Memória e História
O Brasil é o país da nostalgia. Vive-se no ontem, no antes de ontem. É uma saudade eterna, declamada ao som da melancolia. Alguns ainda insistem na monarquia, outros se lamentam nostálgicos até do fim da ditadura. Ancorados num passado que não fabrica peças de reposição, assim nos tornamos cemitério de tudo, um povo aos prantos pelo que se esvai, um museu sempre lambido pelo fogo, ferro-velho de memórias que se decompõem a céu aberto.
Deixa os inimigo pra lá
Quanto mais criticam, mais a gente ganha
E eu tô fazendo grana, tô fazendo história
Eu amo essa vida e toda a trajetória
Sempre tem vários pra atrasar
Mas hoje em dia eu sei legal quem é que soma
Sei que só o sonho pode nos salvar de
Tanta coisa ruim que temos na memória
O tempo
O tempo passa
os amigos partem
as lembranças ficam
ou,
os amigos seguem com você
num tempo em que as lembranças
serão ainda construídas
ou,
o tempo parece parado
os amigos nunca partiram
e as lembranças
nunca se tornaram um problema.
Nossa história será contada por aqueles cujas vidas afetamos positivamente, pelas amizades sólidas que cultivamos.
Este é o problema da história: gostamos de pensar que ela é um livro – que podemos virar a página e seguir em frente com a porra da vida. Mas a história não é o papel em que está impressa. É a memória, e a memória é o tempo, as emoções e a música. A história é o que fica com você.
Cada vez que um museu é destruído, o povo fica mais pobre! Perde referência, perde identidade, perde a sua história!
A história é a matéria-prima do historiador, o presente é o produto de muitos acasos e o passado é memória e esquecimento.
Veja dentro do meu ser.
Veja essa imensidão de flores com poucos cuidados.
Veja nesse céu tão cinza que chove a dias.
Veja lá no horizonte o sol se pôr.
Veja ao seu redor lugares que eu já frequentei e você também.
Veja como eu vejo um lugar lindo, porém, desconhecido.
Onde estamos? ...
Você poderia morar aqui? ...
Será que te faria bem? ...
Esse cheiro de rosas, são o cheiro do amor que você deixou.
Esse calor? Não é o sol ... É o que você provoca ao me visitar.
Volte mais vezes aqui.
Ou me leve no seu mundo...
Como é o seu mundo? ...
É um lugar onde no horizonte existe pessoas felizes?
Ou você já está nesse lugar e não tem horizontes para vê?
Você sente os cheiros das rosas?
Suas rosas tem poucos cuidados como as minhas?
Não se preocupe, a essência delas que contam.
Você costuma sentir o calor do sol?
Bom, agora você sempre irá sentir, afinal eu sempre vou te visitar.
Venha comigo... Vou te mostrar mas desse lugar.
Não tenha medo está vendo aquelas pessoas dando risada lá longe?...
Então, são as pessoas que já me visitaram... Elas as vezes voltam aqui... mesmo que seja muito breve.
Para você entrar no meu mundo não é difícil, e também é grátis sabia?
Você só precisa fechar seus olhos...
Sentir o amor te dominar...
E lembrar de tudo que já te fiz em troca de um simples sorriso seu.
E quando você menos perceber, estará aqui comigo...
Mas não seja igual as pessoas que eu falei lá longe...
Aquelas que dão risada e me visitam brevemente...
Quando você estiver aqui dê muita risada, mas não seja breve... Fique o máximo que poder.
Por que com você aqui meu mundo será diferente, o sol terá mais calor... Minhas flores podem voltar a ter o brilho de antes... Meu céu pode parar de chover e abrir um belo arco-íris.
Mas a melhor parte? Não é nenhuma dessas...
A melhor parte é que você trouxe para mim um novo cheiro de rosas...
Passageiros sem hora para voltar...
As histórias de vida de muitos de nossos pais é cercada de conflitos, na memória está guardada a criação difícil que tiveram os nascidos nas décadas de 10, 20 e 30, quando a família, conservadora, girava em torno do pai e a mãe era exclusivamente a dona de casa e procriadora da prole.
Os pais de então receberam de nossos avós uma criação rígida, sem concessões, estavam a passar para as gerações seguintes o que aprenderam, rigidez, austeridade e a cultura do homem macho, que não podia chorar ou demonstrar sentimentos.
Quantos de nós, muito tempo depois, com nossos pais já velhos e cansados, não tivemos a oportunidade ou a sensibilidade de compreender o sofrimento que eles carregavam sem saber ou ter como externá-los.
Revendo esse tempo com um novo olhar, menos emocional, com mais flexibilidade, podemos perdoar e pedir perdão pelas mágoas que carregamos.
Nossos pais repetiam o que aprenderam e, décadas depois, sem esse discernimento, há muitos filhos que abandonam seus pais em precárias “casas de repouso”, a maioria um depósito de velhos.
Faz-se um ciclo vicioso, com heranças genéticas e emocionais, que precisa ser quebrado para se tornar um ciclo virtuoso de perdão e reconciliação. Se, por instantes breves, nos colocarmos no lugar de nossos pais, teremos a chance de ter uma pequena dimensão do que passaram.
