo, visão aflita e nervosa
Crias a poesia agasta e chorosa
Sem deixar provar a sorte inteira!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
27/08/2019, 05'35"
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Pintura de Lisboa
É cedo, o Sol disponta no horizonte,
lá longe a madrugada adormece,
de braços bem abertos, por traz da ponte,
vejo o Cristo como estando numa prece.
E vejo o Tejo carregado de saudade
vejo a Graça que descansa na colina
é tal a magia em torno da cidade
que até Cristo num gesto se reclina.
E vejo as ameias do Castelo
essas que recortam o horizonte,
no Chiado oiço um Fado tão singelo
que vai de Santa Justa até à ponte.
São os poetas que gritam no peito
de quem vai passando p'las vielas,
há gente que se encontra a sós no leito
há tanta melancolia nas janelas.
É assim esta pintura de encantar
que tanto me encanta e enternece!
Minh' Alma como o Tejo vai pro mar
Canta, chora , dança, escreve e adormece ...
Dia após dia, estou eu aqui, vagando pelo meu universo paradoxal. Viajante da madrugada, refém da própria existência, navegando em meio ao mar agitado de meu interior. Sempre eu, acompanhado de mim mesmo, dentro do meu infinito particular.
na madrugada sinto seu cheiro...
seu corpo banhado em sangue
desejo toma conta da minha vida
num desejo louco
se bate em minha insanidade...
sendo ar romântico
que a delicia na virtude da noite.
A madrugada é a melhor hora pra se escrever coisas que nem todos devem ler, exatamente pela enorme falta de compreensão...
Madrugada fria, lá fora a coruja pia, meu gato aqui dentro mia, no meu peito uma agonia
Pela janela vejo morcegos, nas redes vejo amores cegos, pela tela de meu celular
Pensei em te ligar, mas olhei pro relógio, muito tarde, melhor não incomodar
É, nossa ultima briga foi tensa, o encontro de um tornado com um vulcão, cara, pensa
Quando percebo já e de manhã, fiquei pensando nela, ouvindo blues e Djavan
Deito-me no colchão, celular modo avião, na minha mente só desilusão
Amanhecer
A madrugada se esvai
deixando adentrar o dia...
Ouve-se o galo a cantar,
os pássaros fazem a festa
com tamanha cantoria...
Parece que estão a dizer:
- Queremos alegria ao acordar,
olhe da janela pela fresta!
Vamos dar as boas vindas.
Prenúncio do amanhecer!
Eu sei o que sentes...
Passas madrugadas em claro tentando perceber, perceber o que há de errado.
Não sabes como e quando começou esse vazio que há em ti, é difícil explicar e entender, por isso, não desabafas, sofres calado.
Durante o dia ris e durante a noite choras, por isso temes a escuridão.
A madrugada é barulhenta pra ti, vives uma luta no teu subconsciente. É uma luta dolorosa.
Buscas preencher esse vazio de várias formas, mas nem drogas, festas e muito menos paixões são capazes de o preencher, pois quando o efeito delas passa voltas à realidade dura e cruel que te tornou cativo no teu próprio corpo.
Dormir pra ti é um pesadelo, pois nem no mais profundo sono encontras paz.
Quanto mais tentas disfarçar, mais dói, dói tanto que o vazio só aumenta, já tentaste acabar com a tua vida, mas nem isso deu certo.
Só te resta continuar a lutar até um dia conseguires sair desse poço que roubou-te a vida.
É alta madrugada. Enquanto a chuva lava o asfalto e o para-brisa, o pensamento do estradeiro insiste em ir à procura da mulher amada. O coração dispara, impulsionado pela saudade e o desejo de tomá-la nos braços, beijar seus lábios, acariciar seus cabelos, dizer-lhe o quanto a ama. Tudo que mais queria, era sentir seu calor, a suavidade e a maciez da sua pele, amando-a com uma vontade única, um desejo ardente e incontrolável, de uma forma que somente quem ama é capaz de fazer. Mas é preciso voltar à realidade. Os perigos da estrada estão à espreita e exige atenção. É preciso cumprir o compromisso assumido antes de regressar ao aconchego dos braços dela. E assim, a jornada continua.
Oh morte...
Oh morte que ronda as madrugadas,
busca em silêncio uma alma sofrida.
Não vês que em todos os planos,
não há salvação nem amor pela vida...
Oh morte que conhece o adeus
de páginas arrancadas de um diário,
comunga neste corpo insano,
envolvido nas contas de um perdido rosário...
Oh morte que ora fria e prisioneira,
ronda e espreita o infinito cansaço,
abraça e acolhe por fim, o desespero
de quem só conheceu o fracasso...
(13/03/06)
Lembranças 2
Há um rosto oculto de mulher,
No nevoeiro da fria madrugada,
Um sentimento estranho que meu coração quer,
Coração batendo forte em disparada.
Um perfume suave de rosa vermelha,
Lábios doce como o puro mel
Um fogo louco que me incendeia,
Teus beijos me elevam ao céu.
Eu sinto toda a sua plenitude,
Nessa madrugada singela e fria,
Ao lembrar de nossa juventude,
e daquela carta de alforria.
Pois fui um prisioneiro,
Paguei uma dura pena,
Fui forte e guerreiro,
Lutar é o meu lema.
Lembro do tempo em que me magoei,
Em seu joguinho de sedução,
No seu amor loucamente acreditei,
Armadilha gélida da solidão.
Artimanha sagaz e cruel,
Deixando sequidão e cicatriz,
Degustava o amargo pensando que era mel,
Jamais atentei ao teu talento de atriz.
Hoje só resta as lembranças,
Dos tempos bons e ruins,
Ainda restou a dona esperança,
Presa bem dentro de mim.
Lourival Alves
No silêncio da madrugada
Em que se ouvem grandes barulhos
Das atitudes de nosso subconsciente
Coisas que aconteceram acontecem, vividas.
Presas ao passado na gaveta da mente esquecidas
Consciência ausente do mundo
No reflexo desses acontecimentos
Tal como a luz de um flash em fração de segundo
Corpo em repouso de um sono profundo.
Vem e volta torna-se vida
De algum lugar, do real distante.
Relativo ao consciente
Do passado ao presente até o submerso do futuro
Saltando a janela da mente
Faz-nos viver em um mundo paralelo a realidade
Dormindo ou acordado é a mesma verdade.
Você viverá nas minhas madrugadas, onde o teor dos meus sonhos te trará de volta para os meus olhos, e ao amanhecer do dia, tomarei posse das minhas próprias ilusões, só assim para te ter sempre em minha vida...
Doce despertar
Em verdes campos - infinitas gotas -
Vestígios duma madrugada fria,
quando o orvalho mistura-se à paisagem.
Do alto da montanha, avisto as gaivotas
que sobrevoam os pequenos barcos,
onde ainda dormem os pescadores,
Desperta, diviso o sol amarelo
que já desponta sobre o azul do mar...
