Menina Gente Boa
Nossos filhos existem para que a gente pague caro por todas as vezes que proferimos árduas críticas sobre o comportamento errôneo dos filhos dos outros.
Dos tempos que a gente desperdiça,
o que mais vale desperdiçar,
que não nos tolhe ou empreguiça,
é o tempo de amar.
A vida não está fácil, gente. Está perigosa demais. Chegou a hora - aliás, mais do que na hora, de colocarmos o amor como idioma universal!
Tanta gente aí esperando ansiosamente pra ver o que a vida oferece, só que não sai de casa, e quando sai, não tem o olhar curioso nem o espírito aberto para receber o que ela traz.
A saudade dos olhos...
Às vezes, tudo o que a gente precisa é matar a saudade dos olhos. Quando já não cabe mais o toque, o tom, a voz. Quando o corpo ainda quer, as mãos ainda sentem e a boca ainda saliva...mas, ainda assim, a razão diz que não. Quando não há música, fotografia, aquela camisa dele que ficou, a lembrança mais doce dos dias de sol...quando nada disso faz desacelerar o coração que bate incansavelmente ao simples recordar...é nessa hora que os olhos sangram. Sim, porque o coração já sangrou faz tempo. A saudade dos olhos é, acima de tudo, pura, casta. É uma vontade incontrolável de, apenas, ver. Ver de longe, por entre brechas. É, por instantes, sentir de novo. Reviver. A saudade dos olhos talvez seja a saudade da alma, que não precisa de um meio físico pra sanar. Talvez seja apenas energia. Recarga. O que de verdade se sente é um sossegar embriagante. Uma entorpecência eufórica. Os olhos buscam alimento pra alma. A alma parece aquietar-se dentro do corpo. O corpo obedece à razão...mas o coração...ah, esse, involuntariamente, não! Porque o que os olhos veem, o coração, pesarosamente, sente.
Crescemos a medida do rancor
O pior é que a gente cresce
E qualquer briga, pode destruir a amizade para sempre
Não ha mais aquela ausência do rancor
Quando se cresce, parece que o rancor cresce consigo
O que antes era um amigo, hoje pode ser desconhecido
Desconhecem o perdão, ignora o pedir perdão
Então às vezes é melhor você ficar sem expressar
Sua opinião, ignorar o coração, da um tempo na razão
Desapega-se da multidão, ter compaixão
Para não ser vitima, nem muito menos o vilão
Mas não esqueça, você será magoado
É fato!
Pior mesmo é olhar pra traz e ver que uma amizade tão linda
Desfez-se por tão pouco
Olhar no rosto e não ver o brilho da amizade no olhar
Ter a sensação que desconheci o conhecido
Que esta longe do próximo.
É notável em mim, o medo de perder alguns amigos
O dia a dia, a convivência.
É triste e angustiante essa sensação.
É o circulo da vida, é necessária para chegar a morte!
"FÉ, tanta gente fala, alguns a exercitam e outros a contemplam. Fé no sobrenatural, no Divino, em Deus, na transcendência, esse é o tipo de fé mais falada, mais comentada, porém, Deus pratica uma fé que muitas vezes não percebemos: fé no ser humano, porque amar é ter fé. Olhar para Deus ajuda a recuperar a fé que o homem precisa ter nele mesmo, e em consequência, no outro!"
Tem gente que guarda gente como guarda objetos em caixinhas, como lembrancinha...quando dá, pega e dá uma olhadinha, quando precisa pega e dá uma faladinha...que bonito, se não fosse medíocre!
Ela agarrou a mão dele como quem segura a salvação, naquele mar de gente, numa caminhada cega. Não havia medo, as roupas molhadas pela chuva e não sentia frio, os braços ao alto “caminhando e cantando e seguindo a canção”. A força da multidão era a mesma com que seu coração batia desenfreado, louco. Esperança boba de um beijo de cena histórica, mas não havia tempo para romance era tempo de lutar, de levantar os braços e gritar. E se perderam na multidão, da mesma forma que muitas vezes haviam se perdido um do outro na vida.
O VELHO ARVOREDO
Cadê aquela sombra bela
Do velho arvoredo
Onde a gente se amava
Cadê aquele cheiro bom
de pasto mastigado
Onde ruminavam os bois
Cadê o riso de Luzia
Que me disse um dia
A lua é de nós dois
E a gente no velho arvoredo
A lua vinha cedo
Clarear o nosso amor
Pode me chamar de cafona
Eu gosto é de forró
Minha sandália é currupele
Ainda chamo cachete
Califon e caritó
Eu gosto de uma aguardente
Uma mulher decente
Pra ser meu xodó
E um cavalo bom de cela
Pra eu montar com ela
E derrubar a dor
Numa boa vaquejada
Namorar com minha amada
Na sombra de uma flor.