Há que se fazer a ressalva aos pais que, visionários para a época, conscientes, faziam diferente e não se impunham pelo medo ou força, na base do rabo-de-tatu, uma espécie de chicote, comum apetrecho com argola de ferro no cabo e duas talas na ponta pra machucar, vital "instrumento de educação".
As memórias, boas e ruins, são uma excelente oportunidade de reconciliação com quem ainda está vivo ou que já morreu, mesmo com Alzheimer, Parkinson ou Demência.
Ao deixar a vida real de lado, em busca de respostas em nosso interior, somos passageiros, sem hora para voltar.
Não se esqueça de mim
Quando me deparei
Suave, fresca, brisa
palavras embaralhadas
Um olhar avisa
Outra aposta perdida
Sem tristeza, espanto ou surpresa
Pois vence o melhor
Rápido os cacos se espalham
Um ponto sem nó
Somos jovens, ainda brilha o sol
Quando pensaria que você estaria perto?
Sob o calor e a noite fria do deserto?
Não me esqueço de uma história sem fim
Sem começo, Que persiste na memória
E agora, sou escória
E então, vai embora
Queria que ao menos nesta hora
Você... Se...lembrasse de mim
Quis um dia no fundo um fim prá isso tudo?
Isso não muda prá você
Aguçadas setas atacam
Fez por merecer
Dói de novo,
prá nunca mais se atrever
Refrão
Preste
Atenção
Utopia
Lágrimas
Acordado
Hora Passa Madrugada
Chibatadas Têm Hora Marcada
Não falei pra você....
Agora deixe o sangue escorrer!!!!!
Fez por merecer
Não vai se arrepender
Deixa o desgraçado apodrecer!!!!!!!!
Deixa ele gritar até morrer!!!!!
Agora deixe o sangue escorrer!!!!!
Há uma porção de referências pessoais à “musa inspiradora”. A propósito, o nome dela está perdido por aí... Preste atenção!
Não há como esquecer o passado, ele faz parte da nossa história de vida. E independente de queremos ou não, ficará gravado em nossa memória. Sempre!
Calma... em que ano vivemos mesmo???
Anos 2000???...época 2000???...2000 e quanto???
Quantos momentos realizados e memorizados? Quantas histórias para contar?...quantas músicas para recordar?...quantas lembranças para ao menos sentirmos saudades.
Diante de um mundo tão apressado e tecnológico, cada vez menos vivemos realmente um tempo de verdade, com pessoas para fazer história.
Tudo hoje é tão rápido, supérfluo... Quanta coisa fútil, músicas sem nenhum conteúdo que estouram durante uma semana... mas se quer sobrevivem para fazer história, pois na verdade; não são realmente músicas, mas sim o reflexo de uma sociedade doente, sem valores.
O que as crianças de hoje vão contar futuramente??? “Na nossa época...” (que época?)...tudo hoje acontece na rapidez de um click.
É triste tentar responder a essa pergunta, quando nós tivemos sim uma época, “anos” para contar e marcar a história. Anos 80 por exemplo, uma década, isso mesmo 10 anos, não apenas 10 clicks, ou 10 “curtidas”. 10 anos de tendências, músicas, estilo, brinquedos; fatos que compuseram realmente uma estação.
Ah...como seria bom para a própria humanidade, se as pessoas não corressem tanto....se não esmagassem os minutos em busca de suas ganâncias, gerando assim tanto estresse e descontentamento, para sobreviverem num mundo de aparências.
E tentassem simplesmente viver de verdade cada segundo, e que cada segundo preenchesse um momento para se fazer história.
Vaso oco do tempo
Vaso oco do tempo
Dono de todas as cores
Morto de sentimento
Abarrotado do nada
Enferruja caminhos
Desmorona estrada
Vaso fundo do tempo
Mestre da lembrança
Aprendiz na distância
Rígido com as horas
Rico de histórias
Rouco de memória
Vaso fino do tempo
Intransferível
Insubstituível
Indefinível.
Enide Santos 06/01/15
Dos trilhos por onde caminhei
os riscos da solidão
os riscos da contramão.
Dos mares que naveguei
as ondas que me quebraram
e as ondas que me levaram.
Agora restou a história,
versos e dramas.
De um coração,
a viva memória.
Os momentos que vivemos em lugares como o Pantanal, nunca são exatamente iguais, por mais, e mais que se volte. Porque aqui o mundo é diferente. É a natureza que define o que acontece. Somos somente espectadores da beleza que nos envolve. Uma aventura, uma adrenalina, um animal, um pôr do sol, coisas inesperadas, outras, super esperadas. De uma forma ou outra o que acontece aqui fica na minha memória, na minha história.
Meu mundo...
(Nilo Ribeiro)
Este é meu mundo,
morrer a cada segundo
a história avança,
a memória cansa
que importa viver,
se o que faço é sofrer...???
se a vida é arte,
dela não faço parte
se acabou o amor,
por que insistir na dor...???
A sabedoria se alegra e sorri para aqueles que estão na história; e agradece aos demais pela oportunidade da memória.