Menino Anjo
Série: Minicontos
FILHO DA OUTRA
O menino trocou a aridez nordestina pela selva de pedras. Logo o mundo lhe acolhe. As mãos que lhe afagam o apedrejam, Mas a história se encarrega de cicatrizar o golpe. E a primavera promete florir...
Minha criança
Eu fui criado menino buchudo.
Não tinha medo de nada
Do escuro, da chuva ou papangu
Cresci assim
Como Deus criou batata
Em meio aos jogos de bola de gude
Futebol, gata maga, enfinca, barra-bandeira
Amarelinha...
Sim, amarelinha!
Qual o problema?
Ouvia Gonzagão de mamãe na vitrola do vinil
Contos que noite a noite conta da saudosa rádio cariri.
Tomando banho nos barreiros de água barrenta e enlameada
Nu, no frescor da inocência.
À noite batia um prato de tambica antes da reza que era irrefutável na cosmo visão de Paim.
No dia seguinte, os pés amanhecia limpos e mamãe dizia que era o capiroto que lambia
Só assim lavamos os pés antes de dormir pelo menos por alguns dias.
Talvez não fosse recomendado para a saúde física.
Mas, de certo, era lenitivo à alma.
Saudade do meu tempo de criança
Passado que não se encontra mais.Nicola Vital
Num olhar
O menino de olhar pidoncho, não disse uma só palavra e se fez entender
Matou a sua fome e em um olhar de agradecimento, seguiu seu destino.
O Pequeno Guardião das Cores e dos Números
Era uma vez um menino que enxergava o mundo de um jeito diferente.
Enquanto todos viam o céu apenas azul, ele via os sorrisos escondidos nas nuvens,
as histórias silenciosas que o vento contava aos galhos mais altos.
Tinha uma mente que dançava entre os números como um pássaro no céu.
Cada cálculo era um segredo decifrado, cada equação, um caminho a se seguir.
As palavras de outras línguas lhe falavam como velhos amigos,
sussurrando significados que outros ainda buscavam entender.
Mas o que o tornava verdadeiramente único era sua maneira de nomear o mundo.
Verde-água? Não, azul-ciano.
Azul escuro? Azul-índigo.
E o rosa? Apenas os desavisados chamariam assim… porque aquele tom era fúcsia.
Se um gato carregasse consigo manchas brancas e pretas,
ele jamais seria apenas um gato…
seria um gato-vaca, com a importância de quem carrega um nome exato.
E quando o dia se despedia, tingindo o céu com pinceladas de laranja e roxo,
ele não via apenas um pôr do sol…
ele contemplava o arco-íris do anoitecer.
Seu coração batia no ritmo dos pássaros,
suas mãos guardavam o mapa de todos os vôos.
Ele sabia onde os beija-flores descansavam,
onde os corvos segredavam histórias antigas,
onde o vento carregava os segredos das penas mais leves.
E nesse reino de cores, números e asas,
ele se tornou o Guardião de tudo aquilo que os olhos comuns não veem.
Aquele que escuta o que o silêncio sussurra,
aquele que sente o que o tempo não apaga.
Hoje, o mundo gira mais uma vez ao redor do sol.
O Guardião cresce, brilha, expande suas asas.
E em meio a tantas possibilidades, há algo que nunca muda:
o amor infinito de quem sempre soube que ele nasceu para voar.
Feliz 8 anos, meu Theo.
Eu, que sou apenas um menino que avança para a maturidade, observo...
Ao agrupamento de demandas instituídas em todas as nossas eras,
De alegrias e tristezas, o homem tende à coleção,
O ser humano que busca no mundo o que derruba a própria geração.
Óh, seres viventes, vos lembreis! Não há de sentir-vos amargurados, pois o crescimento é por demais espiritual!
O HOMEM E O MENINO
O homem pergunta ao menino: o que queres?
E o menino responde: crescer
Crescer para quê? - indaga o homem
Para ser como você, replica o menino
Porém se crescer e for como eu – diz o homem – vai sentir saudade de você. A gente pode até crescer, mas não pode decrescer
E o menino retruca: ainda assim este é meu destino.
Do verde-terra
desponta a vontade
telhados justapostos
na direção do azul-céu
um menino
com um girino na caneca
Admito,
Sou apenas um menino!
