Meninos de Rua
Numa noite clara em uma rua escura, dois meninos mortos se levantaram para lutar, apoiaram suas espadas e o guarda surdo ouviu os disparos e matou os dois meninos mortos.
Crianças fora da escola
nas ruas pedem esmolas.
Dormem nos bancos da praça,
nos viadutos ao relento.
Dias de frios e vento
cobrem com dores e mágoas,
carentes de amor e pão.
Maltratadas e exploradas,
vagueiam sem rumo e drogadas
matam por alguns trocados.
Crianças sem esperanças,
caminham soltas, acuadas
E cansadas de sofrer
vagabundeiam por aí
porém, ninguém quer ver.
"Semente de gente,
que ninguém apostou.
Gerado em solo ilegal,
com requintes de horror.
Lançado na vala ao nascer,
pelo seu criador.
Um ser soterrado
em terra de dor.
Rompeu o peso terra
e seu verde mostrou.
E sem ser irrigado
ou adubado, brotou.
Semente de gente
Aposto que é flor."
Nessa primeira manhã, descobri uma coisa muito importante: podemos gostar de um ofício e passar a detestá-lo rapidamente se as condições em que o praticamos são ruins.
Vejo as mensagens das pessoas e comparo a um espelho. Eu acredito nas mensagens. Sejam de querer o bem, sejam de julgamentos. Quando vejo alguém julgando penso que essa pessoa se acha melhor. Muitas vezes acho que todos somos iguais, reconhecemos mensagens porque mandamos mensagens. Outras vezes penso que não somos iguais e não tem nada a ver o que pensei sobre o que foi partilhado. Acredito que preciso ter certeza sobre o melhor caminho antes de mandar alguém na frente.
Além de entender que sem poesia nenhuma quero que leiam o que estou escrevendo.
Partilhar vem da alma/instinto, sensação de alivio como premio. Razão vencendo emoção. Quando descubro que a emoção satisfazia minha alma. Comunhão é real quando realmente existe.
Em momentos assim, é fácil se afundar em perguntas. Mas eu sei muito bem que resposta nenhuma trará alívio. O passado não trará paz.
Eles têm medo porque sabem que você é diferente. E você é. Alguém que se recusa a seguir as regras desses dogmáticos, que busca mais do mundo.