Um menino que perante uma mulher espetacular perde totalmente a concentração,
Um menino com uma dicção péssima,
Mas que perante uma mulher espetacular feito você não tem o porquê de se preocupar com a dicção, Até;
Por que diante da sua beleza
Fica sem palavras."
Eternamente Humano e Menino
As ovelhas não trazem aos seus pastores sua forragem para exibir o quanto comeram, antes, a digerem interiormente e exteriormente produzem lã e leite. A quão baixo um tema poderia chegar à filosófico. Um doutor, talvez em Fiódor Dostoiévski, quando passo, sempre errante, em cada passo que se somam em passos e se forjam em um caminho, este, eu sem graça, impalpável, quando todos têm um "eu" para chamar de seu, me sinto deserdado. Não há quem possa apontar o dedo para mim, e me mostrar a posição onde me encontro, e me limpo o nariz com o braço esquerdo. O mesmo, que me ensina a olhar para as coisas e me mostra como as pedras são engraçadas, quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas. Damo-nos tão bem com o outro, na companhia de tudo e de todos, como a mão direita e esquerda.
O POEMA DO MENINO ASTRONAUTA
(Acredite: Eu acho que fica mais bonito quando declamado em língua de sinais)
"Sou do tamanho do espaço Surdo - infinito.
Sempre crescendo a cada novo sinal que vou aprendendo.
O espaço Surdo é assim: expansivo e criativo.
Está vendo aquele ônibus que dá longas voltas para chegar ao seu destino?
Pois bem, aqui não se diz longo e demorado. Se diz _ônibus-cobra_, que é para encurtar. E todos entendem de pronto!
Isso deixa os blablablantes tontos.
E se pode imaginar uma cobra grande e com rodas, transportando as pessoas, dando voltas sem fim? A resposta é sim - sem problemas. Afinal, é um ônibus-cobra.
Olha que incrível, e que tem bem mais a ver: imaginar a cena é mais prático que a descrever!
Os jogos das mãos; o ballet do corpo e das expressões - criativa imaginação que vira comunicação.
Percebo:
Os olhos também foram feitos para escutar - é assim que acontecer vai além de ser e estar. [...] " (CODA, O MENINO ASTRONAUTA, p. 54 - 55)
Ainda menino brincava com uma prima através de uma velha cerca de bambu que separava nossas casas, éramos proibidos de frequentar um a casa do outro por motivos que não entendíamos. Mas sempre brincávamos com bichinhos de plástico, através de um buraco na velha cerca... existia amizade sincera e alegria de viver.
Não devemos separar as crianças por nossas vãs diferenças. Afinal, nem mesmo a intolerância dos adultos impede a inocência das crianças com uma cerca de incompreensão. Pois nas crianças está a pureza de coração e o mais perfeito louvor a Deus.
Exuberância do Menino do Mucuri
Nos montes da vida, em brilho sutil,
Essência que exalta um tom juvenil.
Menino que sonha, que vive, que sente,
De alma indomável e olhar reluzente.
Amante dos tempos de outrora encantada,
Na pele o desejo, na voz a alvorada.
Néctar que embriaga na doçura intensa,
Efervescência que à vida dispensa.
Seu brilho reduz a sombra e o frio,
Mas lança no peito um raio bravio.
Romântico errante, na estrada perdida,
Florindo saudades na alma esquecida.
Ternura que apraz, que toca, que arde,
Nos gestos suaves, na voz que não tarde.
Menestrel que surge do fogo e da dor,
Das cinzas renasce em versos de amor.
Eu ainda acredito que o menino que vende bala no sinal hoje, amanhã, com oportunidade de estudar, pode ser um juiz que vai decidir sobre seus direitos, ainda existe esperança.
Todo verso de uma canção tem tua letra, tua cara.
Tem teu jeito moleque de menino levado, tem teu
sorriso e tua fala. Tem a doçura da tua voz, a maciez
do teu andar, tem a beleza dos teus olhos que canta
pra me cantar.
Teu sorriso é orquestrado, teu corpo tem o som do
piano, tuas mãos o toque doce do beija- flor, tu é
uma das sete maravilhas que Deus criou e encantou
meu mundo. Mundo de fantasia, ladrilhado com poesia,
pintado com poemas de amor !
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